9.15.2012

Nova York aprova proibição de refrigerantes grandes

Obesidade

Medida entra em vigor em março e também atinge energéticos e chás gelados com mais de 470 mililitros

Rapaz com refrigerante grande
Nova-iorquinos não vão mais poder comprar refrigerantes e bebidas açucaradas com mais de 470 mililitros em lanchonetes e cinemas a partir de março (ThinkStock)
A cidade de Nova York aprovou nesta quinta-feira a proibição da venda de refrigerantes e outras bebidas açucaradas, como chás e energéticos, em embalagens e copos grandes, com mais de 470 mililitros. É a primeira vez que uma cidade americana decide proibir algo semelhante. A medida vai entrar em vigor em março de 2013 e afeta restaurantes, redes de fast food, cinemas e estádios.
Reprodução
Capa da revista New Yorker
Capa da respeitada revista New Yorker do dia 18 de junho, feita pelo ilustrador Owen Smith, satiriza a ideia de Bloomberg, quase três meses antes de ser aprovada
A ideia de banir os refrigerantes grandes já vem sendo anunciada desde maio, como parte de uma série de medidas do governo do prefeito Michael Bloomberg para combater a obesidade na cidade. A medida foi aprovada com oito votos a favor e uma abstenção pelo conselho de saúde — que é composto por pessoas indicadas pelo prefeito. A proibição não atinge embalagens de bebidas vendidas em lojas de conveniência e supermercados e não vale para bebidas dietéticas, sucos e bebidas à base de leite — como milk-shakes. Quem desrespeitar a proibição pode receber uma multa de até 200 dólares.
"Babá" — Os críticos da medida afirmam que a proibição fere a liberdade pessoal e chamaram o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, de "babá". Eles também afirmaram que pretendem continuar a combater a medida na Justiça.
"É triste que o conselho queira limitar nossas escolhas. Somos inteligentes o bastante para tomar nossas decisões sobre o que comer e beber", disse em comunicado Liz Berman, comerciante e presidente da organização New Yorkers for Beverage Choices (Nova-iorquinos pela escolha de bebidas, em tradução livre).
Em sua conta no microblog Twitter, o prefeito Bloomberg comemorou a aprovação: "A nova política de bebidas com açúcar é o maior passo individual que qualquer governo já tomou para conter a obesidade. Ela vai ajudar a salvar vidas", disse.
"Um milhão de quilos por ano" — O secretário de Saúde da cidade, Thomas Farley, comemorou a aprovação da medida que, segundo ele, é um passo importante para tornar os nova-iorquinos mais saudáveis. De acordo com Farley, é provável que a proibição seja copiada em outros lugares do país, da mesma maneira que aconteceu com outras medidas pioneiras implantadas na cidade, como as limitações severas ao fumo em espaços públicos e o banimento de alimentos com gordura trans.
"Esse é um passo histórico para tratar de um problema de saúde importante de nossa época", afirmou Farley em uma reunião imediatamente depois da votação. Recentemente o secretário disse que se os resultados da lei “reduzirem apenas um refrigerante por pessoa a cada duas semanas de 700 mililitros para 470 mililitros, os mais de 8 milhões de nova-iorquinos poderiam evitar o ganho coletivo de cerca de um milhão de quilos por ano. Isso reduziria a epidemia de obesidade e evitaria muitas doenças desnecessárias."
Cerca de um terço dos 300 milhões de habitantes dos EUA são obesos, e aproximadamente 10% dos gastos com saúde do país estão ligados a doenças relacionadas à obesidade – como o diabete tipo 2, doenças cardíacas e hipertensão, segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

São Francisco, nos EUA, proíbe brindes do McLanche Feliz

Restrição à distribuição de brinquedos em lanches por todos os restaurantes pretende combater o problema do sobrepeso

The New York Times
Happy Meal, no Brasil chamado de McLanche Feliz, é alvo de controvérsia na cidade de São Francisco, Califórnia (Estados Unidos)
Happy Meal, no Brasil chamado de McLanche Feliz, é alvo de controvérsia na cidade de São Francisco, Califórnia (Estados Unidos) (Karen Bleier/AFP)
Quase 30% dos moradores da cidade que estão na quinta série estão com sobrepeso.
Perdida em meio à eleição para o Congresso que impôs uma derrota ao governo Obama, outra votação ocorrida nesta terça-feira nos Estados Unidos fez uma vítima: o McLanche Feliz. O Conselho de Supervisores de São Francisco, na Califórnia, cuja inclinação política pode variar entre o Partido Democrata e o dadaísmo, proibiu a distribuição de brinquedos como brindes de lanches em restaurantes da cidade. Para fugir à norma, será preciso seguir padrões nutricionais relativos a calorias, sódio e gordura. O o McLanche Feliz, vale lembrar, é um pacote com sanduíche, refrigerante, batata frita e brinquedo.
A lei, aprovada por 8 votos a 3, foi patrocinada pelo supervisor Eric Mar. Ele contou que ficou horrorizado com a coleção de brinquedos de sua filha e imaginou a medida como uma maneira de dar um golpe na cadeia de lanchonetes que vende fast-food salgada e gordurosa.
O McDonald's tratou a lei como um equívoco. "Não é o que querem nossos clientes", disse Danya Proud, porta-voz da empresa, em comunicado. "Também não é algo que eles tenham pedido."
A proibição não agradou o prefeito Gavin Newson, eleito vice-governador na terça-feira. Ele havia dito que vetaria o projeto, embora os oito votos pelo "sim" sejam suficientes para sobrepor-se ao veto. "O prefeito acredita firmemente que esta é a abordagem errada para combater a questão da obesidade infantil", disse Tony Winnicker, porta-voz do prefeito.
Epidemia de obesidade — São Francisco não é a primeira cidade a proibir tais brindes. O condado de Santa Clara, no sul da Califórnia, fez a mesma coisa em abril.
Mas o Conselho de São Francisco, que tem uma relação complicada com Newson, disse que a decisão foi apoiada em alguns "fatos infelizes". Isso inclui uma descoberta recente de que quase 30% dos moradores da cidade que cursam a quinta série estão com sobrepeso.
Segundo o projeto, todas as refeições deverão ter menos de 600 calorias, menos de 640 miligramas de sódio e menos de 35% de calorias provenientes de gordura (com exceção de alguns itens saudáveis, como nozes). Se os restaurantes não seguirem as normas, não haverá mais brindes de brinquedos.

(Com agência Reuters)

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