As
doenças do aparelho circulatório são a principal causa de mortalidade
no País. E o colesterol elevado, segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia, é um dos principais fatores de risco, precisando ser mais
bem controlado, para prevenir males como o infarto agudo do miocárdio e o
AVC (conhecido como “derrame cerebral”). Na semana passada
a Associação Americana do Coração recomendou mudanças radicais na forma
de controlar o colesterol e desde setembro último, os valores de
recomendação do chamado colesterol ruim (LDL-C) foram alterados pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) por meio da “V Diretriz
Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose”. Isso deve
levar a um crescimento significativo de pessoas que usarão medicamentos
para controlar o colesterol – em especial a rosuvastatina cálcica,
considerada a substância mais eficaz atualmente para agir na redução do
LDL-C e com baixíssimos efeitos colaterais. Segundo o Dr. Hermes T.
Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose, da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (DA-SBC) o controle do colesterol é uma das
formas mais simples de prevenir as doenças do coração. “Além disso, as
novas substâncias no mercado são de fato muito eficientes no controle do
colesterol, sendo as estatinas a opção preferencial. E a rosuvastatina é
o fármaco mais potente dessa classe”, diz ele. Segundo o médico,
possivelmente seu uso deverá crescer entre os pacientes com indicação de
redução dos níveis de LDL-Colesterol. De acordo com o Dr. Antonio
Gobbi, gerente médico da Torrent do Brasil, um dos laboratórios que
comercializa a rosuvastatina no Brasil, além de diminuir os índices do
LDL-C, o chamado “colesterol ruim”, pode também, aumentar o HDL-C,
considerado o “bom colesterol”. A eficácia da droga, diz o Dr. Gobbi,
está comprovada também por diversos estudos clínicos internacionais. Um
deles mostrou que após dois anos de uso de rosuvastatina, as placas de
ateroma já formadas foram consideravelmente diminuídas. A aposta no
crescimento do uso da rosuvastatina tem como uma de suas principais
bases um estudo denominado JUPITER. De acordo com o Dr. Hermes, “este
estudo demonstrou de forma inequívoca que reduções do LDL-Colesterol
superiores a 50% promovem redução de 44% nos eventos cardiovasculares em
homens e mulheres. Antes desse estudo, essas pessoas não teriam a
recomendação de baixar seus níveis de colesterol com medicação”,
explica.
O que mudou –
Pela nova diretriz da SBC, a taxa do colesterol ruim agora não deve
ultrapassar o valor de 70 mg/dL para pacientes de alto risco. Antes, a
referência era de 100 mg/dL. O risco é maior para quem tem doença
cardiovascular, diabetes, doença renal crônica ou histórico na família.
As mortes por infarto agudo do miocárdio têm aumentado entre as
mulheres. Segundo a SBC, em cada 10 mortes, quatro são mulheres. Há 50
anos, eram nove homens para uma mulher. Já, a novidade da nova diretriz
americana, que causou maior impacto, foi a recomendação para o uso das
estatinas, agora, não somente visando a redução do colesterol, mas como
agentes terapêuticos diretos e efetivos na redução do risco da doença
aterosclerótica cardiovascular. Segundo Dr. Hermes, de maneira arrojada e
pragmática, a nova diretriz americana retira as metas de tratamento,
apontando que pacientes sob risco deverão receber estatinas em doses
potentes capazes de reduzir os níveis de LDL-C em cerca de 50% e que
isso seria suficiente para garantir os benefícios do tratamento. “Com as
duas novas diretrizes, acredito que um número maior de pessoas deverá
ser tratada e isso terá grande impacto na saúde da população e na
atuação dos médicos”, afirma Xavier.
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