Antes considerada uma doença de adolescentes, a enfermidade começa a atingir mulheres maduras, vítimas também da pressão por um corpo perfeito
Tâmara MenezesRecentemente, uma pesquisa da Universidade da Carolina do Norte (EUA) deu uma ideia da dimensão do problema. Publicado no “International Journal of Eating Disorders”, o estudo registrou que 70% das mulheres de meia-idade estavam insatisfeitas com seu peso e 3,5% mostraram sintomas da doença. Pela internet, 1.849 americanas com idade média de 59 anos responderam a um questionário sobre autoimagem: 84% se disseram insatisfeitas com a barriga e dois terços consideraram que o peso atrapalha sua vida. Para lidar com isso, optam por restrições alimentares constantes. A insatisfação, em alguns países, é chamada de “Síndrome da Dona de Casa Desesperada”, em referência à série de tevê a cabo “Desperate Housewives”, na qual as personagens eram donas de casa com aparência jovial e vidas supostamente perfeitas. “A pesquisa mostra que distúrbios alimentares e preocupação com a aparência do corpo não podem ser considerados com base na idade”, disse Cynthia Bulik, líder do trabalho. “As autoridades de saúde devem estar alertas de que são questões que podem influenciar o bem-estar físico e psicológico na maturidade também.”
As consequências da enfermidade para a mulher mais velha são graves. “Elas sofrem as mesmas pressões sobre o corpo numa idade em que perder peso é mais difícil”, pondera Salles. No fim das contas, a imagem jovem almejada dá lugar a um envelhecimento ainda mais veloz, impulsionado pela piora na alimentação. A atrofia muscular e o enfraquecimento ósseo se agravam, assim como a perda de massa muscular. A desnutrição também reduz a imunidade contra doenças. Quem sofre com desordens alimentares ainda pode ter a função cognitiva reduzida. Também há mais risco de ter distúrbios metabólicos (como a carência de potássio e de cálcio) e arritmias cardíacas. Já as irregularidades na menstruação, que na adolescência soam como alerta, deixam de ser referência, já que, dos 50 anos em diante, as oscilações no ciclo menstrual são normais.
Um comentário:
Amigo, essas doenças que acometem o nosso tempo.
Ditames de uma sociedade veloz e perfeccionista nas aparências...
Fragilidades que acometem os seres humanos sem distinção de classe, credo, raça, cor... e demais.
Vou partilhar este artigo, pois deve ser lido e relido além de muito repensado.
Um abraço!!!
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