9.13.2012

Pacientes com artrite têm novos medicamentos pelo SUS

Cinco novos medicamentos para o tratamento de pessoas com artrite reumatóide serão disponibilizados no Sistema Único da Saúde (SUS). A medida, publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira (11), amplia as opções de tratamento para os pacientes que não respondem aos medicamentos convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias. Com a oferta do abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe, os pacientes passam a ter acesso a todos os medicamentos biológicos para a doença registrados na Agência Nacional de Saúde (Anvisa).

Atualmente, o SUS disponibiliza dez medicamentos para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. Desses, três são biológicos (adalimumabe, etanercepte, infliximabe), que atendem cerca de 30 mil pessoas. Os remédios diminuem a atividade da doença, previnem a ocorrência de danos irreversíveis nas articulações, aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do paciente.

Tratamento - A escolha entre o tipo de tratamento deve ser baseada nos seguintes critérios: características do paciente, segurança, comodidade posológica, tratamentos prévios e concomitantes, conforme definição em protocolo clínico do Ministério da Saúde. O protocolo será revisto e atualizado a partir dessas incorporações.
Atualmente, o ministério gasta, em média, R$ 25 mil por ano com cada paciente que utiliza medicamentos biológicos. Com esta inclusão, e a partir das negociações com os laboratórios envolvidos, o custo do tratamento por paciente pode cair para até R$ 13 mil por ano. Apenas em 2011, o ministério investiu R$ 1 bilhão na compra de medicamentos biológicos para a doença. O SUS tem o prazo de até 180 dias, a partir da publicação da portaria, para efetivar a oferta.

Lista de remédios disponíveis pelo SUS cresce 47%
O número de medicamentos ofertados pelo SUS cresceu 47%, saltando de 550, em 2010, para os atuais 810, conforme itens contidos na Relação Nacional de Medicamentos (Rename). A relação é atualizada a cada dois anos e inclui medicamentos da atenção básica, para doenças raras e complexas, insumos e vacinas. Do ano passado até agora, 11 remédios já foram aprovados para incorporação no SUS.

Artrite reumatoide é severa, mas tem controle

Pode começar com um quadro de febre seguido por uma dorzinha ao esticar os braços pela manhã. Com o passar do tempo, a dor cresce, a doença progride e passa a comprometer articulações maiores, além de tendões e ligamentos. Os portadores de artrite reumatoide, uma das formas crônicas da doença, precisam conviver diariamente com a dor. Mas uma boa notícia, anunciada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (12), pode trazer conforto a cerca de 1% da população brasileira que sofre com a doença: novos medicamentos, todos registrados na Agência Nacional de Saúde (Anvisa), passarão a ser distribuídos. A partir de então, os pacientes terão acesso a todos os medicamentos biológicos disponíveis no mercado e indicados para o tratamento deste tipo de artrite.
Serão cinco novos remédios que o Ministério da Saúde, através do SUS (Sistema Único de Saúde), passará a disponibilizar: abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe. Eles irão ser somados aos 10 medicamentos já oferecidos gratuitamente pela rede pública.
Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão dos novos remédios deve ampliar a oferta de tratamento para pacientes que não respondem a remédios convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias. As funções dos novos remédios incluem: prevenir danos irreversíveis nas articulações, aliviar as dores decorrentes da doença, diminuir sua progressão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com o professor da Universidade Estadual do Pará, doutor José Ronaldo Carneiro, especialista em reumatologia, a artrite reumatoide é uma das formas mais severas da doença. “Diferente da artrose, a artrite reumatoide ataca a membrana sinovial que tem a função de lubrificar e proteger as articulações. É ela quem produz o líquido sinovial. É uma doença cuja causa está ligada a fatores genéticos e alguns vírus que circulam pelo meio ambiente”, explica. Outro fator que diferencia as duas doenças é a rigidez matinal das mãos que, no caso da artrite reumatoide, se estende por mais de uma hora.
De acordo com o especialista, a doença atinge cerca de 2 a 3 mulheres para cada homem e, aproximadamente, 90% dos pacientes encontram-se entre 30 e 50 anos. “Os primeiros sintomas costumam se manifestar por meio de uma febre pequena, fadiga ou perda de peso. Depois, a doença começa a afetar pequenas articulações, como dedos da mão, por exemplo, e progride de forma simétrica e direta, podendo até mesmo atingir órgãos nobres”, explica José Carneiro. Segundo o médico, os novos medicamentos biológicos são úteis porque atuam através de anticorpos que ajudam a combater a progressão da doença.
Em Belém, a Santa Casa de Misericórdia é referência no tratamento da artrite reumatoide. José Carneiro alerta que, caso sejam notados os primeiros sintomas, os pacientes devem evitar a automedicação. “Isso é muito importante. As pessoas precisam parar com esse hábito de ficar indo às farmácias comprar corticoide. É um ótimo anti-inflamatório que alivia as dores, mas que, na verdade, só mascara os sintomas da doença. As pessoas devem procurar ajuda imediatamente”, alerta. Maus hábitos, como o tabagismo, podem contribuir para o agravamento do quadro.
Hoje, o Ministério da Saúde destina todos os anos um valor aproximado de R$ 25 mil para tratar cada paciente que utiliza remédios biológicos. A expectativa é que, a partir das negociações com os laboratórios envolvidos e a inclusão dos novos remédios, o custo do tratamento caia para até R$ 13 mil por paciente. Ano passado, o governo federal investiu R$ 1 bilhão na compra de medicamentos biológicos para combater a artrite reumatoide. O SUS tem seis meses, a partir da publicação da portaria, para começar a oferecer os novos remédios. (com informações da Agência Saúde).










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