Fifa aguarda laudos sobre o acidente no Itaquerão para decidir local do primeiro jogo do mundial de 2014
TerraEm caso de preocupação com atrasos, segundo a publicação, a Fifa considera a ideia de abandonar essa ampliação, o que faria com que São Paulo perdesse não somente o jogo de abertura, mas também uma das semifinais. Assim, receberia quatro dos 64 jogos da Copa do Mundo, nenhum deles da Seleção Brasileira.
A avaliação da Fifa, de acordo com o jornal, é de que não seria difícil transferir partidas de São Paulo para Rio de Janeiro, Brasília ou Belo Horizonte. Oficialmente, a entidade não se posicionou sobre o assunto, à espera dos laudos sobre a tragédia ocorrida na quarta-feira.
Nenhuma tragédia deve ser esquecida em uma noite. Porque ela implica em uma série de reflexos e sinais sobre o comportamento humano e o que, de fato, podemos aprender com ela. Não é diferente com a queda da cobertura do futuro estádio do Corinthians, que resultou em duas mortes.
O torcedor sente a necessidade de expor em segundos suas opiniões sobre tudo que acontece no futebol. E se vê no direito de apelar para qualquer piada com viés clubista. Surgiram então os mais asquerosos tweets, posts, comentários em portais troçando com o episódio. A imbecilidade revestida de rivalidade.
Mas quem é obrigado a assumir responsabilidades por esse triste acontecimento também é capaz de revelar sua pior face.
O repórter Daniel Vasques, da Folha de S. Paulo, afirma ter sido ofendido e agredido pelo ex-presidente Andres Sanchez e funcionários do Corinthians. Diz ter levado socos e pontapés até apagar os registros de um dos celulares que carregava. Na coletiva, Andres ainda criticou quem busca informações sobre o estádio por outras fontes que não sejam ele próprio e a Odebrecht.
Não existe democracia para Andres Sanchez. Existe o desejo do controle absoluto em tudo que está envolvido. E a patética tentativa de doutrinar a imprensa é um sinal inequívoco de como o futebol brasileiro se afasta da transparência em relação a assuntos complexos. Afinal, estamos falando do estádio que abrirá a Copa do Mundo de 2014. Mas, para o dirigente, não há espaço para questionamento sobre verbas públicas, vistorias, segurança, influências políticas.
Andres adota a filosofia única: “Se me contestam, estão contra toda a nação corintiana”. E abusa da grosseria, ironia e desinformação quando não se depara com aduladores, e sim com veículos que fazem um trabalho jornalítsico sério. Ele não é o único. Políticos, cartolas e ex-jogadores que integram o Comitê Organizador da Copa adotam práticas semelhantes – ainda que menos agressivas – de desqualificar qualquer debate. Como se a Copa do Mundo no país fosse o maior presente que os brasileiros poderiam ganhar e a crítica ganhasse sempre a conotação de ingratidão.
Uma morte no Estádio Nacional de Brasília. Uma morte na Arena de Manaus. Uma morte no Allianz Parque. Duas mortes na Arena Corinthians. Infelizmente, mortes na Construção Civil são mais comuns do que deveriam. Em meio a isso, clubes e empreiteiras brigam publicamente, ignoram laudos de segurança e alertas de sindicatos estaduais, aumentam os custos dos projetos e transformam os investimentos em grandes incógnitas. Se for esse o legado para a próxima Copa do Mundo, já podemos nos considerar derrotados.
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