Estudo feito por psicólogo britânico constatou que essa chance é ainda maior quando se trata de certas doenças específicas, como depressão e ansiedade
Mulheres: Segundo análise de psicólogo da Universidade
Oxford, Grã-Bretanha, "as mulheres tendem a se ver mais negativamente do
que os homens, e isso é um fator de vulnerabilidade para muitos
problemas de saúde mental."
(ThinkStock)
Esse trabalho foi realizado por Freeman para o seu livro The Stressed Sex (em português, O Sexo Estressado), lançado nesta quarta-feira. No livro, o psicólogo discute se há diferenças de gênero quando se trata de doenças psiquiátricas. As conclusões do estudo foram tiradas a partir da análise de 12 pesquisas epidemiológicas de larga escala feitas na Europa, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.
Segundo o jornal britânico, a pesquisa de Freeman concluiu que mulheres têm uma chance 75% maior do que os homens de ter sofrido depressão em um período recente, e 60% maior de ter sofrido transtorno de ansiedade. Além disso, o levantamento indicou que problemas como o abuso de substâncias químicas são 2,5 vezes mais prevalentes entre o sexo masculino. A prevalência de condições como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e esquizofrenia, por outro lado, não pareceu ser significativamente distinta entre os gêneros.
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"Há um padrão em que mulheres tendem a sofrer mais do que chamamos de problemas 'internos', como depressão ou distúrbios do sono. Elas pegam os problemas para si, enquanto os homens tendem a externalizar os problemas e os transferem para coisas de seus ambientes, como problemas com álcool e raiva", disse Freeman ao jornal The Guardian.
Para o psicólogo, vários fatores contribuem com as diferenças de doenças psiquiátricas entre o sexo – incluindo os fisiológicos, biológicos e também sociais. "As mulheres tendem a se ver mais negativamente do que os homens, e isso é um fator de vulnerabilidade para muitos problemas de saúde mental."
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Contraponto — Em entrevista ao The Guardian, Kathryn Abel, professora do Centro para a Saúde Mental da Mulher da Universidade de Manchester, disse que é preciso ter cautela ao analisar os dados de Freeman. Segundo ela, em estudos como o do psicólogo, há sempre o risco de o autor selecionar apenas pesquisas que colaboram com sua tese – e deixar de lado da análise trabalhos que a contrariam.
"Apesar das desigualdades, a saúde da nossa população nunca esteve tão boa: as mulheres, como os homens, estão vivendo mais e de forma mais saudável do que nunca”, disse Abel ao jornal. Segundo a professora, porém, ainda não há evidências fortes suficientes para nos dizer se – e como — o sexo está relacionado com algum fator específico que leve às doenças psiquiátricas.
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