RIO - Um boom de pacotes baratos de viagens na década
de 1960 pode estar parcialmente por trás da “ascensão
preocupante” de câncer de pele nos indivíduos acima de
65 anos, conforme sugeriu o instituto de Pesquisa de
Câncer do Reino Unido (Cruk, na sigla em inglês).
“Como as pessoas estão vivendo mais, estão chegando
a uma idade de maior risco. Interesse em pacotes de
viagens e no bronzeado da moda estão entre as razões
pelas quais mais pessoas estão desenvolvendo câncer
de pele”, disse Johnathon Major, da Associação Britânica
de Dermatologistas, à "BBC".
A entidade afirmou que, apesar de pessoas de todas
as idades estarem em risco, muitos idosos não teriam
tido conhecimento de como se proteger há quatro
décadas. Um total de 5.700 indivíduos dessa faixa
etária são diagnosticados com a doença todo ano,
em comparação a apenas 600 pessoas em meados
de 1970. A organização informou que a população
está recebendo mensagens de saúde pública, explicando
os perigos do sol.
Cerca de 13.300 pessoas são diagnosticadas com melanoma
maligno - a forma mais grave de câncer de pele - a cada ano,
no Reino Unido, e 2.100 vidas são perdidas para a doença anualmente.
No Brasil, o câncer de pele é o mais incidente. Segundo dados
do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o carcinoma
basocelular e epidermoide são os mais comuns e
correspondem a 70% e 25%, respectivamente, dos casos
totais de câncer de pele. O câncer de pele não melanoma
é mais frequente em adultos, com picos de incidência por
volta dos 40 anos. Já o melanoma tem incidência menor
(cerca de 4% dos casos). No entanto, corresponde à maioria
dos casos de morte por câncer de pele.
“É preocupante ver as taxas de melanoma aumentando
a um ritmo tão rápido, e em todos os grupos etários”,
colocou o diretor do instituto do Cruk, Richard Marais.
“É importante que as pessoas tenham atenção com sua
pele e peçam a opinião de um médico se virem quaisquer
alterações nos sinais, pintas ou até mesmo nas áreas
normais da pele. O melanoma é frequentemente
detectado nas costas dos homens e nas pernas das
mulheres, mas pode aparecer em qualquer parte do corpo.”
Segundo o estudo, queimar-se no sol apenas uma vez
a cada dois anos pode aumentar as chances de desenvolver
melanoma maligno. Nesse sentido, Julie Sharp, chefe de
informação da saúde no CRUK, alertou que é possível ter
queimaduras em casa da mesma forma que temos quando
de férias, então é necessário sempre passar um tempo na
sombra, usar uma camisa e um chapéu para proteger a pele
e aplicar regularmente filtro solar de fator 15 pelo menos.
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