O presidente interino também voltou a defender a Operação Lava Jato e disse crer que mais nenhum ministro será tragado pelas investigações. Mas se o Machado provar o encontro na base aérea com o Machado e o rastreamento da grana (um milhão e meio de reais) para o então candidato à prefeitura de São Paulo, vai ficar ruim para o golpista Temer.
Ele(Temer) diz, mas ninguém acredita, que voltou a defender a continuidade da Operação Lava Jato, garantindo que o governo interino não vai interferir no curso das investigações da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba. "O Executivo interino jamais poderia interferir no Poder Judiciário", disse.
O presidente interino também disse acreditar que mais nenhum integrante do primeiro escalão do governo interino será derrubado pelas investigações da Lava Jato. Em 40 dias no Palácio do Planalto, Temer perdeu três ministros interinos. Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) caíram após serem flagrados criticando a operação lava jato, em gravações feitas por Machado. A delação do ex-presidente da Transpetro também contribuiu para a última baixa na equipe interina de de Michel Temer: a saída do ex-ministro interino do Turismo Henrique Alves do governo.
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Dilma - Na entrevista à Globonews, Temer criticou a proposta de novas eleições que tem sido aventada pelo entorno da presidente Dilma Rousseff. "Não acho útil para a senhora presidente [propor novas eleições]. Porque, no instante em que ela diz que aceita um plebiscito para eleições, é porque ela tem o direito de voltar para o governo em que foi eleita por 54 milhões de votos",
Questionado se não seria um ato "mesquinho" retirar da presidente o direito ao uso de jatinho oficial, Temer lembrou que estão autorizados os deslocamentos de Brasília até Porto Alegre, onde Dilma tem residência, mas classificou como esdrúxula a concessão do benefício em favor da campanha contra o processo de golpe. "A senhora presidente tem o Alvorada, o Torto, e tem aviões para deslocamento ao estado [dela]. Convenhamos, ela não está no exercício. Usaria aviões para fazer campanha contra o golpe. Não tem atividades de natureza governamental. É uma situação esdrúxula usar avião oficial para denunciar 'golpe'".
Cunha - Sobre o limbo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado de seu mandato parlamentar e da presidência da Casa, o presidente interino observa "um complicador, porque é interessante que a Câmara defina logo seu destino". "Apesar das dificuldades internas", ressalvou, "não estamos tendo dificuldades para aprovar os projetos."
Impostos - Na entrevista, Michel Temer disse estar "segurando" a criação de novos impostos e destacou a proposta de um teto para os gastos públicos, condicionado ano a ano pela inflação. "Estou segurando isso [novos impostos]. O acordo que fizemos relativo ao teto, formatado pela Fazenda e o Planejamento será muito útil ao país, mas não basta que a União estabeleça um teto. Os estados também ficarão sujeitos ao teto", afirmou.
Eleições municipais - Contrário à restrição das doações eleitorais a pessoas físicas, posta em prática pela primeira vez este ano, o presidente interino entende que há uma "criminalização das doações feitas por pessoas jurídicas". "Esta eleição municipal vai ser palco para experiências. O que acontecer vai dar um norte para as eleições a deputado, presidente. Eu, pessoalmente, não tinha nenhuma objeção a doações de pessoas jurídicas. Se uma empresa resolve apoiar um partido, ela deve doar àquele partido. Isso é um gesto de opinião", disse Temer.
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