Pesquisa
Combinação de quimioterapia com injeções de substância radioativa pode melhorar tempo de sobrevivência de homens com tipos avançados de câncer de próstata
Células de câncer de próstata em cultura laboratorial: pesquisadores encontraram novo tratamento que pode ser eficaz para pacientes com tumores agressivos de próstata (Parviz M. Pour/Latinstock)
"Embora o tratamento combinado tenha que ser submetido para a fase dois de testes, esse já é um avanço significativo na luta contra o câncer de próstata” — Joe O’ Sullivan, consultor e professor de Oncologia Clínica do Centro de Pesquisa do Câncer e Biologia Celular da Universidade de Queen
O câncer de próstata avançado é responsável por cerca de 10.000 mortes a cada ano no Reino Unido. No Brasil, foram registradas 11.955 mortes em 2008, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer. Em geral, a quimioterapia é utilizada para tratar a doença, porém, os benefícios do tratamento têm curta duração, segundo os especialistas. Os pesquisadores acreditam que a combinação de dois tipos diferentes de drogas pode ajudar a melhorar os resultados e a sobrevida dos homens que têm a doença.
Os resultados da primeira fase de testes, que serão publicados no European Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging, mostram que é seguro e viável combinar múltiplas injeções da substância radioativa, conhecida como rênio-186 HEDP, com quimioterapia padrão em homens que manifestam uma forma agressiva de câncer de próstata. "Embora o tratamento combinado tenha que ser submetido à fase 2 de testes, esse já é um avanço significativo na luta contra o câncer de próstata", explica o principal autor do estudo, Joe O' Sullivan, consultor e professor de Oncologia Clínica do Centro de Pesquisa do Câncer e Biologia Celular da Universidade de Queen.
A segunda fase de testes já está ocorrendo na Holanda e terá início no Reino Unido dentro de seis meses. O estudo envolverá cerca de 100 pacientes. Os próximos resultados deverão ser divulgados após dois anos.
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Dr. Mario Eisenberger
Há 17 anos trabalhando na Universidade Johns Hopkins, o oncologista Mario Eisenberger estuda o futuro do combate ao câncer. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, já teve pacientes que chegaram em estado grave ao seu consultório, com metástase até no osso, mas que dez anos depois estão vivos e em completa remissão.“Metástase não é mais sentença de morte”, diz, com um leve sotaque em inglês, adquirido nas quase quatro décadas morando nos Estados Unidos. Fascinado por estudos clínicos, sua tarefa é definir os padrões da doença que serão examinados. É a linha de frente da ciência.
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