Pontífice reafirmou posicionamento em sua Exortação Apostólica, primeiro documento escrito totalmente por ele
Itália - O papa Francisco disse nesta
terça-feira que não se deve esperar que a Igreja Católica mude de
posição sobre o aborto e reforçou a defesa da vida que está por nascer.
Segundo ele, essa questão não está sujeita a reformas ou modernizações.
Também defendeu a igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas
posicionou-se pelo sacerdócio exclusivamente masculino.
"Não é progressista pretender
resolver os problemas eliminando uma vida humana", explicou o pontífice
na exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho, em
português), a primeira após os trabalhos do Sínodo dos Bispos em outubro
de 2012, dedicado à Nova Evangelização para a Transmissão da Fé.
O papa reconheceu, no entanto, que
"pouco tem sido feito para acompanhar as mulheres que se encontram em
situações muito duras, em que o aborto se apresenta como uma rápida
solução para as suas profundas angústias, particularmente quando a vida
que cresce dentro delas surgiu como fruto de uma violação ou em um
contexto de extrema pobreza".
"A Igreja quer cuidar com predileção
das crianças por nascer, que são as mais indefesas e inocentes de todos,
a quem hoje se quer negar a sua dignidade humana para fazer com elas o
que se queira, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que
ninguém o possa impedir", disse o papa Francisco.
Para o pontífice, a rejeição ao
aborto supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e
inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento.
No documento, o papa defendeu também a presença mais incisiva das
mulheres na Igreja Católica, mas descartou a possibilidade do acesso
feminino ao sacerdócio.
Para ele, as reivindicações de
igualdade de direitos das mulheres em relação aos homens são legítimas e
impõem à Igreja "profundas interrogações que a desafiam e que não se
podem iludir". Ainda assim, de acordo com ele, não se pode mudar a
premissa de que o sacerdócio é reservado aos homens.
Na exortação, o papa abordou ainda a
família e se posicionou contrariamente ao "individualismo pós-moderno e
globalizado, que favorece um estilo de vida que desnaturaliza os
vínculos familiares". No documento, Francisco também mencionou os jovens
e pediu que eles sejam ouvidos.
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