9.19.2011

PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF É CAPA DA NEWSWEEK

Presidente Dilma Rousseff é capa da revista 'Newsweek' desta semana

Publicação retrata em reportagem atual momento do Brasil.
Nos EUA, Dilma fará discurso de abertura de Assembleia Geral da ONU.


Com Dilma na capa, revista dá destaque para reportagens sobre a situação da mulher no mundo (Foto: Divulgação) 
Com a Presidenta Dilma na capa, revista dá destaque para
reportagens sobre a situação da mulher no
mundo (Foto: Divulgação)
A presidente Dilma Rousseff é retratada na capa da revista "Newsweek" que chega às bancas nesta semana. A reportagem, disponível na versão online, aborda a forma como a presidente conduz o governo, fala da repressão à corrupção federal e também mostra um pouco de sua vida pessoal, lembrando que ela divorciou-se duas vezes e, aos 63 anos, é avó.
Dilma participa nesta semana de compromissos nos Estados Unidos. Ela terá diversas reuniões bilaterais com outros chefes de Estado e, na quarta-feira (21), fará o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.
A reportagem de capa da publicação americana tem com título "Don’t Mess With Dilma" (em tradução literal, "Não mexa com Dilma"). O artigo sobre Dilma é parte de uma série de textos sobre o protoganismo feminino destacado na edição da revista. Na capa, que tem uma foto de Dilma desfilando em carro aberto no dia de sua posse, a manchete aponta: "Where women are winning" (em tradução literal, "Onde as mulheres estão vencendo".)

Em entrevista à “Newsweek”, Dilma lembrou seu legado político junto ao ex-presidente Lula e recontou uma história em que uma criança lhe interpelou durante a campanha em um aeroporto perguntando se uma mulher poderia ser presidente. “Ela pode”, lembra Dilma de ter respondido à garota.
A “Newsweek “reconta parte da história política e econômica brasileira, afirmando que a popularidade de Dilma continua alta mesmo com os seguidos escândalos de corrupção que agitam a imprensa. Segundo o repórter da publicação, a presidente não aparenta sinais da quimioterapia que enfrentou para combater o câncer durante a campanha eleitoral
A revista destaca o crescimento da economia brasileira e a criação de mais de 1,5 milhão de empregos nos primeiros meses de 2010. Na entrevista, Dilma disse que, “quando era pequena, gostaria de ser bailarina ou bombeira”. Dilma afirmou: “Eu não sei se este é um novo mundo, mas o mundo está mudando”, afirmou, lembrando-se da garota que a questionou sobre o fato de mulheres buscarem a presidência.
Dilma também fala sobre sua passagem pela prisão durante o regime militar e da importância do Brasil e de países emergentes para ajudar a economia mundial.
A revista americana Newsweek traz, em sua edição desta semana, um especial avaliando as condições das mulheres em diferentes sociedades. A série, entitulada “Relatório do progresso global das mulheres”, analisa diversos fatores relativos ao posicionamento das mulheres na sociedade em diferentes países, e traz uma lista com as dez melhores e as dez piores nações para elas. Além disso, a Newsweek também tem entrevistas e perfis de algumas das mulheres mais poderosas e importantes e, em destaque, está a presidente Dilma Rousseff, como exemplo de mulher que “chegou ao poder em um país machista como o Brasil”.
Ela [Dilma] acorda cedo de manhã para
passear pelos jardins, lê em seu iPad e já
está em sua mesa às 9h15 da manhã, onde
ficará até nove da noite.
No trabalho, é dura, taciturna e tem pavio curto.
[Dilma] Rousseff não tolera tolos ou pessoas
despreparadas, diz um assessor, e a lenda diz que
vários burocratas do Estado foram silenciados ou
caíram em choro depois de uma bronca presidencial.
Sua resiliência serviu bem a Brasília. Sua coalizão de
dez partidos, liderados pelo poderoso Partido dos
Trabalhadores que a levou ao poder, está no poder
em quase todas as áreas. (…) Ela transformou escândalos
de corrupção em vitória política, usando-os como
oportunidade para expurgar oficiais corruptos.
Em seus lugares, colocou colegas e confidentes
de longas datas, sempre liderados por outras mulheres.
Segundo o jornal, a postura dura de Dilma é o que mais chama a atenção em sua gestão, e é também reflexo da evolução brasileira no tratamento dado às mulheres. A revista exalta também o fato de Dilma ter nomeado várias mulheres para compôr seu governo, algo que, segundo a Newsweek, demonstra a intenção da presidente de aumentar a visibilidade das mulheres.
As mulheres correspondem a um terço do
gabinete de Rousseff – um matriarcalismo no
coração da machista Brasília, cuja razão de
ser é servir lealmente a Rousseff, e não aos
grandes políticos. Até Lula, o insubstituível
presidente, parece estar ofuscado mais feliz
pela atuação da presidenta Dilma.
Apesar de colocar Dilma à frente das outras 20 mulheres chefes de Estado em todo o mundo, a Newsweek afirma que o Brasil ainda tem muito a desenvolver. Mesmo considerando a presidente uma das mulheres mais importantes e influentes, o Brasil não integra a lista das 10 melhores nações para elas. A corrupção em Brasília e a mentalidade machista também são empecilhos. Ainda assim, lá está ela, Dilma Rousseff, a única presidente a estampar o especial da revista como uma das mais importantes em todo o mundo.
Lucas Hackradt

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