Marcas que lembram teias de aranha ou o formato de serpentes não só envelhecem as pernas, como aumentam o cansaço, incham os tornozelos, coçam e provocam sensação de peso e cãimbras. Agora novas técnicas acabam com o problema sem necessidade de fazer cortes, trazendo muito mais conforto no tratamento de vasos de todos os tamanhos. Tanto que a indicação de usar as antiestéticas meias elásticas depois da cirurgia deixou de ser obrigatória.
Cerca de 20% da população mundial têm varizes, a dilatação exagerada das veias devido ao mau funcionamento de suas válvulas, uma alteração herdada, mais frequente em mulheres, principalmente depois dos 30 anos. O hábito de fumar, a falta de exercício físico, gravidez e pílulas anticoncepcionais podem desencadear o problema que tem solução, afirma o angiologista e cirurgião vascular Ivanésio Merlo, do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBCV) e autor de "Varizes e Telangiectasias" (Revinter).
No caso de microvarizes, o tratamento padrão, a escleroterapia, mudou para melhor. Nesta técnica o médico injeta solução (pode ser um tipo de glicose) na veia afetada. O líquido irrita a veia, se contrai e se fecha.
Operação sem necessidade de corteAgora, em vez do líquido, o médico pode aplicar uma espuma, e a reaplicação dependerá de avaliação médica.
- A espuma foi pensada para tratar varizes maiores, de médio calibre, entre 2mm e 4mm, porque atua por mais tempo e seca melhor os vasos. Mas se mostrou eficaz também em microvarizes - diz Merlo.
Outra boa opção contra as microvarizes é aplicação de laser transdérmico, geralmente é associado à escleroterapia.
- O laser pode ser indicado isoladamente, mas funciona melhor como coadjuvante - afirma o cirurgião vascular.
As melhores novidades são para os casos mais graves, os vasos de grosso calibre, acima de 4mm. Além da cirurgia convencional - retirada do maior número possível de veias tortuosas, inclusive, se for necessário, as safenas (são quatro), usadas na revascularização do músculo cardíaco depois de um infarto - existem as alternativas de ablação com auxílio de radiofrequência e laser. Estas duas últimas técnicas permitem a recuperação mais rápida e conforto.
Enquanto na técnica convencional o cirurgião faz cortes na virilha e no tornozelo para remover a veia doente, e mais incisões em outras áreas, se preciso; com a ablação ou o laser ele entra por dentro dos vasos enfraquecidos e os cauterizam, e eles param de funcionar. A eliminação das varizes não prejudica a circulação porque os vasos saudáveis assumem a tarefa de manter o fluxo de retorno do sangue.
- Antes não havia bons meios de diagnóstico por imagem e se sempre se retirava as safenas, mas procuramos preservá-las - diz Merlo. - Mas se for necessário retirá-las e um dia a pessoa precisar de cirurgia de revascularização do coração, há outras opções como mamária, radial.
Recuperação mais rápida e sem meiasNa técnica com laser endovenoso o cirurgião introduz um cateter para destruir as veias doentes por meio de calor. É o mesmo princípio da ablação, que aplica o calor produzido por cateteres dotados de aparelho de radiofrequência.
- Essas técnicas reduzem o risco de sangramento, edema e dor, e a recuperação ocorre em três a quatro dias. Além disso são menos traumáticas para os tecidos linfáticos - explica o cirurgião vascular. - Depois da cirurgia, o uso de meias elásticas geralmente é dispensável.
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