Animal doméstico ajuda no desenvolvimento emocional e afetivo, fortalece sistema imunológico e ensina lições de responsabilidade à garotada
A partir dos 4 anos, crianças já podem cuidar dos pets, sempre supervisionadas por um adulto. Professora de Clínica Médica de cães e gatos da Universidade Federal Fluminense, Maria Cristina Nobre e Casto explica que alimentar, dar água, limpar fezes e urina e levar para passear são ações que desenvolvem o senso de responsabilidade nos pequenos.
Ela lembra que os pets, quando
vacinados anualmente e submetidos a tratamento contra vermes, apresentam
risco mínimo de transmissão de doenças. Cachorros pequenos vivem cerca
de 15 anos e os grandes, 10. Já gatos vivem entre 15 e 20 anos. “Se a
rotina da família for muito agitada, o gato é uma boa opção. Eles são
bastante carinhosos e exigem menos atenção do que o cachorro”, disse.
Para Evelyn Kuczynski, psiquiatra da infância e
adolescência da Universidade de São Paulo, a responsabilidade pelo
bichinho gera nas crianças habilidades ligadas a afeto, cuidado,
atenção, responsabilidade, organização e controle de impulsos. Além
disso, pequenos que têm bichos em casa apresentam menos chance de
desenvolver fobia a animais, quadro frequente na infância.“Não são raros os casos de crianças que vivem com pais separados e com brigas terem no pet a única relação afetiva desinteressada que não gera conflitos”, aponta.
Ainda segundo Evelyn, a morte do animal não deve ser ocultada e pode servir como aprendizado. Para ela, é contraindicado camuflar a perda e substituir o bichano por outro igual. “Com a morte, a criança aprende que todos, inclusive ela, morrem um dia, e esse sentimento é natural e saudável”, explica.
Os benefícios vão além dos psicológicos. A presença de pets não aumenta o risco de alergias. Pelo contrário, fortalece o sistema imunológico, diz Jorge Andrade Pinto, do Departamento de Alergia e Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. “O contato com os micro-organismos do animal estimula o sistema de defesa da criança e faz com que ele fique mais fortalecido”, afirma. Para os que já são alérgicos, a regra é manter distância dos pêlos.
Na rotina das irmãs Isabela e Juliana, de 10 e 7 anos, há atividades como dar água e comida para Mel e Zeca, dois cães da raça Golden Retriever. “Cão não é brinquedo. Elas aprendem a valorizar a vida e a cuidar dela”, opina o pai delas, o fotógrafo Pedro Scliar, 36 anos. A família ainda tem o simpático jabuti Horácio, 80 anos.
Quatro patas nos hospitais
Benefícios para crianças, em casa, e também para pacientes, em hospitais. Desde julho, funciona no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) o ‘Projeto Pelo Próximo, Solidariedade em 4 patas’, que usa cães no tratamento de pessoas com esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão. É a primeira ação do tipo em uma unidade pública do Rio.
“A interação social melhorou e houve um aumento do ânimo. Quando estão com os animais, os pacientes psiquiátricos se mostram mais abertos e até falam sobre coisas que normalmente não falariam”, disse a médica Ariana Almonfrey.
O contato com os bichanos não substitui a medicação dos pacientes, mas permite a redução da quantidade de remédios, em alguns casos.
AVES não devem ser criadas em cativeiro. Para que crianças tenham contato com elas, a alternativa é colocar reservatório de água com açúcar para atrai-las até a janela.
GATOS são muito amorosos, caso sejam acostumados desde cedo com a criança.
APARTAMENTO
- PUG - recomendado para crianças mais calmas, é menos agitado.
- VIRA-LATA - sem raça definida, não é possível prever seu temperamento.
- TECKEL (linguiça) - ativo e brincalhão, porém pode se machucar ao subir e descer escadas, porque a coluna é longa.
- POODLE - médio porte, forte e inteligente. Brincalhão quando se acostuma com a criança.
- SHIH-TZU - pequeno, gosta de receber carinho e se adapta bem a ambientes reduzidos.
CASA COM ESPAÇO
- LABRADOR - grande porte, muito afetuoso, brincalhão, gosta de interagir e aprende com facilidade. Ideal para casas.
- GOLDEN RETRIEVER - semelhante ao Labrador, porém com pelo comprido. É agitado e brincalhão.
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