8.09.2011

A crise é dos EUA mas as nossas economias estão ameaçadas


Renda fixa e poupança são os portos seguros na crise

No dia em que bolsas despencaram no mundo, especialistas dizem como salvar seu dinheiro

Rio - No primeiro dia útil após o rebaixamento da dívida dos EUA na sexta-feira, bolsas desmoronaram em todo o mundo. A apreensão circulou pelo mercado provocando forte queda da Bovespa (-8,08%), aos 48.668 pontos. É o pior resultado desde 22 de outubro de 2008, quando registrou -10,18%. Para evitar sustos e proteger seu dinheiro, o pequeno investidor deve seguir as orientações de especialistas ouvidos por O DIA. A recomendação foi unânime: poupança e renda fixa são os únicos portos seguros no momento.
“Estamos no olho do furação. Com a economia americana fragilizada, os mercados sofrem abalos. A saída é procurar segurança na renda fixa e na poupança”, recomenda o economista Luiz Osório, professor do Ibmec-RJ.
E quem tem aplicação em ações da bolsa, principalmente os trabalhadores que investiram recursos do FGTS em papéis da Vale e da Petrobras? “Ninguém deve vender nada agora. Se fizer isso, vai perder dinheiro. É hora de esperar. Pode ter retorno quando a crise passar”, avalia Gilberto Braga, professor de Finanças, também do Ibmec.
Para André Machado, professor de Análise de Risco da CMA, quem está na bolsa deve esperar por um “repique” e evitar maiores perdas. “Não pode sair antes de a bolsa começar a subir”, explica. Já o economista Paulo Di Blasi afirma que no mercado de renda fixa é preciso procurar títulos do governo, que representam baixo risco. “Fique atento às taxas de administração”, alerta.
SEMPRE SEREMOS ‘AAA’
Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, criticou o rebaixamento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s: “Os mercados vão subir e cair, mas somos os Estados Unidos da América. Seremos sempre um país ‘AAA’ (classificação máxima)”.
A presidenta Dilma Rousseff condenou ontem a posição da agência de rebaixar a dívida americana, classificando a decisão de “precipitada” e “não correta”. Ela afirmou que a economia brasileira tem condições de enfrentar a crise, mas não é imune. Para ela, o Brasil não sofre ameaças mas, se houver necessidade, “medidas cabíveis” serão adotadas pelo governo.
SUA VIDA FINANCEIRA NO CURTO E MÉDIO PRAZOS
POUPANÇA
É uma das duas principais alternativas para proteger o dinheiro em momento de tanta turbulência nas bolsas. Especialistas são unânimes em afirmar que, apesar da baixa rentabilidade, a poupança não oferece riscos e é garantia de dinheiro na mão a qualquer hora.
DINHEIRO NOVO
Quem tiver dinheiro novo, como a restituição do IR, de até R$ 5 mil deve optar pela poupança, que não cobra imposto nem taxa de administração.


FUNDO DE RENDA FIXA
Outra alternativa apontada por economistas para proteger o pequeno investidor.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
É preciso ficar de olho nas taxas de administração do fundo, que, em média, estão em 1,14%. Renda fixa é recomendada para quem tem mais de R$ 5 mil disponível para aplicação.
AÇÕES NA BOLSA
Os especialistas afirmam que não é momento de entrar em desespero, apesar de a Bovespa ter fechado ontem com queda de 8,08%, influenciada pelo rebaixamento dos EUA. Quem está na bolsa deve ficar até que volte a subir, o que deve acontecer nos próximos dias. O investidor pode aproveitar próximo momento de repique e vender seus papéis. Sair agora terá grande perda.
FGTS/VALE E PETROBRAS
Quem usou o FGTS para comprar ações da Vale e da Petrobras precisa ter calma. Especialistas recomendam prudência. Segundo eles, o negócio é deixar o dinheiro aplicado. Retirar só em caso de muita necessidade, se o investidor estiver para comprar imóvel e for usar o saldo do Fundo de Garantia para adquirir a casa própria.


CHEQUE ESPECIAL
O ideal é o consumidor não entrar no limite do cheque especial. Mas quem está no vermelho não terá aumento das taxas cobradas, permanecendo como estão.


CARTÃO DE CRÉDITO
A tendência dos juros é de estabilização. Para os economistas, o governo deve segurar as taxas de juros diante desse cenário instável no mercado financeiro. Diante disso, cartão de crédito não terá alteração.


CONSIGNADO
Juros em alta representam freio na economia. Com o governo querendo evitar recessão, segundo os especialistas, as taxas devem estabilizar. Assim, o empréstimo consignado não sofrerá alterações.


CRÉDITO HABITACIONAL
Assim como em outras modalidades de crédito, as taxas de juros do financiamento habitacional também não terão mudanças para quem quer fazer um empréstimo para compra da casa própria.


OURO
Apesar de estar em alta, investir em ouro é necessário ter muita atenção para possíveis oscilações. A aplicação é feita por meio de corretoras especializadas. Especialistas recomendam muita cautela.
PENHOR
O chamado “prego” é usado em último caso para quem está muito endividado e apela para poder pagar outras dívidas. Não sofrerá alterações nesse momento de crise.
POR MAX LEONE
O Dia

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