Lyon (França) - Desde que o Viagra chegou há uma década para ajudar os homens com suas dificuldades sexuais e tornou-se um sucesso global no valor de bilhões, os laboratórios buscam incansavelmente um equivalente que faça o mesmo pelas mulheres. Mas essa busca pode ter acabado. No último domingo, médicos anunciaram que experimentos realizados com um novo medicamento mostraram que ele pode aumentar o desejo sexual em mulheres cujas libidos estão enfraquecendo. Alguns pesquisadores já descrevem a droga como "viagra feminino". As informações são do site do jornal britânico The Guardian.
A droga, que foi originalmente desenvolvida pelo laboratório alemão Boehringer Ingelheim como um antidepressivo, teve bons efeitos sobre a libido feminina e poderia ser aprovada para uso na Grã-Bretanha no prazo de 18 meses. As voluntárias que tomaram a droga durante os seis meses de teste relataram encontros sexuais mais satisfatórios e maior libido do que aquelas que receberam placebo.
Os médicos envolvidos no estudo disseram que a droga pode vir a ser um tratamento eficaz para a baixa libido, um problema que afeta entre 9% e 26% das mulheres no mundo, principalmente após a menopausa. Outros pesquisadores, porém, afirmam que estes números não são corretos e argumentam que as empresas farmacêuticas estão exagerando na conta das mulheres afetadas pela baixa libido para expandir seu mercado. Segundo eles, a pílula não é capaz de resolver problemas psicológicos que podem estar por trás de grande parte das dificuldades sexuais das mulheres, como a má imagem corporal ou estresse.
A pesquisadora Petra Boynton, da Universidade de Londres, afirma que a pílula não é uma bala mágica e que teme que ela possa fazer com que casais parem de falar das questões subjacentes. "Há todos os tipos de razões físicas, psicológicas e emocionais que poderiam colocar alguém fora do sexo e um comprimido não vai ajudar a resolvê-los. Ela não vai fazer você se sentir melhor sobre sua imagem corporal e não vai fazer o seu parceiro melhor na cama ", disse ela.
Estudo com o medicamento
No estudo, participaram cerca de duas mil mulheres pré-menopáusicas, com idade mínima de 18 anos, diagnosticadas com uma doença chamada "distúrbio do desejo sexual hipoativo". A doença é caracterizada por libido muito baixa por longos períodos de tempo.
Segundo os autores do estudo, as mulheres que tomaram uma dose diária de 100 mg do medicamento, chamado Flibanserin, relataram satisfação sexual com mais freqüência do que aquelas que tomaram um placebo. Antes do experimento, a média de relatos de eventos sexuais satisfatórios por mês era de 2,8. Depois, aquelas que tomaram Flibanserin relataram que as relações satisfatórias subiram para 4,5 vezes por mês. As que tomaram placebo relataram aumento de 3,7 vezes por mês. Nenhuma das mulheres sabia se eles estavam tomando a droga ou o placebo.
"É essencialmente uma droga como o Viagra para as mulheres que percebem uma diminuição do desejo ou da libido. Este é o problema sexual mais comum nas mulheres, como a disfunção erétil em homens", disse John Thorp, professor de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Medicina da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Os resultados foram anunciados na segunda-feira em uma reunião da Sociedade Européia de Medicina Sexual, em Lyon, na França.
As informações são do Terra.
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