11.29.2013

“Perseguição contra professora da Fatec é ridícula”, diz sindicato

Entidade promete dar apoio jurídico para educadora assediada e diz que os textos usados em sala de aula, criticados pelo “viés ideológico”, pecam por fazerem as pessoas pensar


"Tanto Mar" - Chico Buarque, falando e cantando - YouTube

"Tanto Mar" foi composta por Chico Buarque de Hollanda para homenagear o 25 de Abril de 1974 ...


Chico Buarque no clipe da música Tanto Mar, inspirada na Revolução dos Cravos, de 1974
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), Silvia Elena de Lima, classifica como “ridículo” o episódio de perseguição sofrida por uma professora da Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) por usar materiais com “viés ideológico” em sala de aula. A campanha contra ela teve início com a publicação de um post no blog “Escola Sem Partido”.
No post, a professora de Comunicação e Expressão na Fatec de Barueri, Cléo Tibiriçá, é acusada de colocar em prática um “plano de ensino” para criar “a maior aversão possível a tudo o que não se identifique com uma visão esquerdista ou progressista da sociedade, da cultura, da economia e da história”.
Na lista estão artigos publicados no site de CartaCapital e textos do historiador marxista Eric Hobsbawn, do sociólogo da USP Ruy Braga, do economista Fernando Nogueira da Costa e a música “Tanto Mar”, de Chico Buarque.
“Chamar este material de subversivo é uma das histórias mais ridículas que já ouvi na minha vida”, disse a presidenta do sindicato.
Segundo ela, a entidade considera a campanha contra a professora uma afronta e já cobrou uma atitude da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo sobre o caso. O sindicato pretende também ajuizar uma ação na Justiça por assédio contra a professora.
“A professora está muito assustada”, disse Elena de Lima. Para ela, o material não tinha viés ideológico algum. “Os textos criaram um incômodo porque faz as pessoas pensarem. Não tinha nenhuma leitura proibida. Não tem nada que precisa ser queimado, pelo contrário: são autores de primeira linha, que todos deveriam conhecer”.


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