12.06.2012

Orquídeas públicas

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Um trio de amigos, entre eles o advogado paulistano Paulo Visani, começou a resgatar orquídeas do lixo e amarrá-las em árvores de São Paulo. A repercussão na mídia deu ao projeto seguidores espontâneos

Texto Mariana Mello | Fotos Tati Abreu
Quando você caminhar por qualquer região da capital paulista e se deparar com orquídeas amarradas em árvores, agradeça ao advogado Paulo Visani. Há quatro anos, na companhia da paisagista Adriana Irigoyen e do engenheiro agrônomo Mario Bertinatto, ele passou a recolher orquídeas dos lixos voluntariamente e a prendê-las nas árvores do canteiro central da avenida Nove de Julho. “Muita gente não sabe que a orquídea floresce várias vezes e a joga no lixo, o que é umabsurdo”, diz. Hoje vivendo em Londres, Adriana conta que, no começo, eles pediam ajuda aos vizinhos e conhecidos para que coletassem orquídeas descartadas. Com o tempo, passaram a receber doações de empresas de flores. “Na época, saímos na mídia e inspiramos as pessoas. A ideia não era sermos protagonistas, mas difundir a prática, deixar um legado”, conta Adriana. E conseguiram. Exemplo de seguidor é o segurança alagoano Paulo Barros de Oliveira, 39 anos, que trabalha na rua Bélgica, no Jardim Europa, e responde por centenas de exemplares amarrados nas árvores das redondezas. “Cuido delas melhor do que muito jardineiro”, diz. Quer fazer igual em seu bairro? A dica da paisagista Claudia Muñoz é escolher uma árvore que proteja a planta do sol, do vento e da chuva. “Prenda com barbanteemolhe uma vez por semana. Com o tempo, as raízes irão se fixar no tronco e crescerão naturalmente”, explica. E não desanime: as flores das orquídeas florescem apenas uma vez por ano.
O advogado Paulo Visani, um dos idealizadores do movimento Caçadores de Orquídeas
O segurança Paulo Barros  de Oliveira, que resgata e toma conta de orquídeas descartadas na rua Bélgica, no Jardim Europa, em São Paulo

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