Aparelhos sofisticados permitem detecção precisa e soluções mais rápidas de problemas dentários
Monique Oliveira
VISÃO
O dentista Milton Raposo utiliza aparelho que amplia imagem de dente
A auxiliar de enfermagem mineira Elizete Rodrigues de Souza, 27 anos,
foi ao dentista para fazer apenas mais uma limpeza anual nos dentes,
seguindo a recomendação ideal desses profissionais para aqueles que
querem manter a saúde dos dentes e não ter surpresas de tratamentos
onerosos no futuro. “Mas dessa vez fiquei horrorizada”, conta. “Apesar
dos meus cuidados, vi meu dente cheio de tártaro e infiltrações.” A
diferença para essa última visita em relação às anteriores é que, agora,
Elizete viu sua arcada dentária por meio de um monitor dotado de uma
câmera que amplia o tamanho das imperfeições em até 60 vezes. “Saí com
um canal a ser feito e mais consciência da escovação”, afirma.
A tecnologia que beneficiou Elizete começa a se difundir no País,
junto com outras, capazes, por exemplo, de agilizar tratamentos antes
finalizados em semanas. “A câmera nos ajuda a enxergar o que nem sempre
era possível ver apenas com o espelho de aumento”, explica o dentista
Milton Raposo, de São Paulo, que utiliza o método. “Mas o principal
ganho é a maior adesão dos pacientes ao tratamento”, diz.
Tecnologia semelhante está sendo usada para facilitar a confecção de
próteses mais personalizadas. Uma delas é o scanner intraoral, que faz
uma fotografia completa do dente em três dimensões. O método dispensa o
tradicional molde feito em massa. “O paciente não sente náuseas e o
resultado final é mais duradouro”, explica Tadeu Olinto Andretta,
especialista em implantes e professor da Faculdade de Tecnologia de Sete
Lagoas, em Minas Gerais. “A qualidade final da prótese também é
superior.”
Também há ganho de tempo em próteses que anteriormente demandavam
várias visitas a laboratórios e provas para adaptação aos dentes. “O
processo era manual e rudimentar”, diz o dentista Christian Coachman, de
São Paulo. Ele usa um método que utiliza fotos, vídeos e entrevistas
com pacientes. Os dados são processados em computador e enviados ao
protético. “O resultado é uma prótese mais harmônica e adaptada ao
sorriso.” Outra técnica, chamada de CAD/CAM, conta com um computador, um
scanner e uma máquina que constrói, em duas horas, a coroa de cerâmica,
estrutura antigamente feita em metal para corrigir irregularidades no
dente. Antes, o procedimento poderia levar semanas para ser finalizado.
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