Rio -  Após ser reeleita em Campos, com 69,96% dos votos, a prefeita Rosinha Garotinho concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal O DIA. Abatida por causa do cansaço da campanha, fez questão de dizer que não amanheceu comemorando.
“Marquei reunião logo cedo com minha equipe de governo. Temos que começar a pensar e planejar a continuidade da nossa administração. Campos não pode parar.”
Sobre os problemas que teve com o TRE, disse que já está tudo resolvido com a Justiça e que “as notícias que ainda saem dizendo o contrário são para gerar instabilidade na cidade”. E prevê que seu marido, Anthony Garotinho, não terá tantos problemas se, de fato, concorrer ao governo estadual em 2014. O casal já governou o Rio.
Foto: Luiz Ackermann / Agência O Dia
Foto: Luiz Ackermann / Agência O Dia
O DIA: Depois de tantos problemas com o registro da candidatura, como a senhora recebeu o resultado da eleição?

ROSINHA - Foi um momento de tranquilidade e de agradecimento à população. Eu fiquei feliz e só tenho que agradecer a Deus, à minha família e ao povo de Campos que não desistiu de mim, acreditou nas minhas palavras, viu o governo que eu fiz e acreditou nas minhas novas propostas. O que posso dizer é que agora o desafio é de fazer um governo ainda melhor.

A senhora continua com problemas na Justiça ou não? Teme deixar novamente a prefeitura?

Não, não acredito. Eu acho que minha questão foi plenamente resolvida.

Mas a coligação adversária entrou com outra ação contra a senhora....

Outra ação é outra ação. Qualquer um pode entrar. Mas esta ação está definitiva até porque o TSE julgou. Existem os casos que não foram analisados ainda que é o que está em questão. E estão misturando o meu nome nisso pra tentar criar um clima de instabilidade. O que o TSE está anunciando que vai julgar antes da diplomação são os casos que não foram analisados. O meu caso já foi analisado.

A senhora e seus aliados falaram que os problemas da sua candidatura se deviam a um TRE-RJ subordinado a interesses políticos, ao governador Sérgio Cabral. Acha que terá um relacionamento ruim com governador, que possa prejudicar seu trabalho?

Para o meu mandato? Não. É uma outra instância de governo, como é a do Estado. Ele pode trabalhar, se ele quiser, independente da base aliada ou não. Quando eu fui governadora, o prefeito de Campos não era da minha base aliada e eu fiz muito por Campos. Fiz pontes, fiz casas, trouxe cursos da Faetec. Eu fiz muitas obras na cidade e o prefeito era contra mim. Isso não vai ser nenhum problema.

Apesar dos problemas, a senhora foi reeleita no primeiro turno e com uma votação expressiva. A que atribui essa vitória?

Ao governo que fiz. Nós fizemos um governo em que tiramos Campos do buraco. Campos era uma cidade feia, abandonada e a população reconheceu o nosso trabalho. Temos obras em toda a cidade. Melhoramos a saúde, a educação. Temos que melhorar mais? Temos. A população está vendo os recursos dos royalties do petróleo empregados na cidade. Temos problemas a resolver? Temos. Na educação, por exemplo, nosso Ideb ainda não é o ideal. Acabei com a aprovação automática, fizemos escolas, creches.

Qual será a primeira medida que tomará?

As reuniões que fiz hoje de manhã (nesta segunda-feira) (risos). Foi uma reunião com todos os secretários para mostrar que temos que encerrar esse mandato, inclusive na gestão fiscal, e já começando a planejar as primeiras obras que temos que iniciar no governo que vem.

Há projeto que possa antecipar?

Temos a recuperação do Mercado Municipal do Shopping Popular que nós deixamos para janeiro a pedido dos feirantes e dos camelôs. Adiamos para não atrapalhar as vendas no Natal.

Quais serão as prioridades de governo?

Tenho obras importantes iniciadas. Por exemplo, na área da saúde. Comecei o novo Hospital da Baixada. Lá tem um, mas ele se tornou pequeno e a Baixada é por onde a cidade vai crescer por conta do Porto do Açu e do Farol de São Tomé. Nós qualificamos muitas pessoas mas ainda temos que qualificar mais.

Os programas sociais vão continuar? Quais?

Todos, inclusive com qualificação profissional.

Como reage às críticas de que a senhora é populista?

Por que é populismo só para gente e não é para o Lula? O que é o Bolsa Família? O que é o Restaurante Popular, a Farmácia Popular? Quando a gente não faz, dizem que tem gente que morre de fome. Quando faz, é porque é populista. Então, eu prefiro fazer.

Qual o balanço que a senhora faz do seu governo?

Conseguimos gerar empregos e Campos foi classificada, por dois anos seguidos, pelo Ministério do Trabalho, a sétima cidade a empregar. Temos que continuar gerando mais empregos.

A senhora ajudou a eleger quantos vereadores?

Com coligação, fiz 19 dos 25.

Seu marido,Anthony Garotinho, deverá ser candidato ao governo. Ele terá tantos problemas?

A campanha dele depende de articulação política. Ele ganhou em 25 cidades, que tiveram apoio dele com o PR ou em alianças. Lembro que o TRE ainda perseguiu candidatos em outros lugares, retirando os registros da mesma forma que fizeram comigo e, com isso, tentando enfraquecer as candidaturas.