A Consciência da Qualidade
Por Antonio Celso da Costa Brandão
Tecnologista Senior / Fiocruz - Farmanguinhos. Especialista em Gestão da Qualidade
Professor de Pós no ICTQ.
A globalização se colocou de forma inexorável no mercado, passando a
determinar o seu comportamento e fazer parte do novo cenário mundial,
desenvolvendo altos níveis de competitividade, obrigando as economias a
reverem suas estratégias operacionais.
Tecnologista Senior / Fiocruz - Farmanguinhos. Especialista em Gestão da Qualidade
Professor de Pós no ICTQ.
A Qualidade é percebida como função que viabiliza e define o sistema
continuado das ações de melhoria da qualidade. Este sistema faz parte de
um processo contínuo de verificação e correção de produtos e processos,
tem uma função estratégica na organização.
A gestão da qualidade deve estar adaptada à realidade e missão de cada
empresa, não deve ser um pacote fechado, que bloqueie a criatividade.
O fator humano é a base de sustentação da empresa para a implantação e a
continuidade da gestão da qualidade. No mundo competitivo de hoje, não
sobrará espaço para aqueles que não se prepararem para atingir níveis de
eficiência e qualidade.
Neste novo cenário as regras mais importantes podem ser definidas da
seguinte forma: quem não tiver eficiência e qualidade, será banido do
mercado. O Brasil como as demais economias do mundo, encontra-se exposto
no cenário competitivo internacional e, portanto, precisa investir no
conhecimento tecnológico e no treinamento dos seus recursos humanos.
Um dos caminhos para se atingir a eficiência é a Gestão da Qualidade
Total, através do qual a empresa terá condições de aumentar sua
produtividade, possibilitando o alcance da competitividade e assegurando
a sua sobrevivência.
O desenvolvimento da Qualidade deve ser iniciado através do treinamento
contínuo dos funcionários, visando uma mudança de comportamento e
atitudes em relação aos métodos de trabalho.
A Qualidade Total, segundo Alex Damazio, é basicamente, o princípio e a
própria ação para a mudança de comportamento e de atitudes em relação
aos métodos de trabalho.
Os princípios que regem a filosofia da Qualidade Total se baseiam nos
princípios da satisfação dos clientes, gerência participativa,
desenvolvimento dos recursos humanos, constância de propósitos, melhoria
contínua, gerência de processos, delegação de poderes, gerência de
informação e comunicação, garantia da qualidade e busca da perfeição.
Estes princípios deverão ser observados e adaptados à realidade de cada
empresa em ações diárias, sejam elas estratégicas ou operacionais.
Os maiores obstáculos à implantação da Gestão da Qualidade são os
paradigmas definidos como um modelo de normas e regras de comportamento
que criam barreiras às mudanças por insegurança e conservadorismo,
principalmente dos funcionários mais acomodados, que não entendem os
avanços como um benefício às suas tarefas.
Embora todos reconheçam que as mudanças são necessárias, há uma crença
generalizada de que a implantação da filosofia da qualidade provoque
mudanças no paradigma.
Na maioria das empresas, principalmente naquelas que tem seus objetivos
voltados para fins sociais, revela-se com freqüência pouca atenção
atribuída à pessoa humana, cujo o desempenho, comprometimento e esforços
são essenciais tanto para a qualidade dos produtos quanto para os
serviços prestados.
A ausência de recompensa sociais ou salariais contribui para que os
funcionários se sintam desmotivados a dar o melhor de si todos os dias.
Os resultados deste equilíbrio, entre desempenho e reconhecimento tem
levado a uma constante insatisfação e reclamação por parte dos
funcionários.
Por outro lado, a insatisfação, levando a um baixo desempenho tem
reflexo no usuário, que necessita de um excelente atendimento por parte
dos serviços.
O treinamento dado a estes funcionários, na maioria das vezes, é de
caráter teórico, uma vez que as condições físicas e materiais contrastam
com o objetivo das metas que se deseja alcançar.
Culpar os servidores por não desempenharem bem suas funções ou por não
proporcionarem um serviço eficiente e rápido aos usuários contribui para
criar uma imagem distorcida destas pessoas, denegrindo a imagem da
coisa pública. Há que se pensar que, sendo o ser humano fator
fundamental para a implementação da Gestão da Qualidade Total, fica cada
vez mais distante atingir este degrau. A falta de um treinamento
objetivo e o distanciamento físico dos órgãos encarregados desses
treinamentos, a falta de um sistema de avaliação do grau de satisfação
dos clientes e a não participação da alta administração muitas vezes
levam a um desperdício de tempo e recursos. Por outro lado, as pessoas
treinadas não saem capacitadas a serem multiplicadoras eficientes e
líderes nos treinamentos dos subordinados. Sendo estes os responsáveis
pela prestação direta dos serviços aos clientes acabam penalizados pela
má qualidade dos serviços.
A ênfase numa administração mais política tem levado alguns serviços a
um distanciamento entre o padrão de qualidade desejável e o efetivamente
realizado.
Precisamos despertar a consciência dos dirigentes de empresas públicas e
privadas para a compreensão de que sendo o capital humano o fator
básico da empresa, é, necessário investir no aporte de conhecimentos,
cujos resultados não são apenas de ordem financeira, mas principalmente
de eficiência e de qualidade.
A implantação da qualidade surge da consciência do trabalhador para o
trabalho em equipe, com ênfase ao trabalho participativo e cooperativo.
Deve-se iniciar pela análise de problemas e a busca de solução para
então se dar início ao trabalho.
Uma das premissas básicas da Gestão da Qualidade é a valorização do ser
humano: desenvolver o potencial das pessoas e atender dentro do
possível as necessidades deve ser meta das empresas que desejam
trabalhar com qualidade.
Uma das grandes dificuldades encontradas nas empresas reside no fato
dos seus dirigentes serem, de uma forma geral, despreparados para as
funções que exijam a Qualidade Total, como meta a ser alcançada Uma
outra reside na excessiva preocupação em apresentar - gráficos e
relatórios - que demonstrem haver ultrapassado metas de gestões
anteriores, reduzindo a qualidade a um plano secundário
Ref.
Ref.
DEMING, W.E.
Qualidade: A revolução da
administração
Rio de Janeiro, Editora Marques
Saraiva, 1990.
FLEURY, A.
Qualidade, produtividade
e competitividade: abordagem
comparativa entre França e Brasil
Leia mais: ictq.com.br http://ictq.com.br/portal/colunas-materias/a-consciencia-da-qualidade-104#ixzz2lgR5OLAt
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