Cientistas investigam a influência dos genes no modo como cada um manifesta o sentimento e apontam de que forma o seu controle ajuda as pessoas a ter uma vida mais saudável
Rachel CostaO aborrecimento de ficar preso no trânsito ou ter o voo cancelado são justificativas comuns de quem perde a cabeça e tem ataques de raiva. A origem do mal, porém, pode estar além desses eventos corriqueiros. Para uma nova linha de estudos, a raiz da raiva está nos genes: alterações genéticas afetariam circuitos hormonais do organismo, fazendo alguns responderem de forma mais violenta do que outros aos problemas do dia a dia. Dessa maneira, a dificuldade em controlar o sentimento não deveria ser interpretada como resultado de uma personalidade moldada apenas por fatores ambientais e psicológicos.
O peso da genética na forma como cada um processa a raiva vem sendo objeto de pesquisa e está discutido, por exemplo, em um trabalho da Universidade de Pittsburgh (EUA). Após a observação de 550 mulheres, provou-se que alterações em um gene relacionado ao funcionamento dos receptores de serotonina afetavam o modo como as voluntárias expressam a emoção. Esses receptores são “fechaduras” presentes na membrana dos neurônios. Eles permitem a entrada, nas células, da serotonina, substância envolvida no processamento das emoções. “Problemas na sua produção ou absorção estão associados a emoções negativas, como a raiva e a depressão, além de comportamento agressivo e impulsivo”, diz o neurologista Alexandre Ghelman, especialista em gestão do estresse e da raiva, do Rio de Janeiro.
A informação poderá servir para a criação de um teste para apontar indivíduos mais predispostos ao sentimento. Identificá-los é uma preocupação pertinente. É consenso que a raiva está associada a diversas doenças, entre elas as cardíacas. Uma revisão de 43 estudos realizada pela University College de Londres, por exemplo, mostrou que quem é mais explosivo possui entre 19% e 24% mais chances de ter doença coronariana. O dado preocupa ainda mais quando cruzado com outro, do Serviço de Saúde Pública dos EUA: 60% dos 1,8 mil entrevistados admitiram ter sentido raiva pelo menos uma vez na semana anterior à enquete. “A raiva é um sentimento popular e incentivado na sociedade moderna”, diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil. Porém, a especialista alerta que não se pode banalizar os comportamentos de raiva excessiva. “É preciso identificá-los e tratá-los.”
O peso da genética na forma como cada um processa a raiva vem sendo objeto de pesquisa e está discutido, por exemplo, em um trabalho da Universidade de Pittsburgh (EUA). Após a observação de 550 mulheres, provou-se que alterações em um gene relacionado ao funcionamento dos receptores de serotonina afetavam o modo como as voluntárias expressam a emoção. Esses receptores são “fechaduras” presentes na membrana dos neurônios. Eles permitem a entrada, nas células, da serotonina, substância envolvida no processamento das emoções. “Problemas na sua produção ou absorção estão associados a emoções negativas, como a raiva e a depressão, além de comportamento agressivo e impulsivo”, diz o neurologista Alexandre Ghelman, especialista em gestão do estresse e da raiva, do Rio de Janeiro.
A informação poderá servir para a criação de um teste para apontar indivíduos mais predispostos ao sentimento. Identificá-los é uma preocupação pertinente. É consenso que a raiva está associada a diversas doenças, entre elas as cardíacas. Uma revisão de 43 estudos realizada pela University College de Londres, por exemplo, mostrou que quem é mais explosivo possui entre 19% e 24% mais chances de ter doença coronariana. O dado preocupa ainda mais quando cruzado com outro, do Serviço de Saúde Pública dos EUA: 60% dos 1,8 mil entrevistados admitiram ter sentido raiva pelo menos uma vez na semana anterior à enquete. “A raiva é um sentimento popular e incentivado na sociedade moderna”, diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil. Porém, a especialista alerta que não se pode banalizar os comportamentos de raiva excessiva. “É preciso identificá-los e tratá-los.”
AÇÃO
Maria (acima) agora evita os surtos.
Marilda (abaixo) destaca o lado bom da raiva
Manter o controle é útil, inclusive, para ajudar na recuperação de pacientes, de acordo com estudo da Universidade de Ohio (EUA). Entre os 98 voluntários, quem sabia regular melhor a emoção apresentava menores índices de cortisol, hormônio liberado em situações de estresse. Quanto menor sua quantidade, mais rápida a recuperação. “Isso mostra que terapias de controle da raiva podem ajudar o paciente a se recuperar”, disse à ISTOÉ Jean-Philip-pe Gouin, líder do estudo.
Sem contar que mais controle sobre a raiva permite uma vida mais tranquila. Foi o que aprendeu a empresária Maria da Silva, 54 anos. Quando ela estourava, sobrava para marido, funcionários e para o próprio corpo – ela, que é hipertensa, sofria com subidas repentinas da pressão arterial. “Depois que aprendi a controlar a raiva, vi que tinha de ponderar o que falava.” Está aí o segredo: o melhor, antes de tomar uma atitude impulsiva, é inspirar, expirar e avaliar se é mesmo necessário se incomodar com o que aconteceu.
Isto é
Raiva é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa, que se exterioriza quando o ego se sente ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas. Joanna de Ângelis aponta o desenvolvimento moral e psicológico do indivíduo como determinante na maneira como a raiva é exteriorizada.
A raiva também pode ser um sentimento passageiro ou prolongado (rancor) e a expressão da irritabilidade e agressão humana. Outros nomes como fúria, ira, cólera, ódio, crueldade, etc. aplicam-se à distintas formas ou modulações desse sentimento que enquanto expressão do instinto de agressão é extensível aos demais vertebrados.
Diferentes origens
A raiva pode ter diversas origens, tais como:- O desejo de vingança: Quando alguém foi de alguma forma insultado, ou prejudicado por outra pessoa, e sente o desejo que ela sinta o mesmo que está sentindo.
- A inveja: Uma pessoa pode sentir raiva de outra pelo fato desta ter algo que aquela gostaria para si, no entanto, como não possui recursos próprios para adquirir estes objetos de desejos, e pela sua imaturidade moral, passa a sentir raiva de quem os têm.
- O ego: Uma pessoa pode sentir raiva de uma outra pelo fato desta ter afrontado ou ridicularizado o seu ego. A raiva, neste caso, é uma tentativa de proteção ao impor-se uma postura agressiva diante da afronta.
- O instinto de superioridade: Uma pessoa que no seu íntimo tem a falsa percepção de superioridade em relação aos demais, quando se vê em uma situação em que não é compreendida ou aceita como gostaria que o fosse, utiliza-se da raiva como mecanismo de evasão dos seus instintos violentos, afligindo a todos que encontram-se ao seu lado.
- A família: Pode ocorrer quando os pais não dão a devida atenção aos filhos, desinteressando-se pelos problemas que venham a afligir a prole. Inconscientemente o indivíduo começa a ressentir-se, o que ao longo dos anos pode gerar raiva acumulada.
- O trânsito: Segundo Joanna de Ângelis (2005), é bem comum acidentes automobilísticos devido a "raiva malcontida" de motoristas que não se conformam em serem ultrapassados por outros carros, e ao invés de facilitar a ultrapassagem terminam expondo o outro automóvel a perigos que podem resultar em um acidente.
Conseqüências
A raiva é como uma doença que vai corroendo de dentro para fora, e que causa diversos prejuízos físicos, mentais e espirituais para o próprio enfermo e para as pessoas que a este acompanham.Como conseqüências da raiva podemos ter:
- A violência verbal.
- A violência física.
- O Ódio, que consiste numa ênfase de raiva, que geralmente dura mais tempo e acompanha um desejo contínuo de mal a alguém.
- O comportamento agressivo, que se dá quando o indivíduo assume uma postura contínua de mau humor e raiva, pode ter sua origem em pequenas frustrações que no decorrer da vida se acumulam, e que não foram superadas através de diálogos compreensivos e do perdão ao próximo e a si mesmo.
No corpo humano a raiva gera problemas no sistema nervoso central, disfunção das glândulas de secreção endócrina, distúrbios no aparelho digestivo e desequilíbrio psicológico
Wikipedia
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