11.13.2013

MITOS E VERDADES SOBRE O INFARTO

Mitos e verdades sobre o infarto

Tudo o que você precisa saber sobre o infarto, problema que atinge mais de 300 mil pessoas por ano.

Parece um problema do passado, mas, está cada vez mais comum ver jovens e idosos morrendo de infarto. Os números são realmente alarmantes. Problemas cardiovasculares atingem mais de 300 mil pessoas por ano e está é a principal causa de morte no Brasil. Entre os sintomas, o mais comum é o aperto no peito irradiado para os membros superiores e pescoço.
"A visita ao médico e a realização de exames de rotina auxiliam o cardiologista a detectar se o paciente está dentro do grupo de risco de um infarto agudo do miocárdio e a sugerir ações e tratamentos para prevenir futuros danos ao coração", esclarece o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Humberto Freitas.
Segundo o especialista, as pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o infarto agudo do miocárdio e dificuldades em reconhecer os sintomas de uma alteração cardíaca. Para esclarecer a população sobre o assunto, o especialista explica alguns mitos e verdades:
Quem ronca, tem predisposição ao infarto
Mito. Entre os distúrbios do sono, apenas a apneia pode contribuir com o infarto agudo do miocárdio. Isso porque a pessoa tem a respiração interrompida por mais de 10 segundos, por várias vezes, enquanto dorme. A apneia interfere na circulação do oxigênio no organismo, o que prejudica o bom funcionamento do coração.
Aspirina ajuda a salvar a vida de quem está enfartando
Verdade. Os efeitos do medicamento em casos de emergência ou prevenção do infarto agudo do miocárdio são cientificamente comprovados, mas apenas um médico poderá fazer essa recomendação a um paciente de risco. O uso indiscriminado da aspirina é muito perigoso e pode gerar hemorragias.
Uma pessoa pode enfartar e não perceber
Verdade. A maioria das pessoas sabe identificar apenas o sintoma básico do infarto agudo do miocárdio: aperto no peito irradiado para os membros superiores e pescoço. Outros sintomas, como dor na boca do estômago e náuseas, podem ser interpretados erroneamente pelo paciente, por exemplo, como gastrite. Por isso, em caso de suspeita, a pessoa deve ir imediatamente ao hospital para realização de um eletrocardiograma, exame que detecta o infarto agudo do miocárdio.
Quem sofre um infarto não pode praticar atividade física
Mito. É parte da reabilitação do paciente que sofreu um infarto agudo do miocárdio praticar atividade física. O médico responsável pelo caso vai avaliar qual o melhor programa. O especialista pode indicar diversas atividades, entre elas a prática de exercícios em academias especializadas na reabilitação de pacientes ou leve caminhada em ruas ou parques.
O infarto agudo do miocárdio atinge mais homens do que mulheres
Mito. A mortalidade de homens por infarto agudo do miocárdio é maior na população mais jovem, mas, com o envelhecimento, o índice de mulheres vítimas supera o de homens devido à diminuição dos hormônios ocasionada pela menopausa. A partir dos 70 anos, as mulheres passam a ser as principais vítimas.
Forte emoção pode provocar infarto
Verdade. Em pessoas com predisposição, uma forte emoção ou situação de grande estresse pode desencadear um infarto agudo do miocárdio. Os eventos são relativos e vão desde jogos de futebol, para os apaixonados pelo esporte, até a perda de um membro da família.

Saiba mais sobre o infarto :

O que é Infarto?

Sinônimos: Infarto agudo do miocárdio, Parada cardíaca, Ataque cardíaco
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio.
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do coração é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam isso de infarto do miocárdio.
Infarto: saiba como acontece um ataque cardíaco

Causas

A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo sanguíneo que bloqueia uma das artérias coronárias. As artérias coronárias levam sangue e oxigênio para o coração. Se o fluxo sanguíneo estiver bloqueado, o coração ficará sem oxigênio e as células cardíacas morrerão.
ADAM A maioria dos ataques cardíacos é causada por um coágulo sanguíneo que bloqueia uma das artérias coronárias
Um substância dura chamada placa pode se acumular nas paredes de suas artérias coronárias. Essa placa é constituída de colesterol e outras células. O ataque cardíaco pode ocorrer devido ao acúmulo de placa.
  • A placa pode desenvolver fendas ou lacerações. As plaquetas sanguíneas grudam nessas lacerações e formam um coágulo sanguíneo. Um ataque cardíaco poderá ocorrer se esse coágulo sanguíneo bloquear completamente o fluxo de sangue rico em oxigênio para o coração. Essa é a causa mais comum de ataques cardíacos.
  • A formação lenta da placa pode praticamente bloquear uma das artérias coronárias. Poderá ocorrer um ataque cardíaco se o sangue que fluir através do bloqueio não contiver oxigênio suficiente. É mais provável que isso ocorra quando seu corpo estiver sob estresse (por exemplo, devido a uma doença grave).
A causa de ataques cardíacos nem sempre é conhecida. Os ataques cardíacos podem ocorrer:
  • Quando você está descansando ou dormindo
  • Após um aumento súbito na atividade física
  • Quando você está praticando uma atividade externa em um clima frio
  • Após um estresse físico ou emocional súbito, incluindo doenças
Consulte: Doença das artérias coronárias para conhecer os fatores de risco
O choque cardiogênico é um estado no qual o coração sofreu tantos danos que não consegue fornecer sangue suficiente para os órgãos do corpo. Essa doença é uma emergência médica.

Exames

Um médico ou uma enfermeira realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio.
  • O médico poderá auscultar sons anormais em seus pulmões (chamados de estalidos), um sopro cardíaco ou outros sons anormais.
  • Você poderá ter uma pulsação rápida.
  • Sua pressão arterial poderá estar normal, alta ou baixa.
Um exame de sangue com troponina pode mostrar se você tem lesões no tecido cardíaco. Esse exame pode confirmar se você está tendo um ataque cardíaco.
A angiografia coronária geralmente é realizada imediatamente ou quando o paciente está mais estável. Também podem ser realizados exames como o eletrocardiograma (ECG).
  • O exame usa um contraste especial e radiografias para verificar o fluxo de sangue pelo coração.
  • Isso pode ajudar o médico a decidir qual será o próximo tratamento necessário.
Outros exames para observar o seu coração que podem ser realizados enquanto você estiver no hospital:
  • Ecocardiografia
  • Teste de esforço físico
  • Teste de esforço nuclear

Sintomas de Infarto

O ataque cardíaco é uma emergência médica. Se você apresentar sintomas de ataque cardíaco, ligue para 192 ou um número de emergência local imediatamente.
ADAM Dor no peito é um dos principais sintomas do infarto
  • NÃO tente ir ao hospital dirigindo.
  • NÃO DEMORE. Há um risco maior de morte súbita nas primeiras horas após um ataque cardíaco.
A dor no peito é o sintoma mais comum de um ataque cardíaco. Você pode sentir dor em apenas uma parte do seu corpo ou ela pode se mover do tórax para os braços, ombros, pescoço, dentes, mandíbula, área do abdome ou costas.
A dor pode ser forte ou branda. Ela é descrita como:
  • Uma cinta apertada ao redor do peito
  • Má digestão
  • Algo pesado colocado sobre o peito
  • Aperto ou pressão pesada
A dor geralmente dura mais que 20 minutos. Repouso e um medicamento chamado nitroglicerina podem não aliviar completamente a dor de um ataque cardíaco. Os sintomas também podem passar e voltar.
Outros sintomas de um ataque cardíaco incluem:
  • Ansiedade
  • Tosse
  • Desmaio
  • Tontura, vertigem
  • Náusea ou vômito
  • Palpitações (sensação de que o coração está batendo rápido demais ou irregularmente)
  • Falta de ar
  • Sudorese, que pode ser muito excessiva
Algumas pessoas (idosos, diabéticos e mulheres) podem sentir pouca ou nenhuma dor no peito. Podem ainda ter sintomas pouco comuns (falta de ar, cansaço, fraqueza). Uma "doença cardíaca silenciosa" é uma doença cardíaca sem sintomas.

Buscando ajuda médica

Ligue imediatamente para o número de emergência local (como 192) se tiver sintomas de um ataque cardíaco.

Tratamento de Infarto

É mais provável que você seja tratado primeiro no pronto-socorro.
  • Você será ligado a um monitor cardíaco, de forma que a equipe médica possa verificar como o seu coração está batendo.
  • A equipe de assistência médica lhe dará oxigênio para que seu coração não precise fazer tanto esforço.
  • Uma linha intravenosa (IV) será colocada em uma de suas veias. Medicamentos e líquidos passam por essa IV.
  • Você poderá receber nitroglicerina e morfina para ajudar a reduzir a dor no peito.
Os batimentos cardíacos anormais (arritmias) são a principal causa de morte nas primeiras horas após um ataque cardíaco. Essas arritmias podem ser tratadas com medicamentos ou cardioversão.

Tratamentos de emergência

A angioplastia é um procedimento para abrir vasos sanguíneos estreitados ou bloqueados que fornecem sangue ao coração. Geralmente, um pequeno tubo metálico chamado stent é colocado ao mesmo tempo.
  • A angioplastia costuma ser a primeira opção de tratamento. Ela deve ser realizada dentro de 90 minutos após a chegada ao hospital e nunca depois de 12 horas após um ataque cardíaco.
  • Um stent é um pequeno tubo metálico que se abre (expande) dentro de uma artéria coronária. Ele é frequentemente colocado após uma angioplastia. O stent ajuda a impedir que a artéria se feche novamente.
Você pode receber medicamentos para dissolver o coágulo. O ideal seria que esses medicamentos fossem administrados até 3 horas após você ter começado a sentir a dor no peito. Isso é chamado de terapia trombolítica.
Alguns pacientes também podem ser submetidos à cirurgia de bypass cardíaco para abrir os vasos sanguíneos bloqueados ou estreitados que fornecem sangue ao coração. Esse procedimento também é chamado de cirurgia de coração aberto.

Após um ataque cardíaco

Os seguintes medicamentos são ministrados para a maioria das pessoas após sofrerem um ataque cardíaco. Eles podem ajudar a evitar outro ataque cardíaco. Consulte seu médico ou enfermeira sobre esses medicamentos:
  • Drogas antiplaquetárias (anticoagulantes), como aspirina, clopidogrel (Plavix) ou varfarina (Coumadin), para ajudar a impedir a coagulação do sangue
  • Medicamentos betabloqueadores e inibidores de ECA para ajudar a proteger seu coração
  • Estatinas ou outros medicamentos para melhorar seus níveis de colesterol
Talvez você precise tomar alguns desses medicamentos pelo resto da vida. Sempre fale com seu médico antes de interromper ou alterar o uso de todos os medicamentos. Qualquer alteração pode colocar a vida em risco.
Após um ataque cardíaco, você poderá ficar triste. Poderá sentir ansiedade e preocupação por ter que ser cuidadoso com tudo o que faz. Esses sentimentos são normais. Para a maioria das pessoas, eles desaparecem após duas ou três semanas. Você também poderá se sentir cansado após deixar o hospital e ir para casa.
A maioria das pessoas que sofre um ataque cardíaco ingressa em um programa de reabilitação cardíaca. Enquanto estiver sob os cuidados de um médico e de enfermeiras, você vai:
  • Aumentar lentamente seu nível de exercícios
  • Aprender a seguir um estilo de vida saudável

Tenha um estilo de vida saudável

Para prevenir outro ataque cardíaco:
  • Mantenha sob controle sua pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol.
  • Não fume.
  • Siga uma dieta rica em frutas, vegetais e cereais integrais e com pouca gordura animal.
  • Pratique exercícios, pelo menos 30 minutos diários e, no mínimo, 5 dias por semana (primeiro consulte seu médico).
  • Faça exames e tratamento para depressão.
  • Limite-se a uma dose por dia, se for mulher, e não mais do que duas doses por dia, se for homem.
  • Mantenha um peso saudável. Procure manter um índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9.

Expectativas

Após um ataque cardíaco, suas chances de sofrer outro é maior.
O seu estado após um ataque cardíaco depende da lesão no músculo cardíaco e nas válvulas cardíacas e do local da lesão.
Se o coração não bombear mais o sangue por seu corpo da mesma forma que costumava, você poderá ter insuficiência cardíaca. Ritmos cardíacos anormais podem ocorrer, podendo colocar a vida em risco.
Geralmente uma pessoa que teve um ataque cardíaco pode voltar lentamente às atividades normais, inclusive à atividade sexual.
Fontes e referências:
  • Anderson JL, Adams CD, Antman EM, Bridges CR, Califf RM, Casey DE Jr., et al. ACC/AHA 2007 guidelines for the management of patients with unstable angina/non-ST-elevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the 2002 Guidelines for the Management of Patients With Unstable Angina/Non-ST-Elevation Myocardial Infarction) developed in collaboration with the American College of Emergency Physicians, the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons endorsed by the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation and the Society for Academic Emergency Medicine. J Am coll Cardiol. 2007;50:e1-e157.
  • Kushner FG, Hand M, Smith SC Jr, King SB 3rd, Anderson JL, Antman EM, et al. 2009 Focused Updates: ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients WithST-Elevation Myocardial Infarction (updating the 2004 Guideline and 2007 Focused Update) and ACC/AHA/SCAI Guidelines on Percutaneous Coronary Intervention(updating the 2005 Guideline and 2007 Focused Update): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2009 Dec 1;120(22):2271-306. Epub 2009 Nov 18.
  • Antman EM. ST-segment elevation myocardial infarction: pathology, pathophysiology, and clinical features. In: Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P, eds. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 9th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsever; 2011:chap 54.
  • Cannon CP, Braunwald E. Unstable angina and non-ST elevation myocardial infarction. In: Bonow RO, Mann DL, Zipes DP, Libby P, eds. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 9th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsever; 2011:chap 56.

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