Gânglios indolores na axila, que aumentam por semanas seguidas, devem ser motivo de cuidado
Atenção aos gânglios do pescoço, virilha, axilas, pelve, abdôme e tórax. Eles podem ajudar na identificação precoce do linfoma, tipo de câncer que acomete essas glândulas, importantes na defesa do organismo. De acordo com o médico Décio Lerner, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), gânglios indolores e aumentados por semanas consecutivas devem ser motivo de alerta.
“Os gânglios costumam aumentar quando o paciente tem uma infecção, como de garganta, por exemplo. Eles são células de defesa e aumentam de tamanho para combater infecções. Mas gânglios que persistem aumentando por semanas e não são dolorosos merecem uma investigação médica”, diz Lerner.
Segundo o médico, há dois tipos de linfomas: linfomas de Hodgkin e linfomas não-Hodgkin. “A detecção precoce é muito importante para o diagnóstico e cura. Hoje, entre 80 e 90% dos linfomas de Hodgkin podem ser curados com quimioterapia. Já os não-Hodgkin podem ser mais agressivos e causar a morte de um paciente em menos de três meses”, afirma o médico. Segundo ele, os sintomas da doença podem provocar sudorese noturna excessiva, febre, coceira na pele e perda de peso inexplicada.
Estudos apontam que a incidência da doença está aumentando. Apesar disso, uma pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha revela que mais da metade dos cariocas não conhece o assunto. Quando perguntados se já ouviram falar sobre os linfomas, 65% afirmaram nunca ter ouvido nada a respeito. E entre os que mencionaram ter informações sobre a doença, 89% não sabiam citar sequer um sintoma.
ALTAS TAXAS DE CURA
“A incidência dos linfomas cresceu, nas últimas duas décadas, cerca de 4% a 5% ao ano. Uma incidência cada vez maior na população mundial. O problema é que muita gente desconhece a doença que hoje em dia tem altas taxas de cura quando diagnosticada precocemente”, afirma Carlos Chiattone, professor de Hematologia da Santa Casa de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.
Doença ainda é pouco conhecida no Brasil
Ao contrário do que mostram os números em diversos países, a pesquisa, encomendada pelo Laboratório Roche, em que foram ouvidas 910 pessoas em 10 capitais, demonstrou que 67% dos entrevistados no Brasil acreditam que a leucemia é mais freqüente do que os linfomas. No Rio, 69% dos entrevistados têm a mesma percepção. “Essa percepção é equivocada, já que nos EUA os linfomas são o quinto tipo mais freqüente em homens e mulheres, já a leucemia, é a nona no ranking americano”, afirma Chiattone. “Alguns especialistas afirmam que os linfomas são até seis vezes mais freqüentes que a leucemia”.
Fonte: O Dia
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