8.11.2010

Menopausa e Sexualidade

Estudo levanta a prevalência de sintomas de disfunções sexuais e seus impactos na qualidade de vida nessa fase de transição
Os distúrbios sexuais podem ter alta prevalência durante e após a menopausa, segundo resultados de estudo realizado por Rossella E. Nappia, da Universidade de Pavia, Itália, e Michèle Lachowskyc, da Universidade de Paris, França.
O estudo foi publicado na revista Maturitas, em junho de 2009.
Os autores realizaram um levantamento em estudos disponíveis, entre os anos de 1990 e 2008, com respeito à prevalência dos sintomas de distúrbios sexuais na menopausa e após essa fase de vida, buscando resumir o conhecimento disponível a respeito.
Os autores verificaram que as reclamações sexuais mais comuns foram: desejo sexual reduzido, ressecamento vaginal e dispareunia, deficiência de estimulação e orgasmo, além de prejuízos na satisfação sexual.
Também constataram que, na transição normal da menopausa, a recusa do tratamento para a reposição do estradiol apresentou efeitos prejudiciais significantes no funcionamento sexual, desejo e responsabilidade (estimulação, prazer sexual e orgasmo), enquanto os níveis reduzidos de andrógeno apresentaram um papel na hipoatividade do desejo sexual em mulheres em menopausa cirúrgica.
Segundo os autores, as mulheres na menopausa são vulneráveis a deficiência orgânica sexual feminina por causa de um jogo complexo de fatores individuais que afetam o seu bem-estar.
Os sintomas de distúrbios sexuais são prevalentes durante a transição da menopausa e após essa fase de vida como consequência das mudanças endócrinas. Porém, sua significação clínica é relacionada altamente a fatores intrapessoais e interpessoais.
Nappia e Lachowskyc comentaram que as mulheres deveriam ser avaliadas habitualmente na prática clínica em relação às reclamações sexuais mais comuns à menopausa, para preservar a qualidade de vida no processo de envelhecimento, especialmente em mulheres com menopausa cirúrgica, em quem os sintomas sexuais podem gerar maior infelicidade.
É importante que as mulheres tenham a oportunidade para falar sobre seus problemas sexuais como uma parte fundamental do cuidado médico e para uma administração de uma terapêutica efetiva.
Tal abordagem global, não só considerando os problemas médicos, mas igualmente os seus impactos na vida cotidiana da paciente, deve ser certamente uma parte do treinamento médico, permitindo às pacientes falar sobre um interesse humano básico, a sexualidade!
Referência
NAPPI, R. E.; LACHOWSKY, M. Menopause and sexuality: Prevalence of symptoms and impact on quality of life. Maturitas, v. 63, n. 2, pp. 138-141, Jun. 2009. Autor: Marli Appel - Equipe SIS.Saúde


Saiba ainda:
Com o início da menopausa, o desejo e a atividade sexual são muitas vezes afetados pelas alterações físicas e hormonais que ocorrem nesse período. Os ovários reduzem a produção de estrogênio e a região vulvar fica mais pálida porque a irrigação sanguínea diminui. Os grandes lábios tornam-se mais finos e menos inchados, o púbis fica menor e começa a haver uma perda gradual dos pelos da região. O clitóris diminui e seu prepúcio se retrai, deixando exposta uma região extremamente sensível, causando desconforto a mulher durante a relação sexual. Além disso, podem começar prurido leve e redução da lubrificação vaginal, dificultando ainda mais a relação. Sudorese noturna, dificuldades com o sono e a irritabilidade são alguns dos sintomas que também contribuem para redução da libido. Essas alterações podem ser minimizadas pela terapia de reposição hormonal. Cuidado, pode ser mais uma questão psicológica do que física. A baixa auto-estima e um corpo menos agradável podem ser os grandes culpados, bem mais do que os hormônios. Seu humor, atitude perante o sexo e nível de atração para o seu parceiro parecem ter maior efeito sobre a libido do que qualquer impedimento físico.
Dicas que podem ajudar sua vida sexual:
Mudar de posição durante o ato sexual.
Usar um lubrificante ou um hidratante vaginal.
Se concentrar e prolongar mais as carícias preliminares para minimizar a perda de sensibilidade das áreas erógenas.
Usar um brinquedo sexual como vibradores, que são recomendados para aumentar a excitação.
Se não está certa do que quer, pode começar usando linguagem obscena, roupas íntimas eróticas, calcinhas comestíveis e ver se isso melhora sua vida sexual.
As fantasias sexuais também vão ajudar por que:
São maneiras seguras de experimentar vários tipos de atividade sexual.
Uma fantasia pode ajudá-la a focalizar seu corpo e mente em sensações sexuais.
Compartilhadas ou não, as fantasias sexuais podem tornar o sexo mais excitante.
A fantasia pode substituir um parceiro e servir de escape para experiências mundanas.
Quanto mais intensa for sua vida de fantasia e visualização, mais fácil lhe será sentir-se excitada quando quiser.
Fonte: Bíblia da Menopausa

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