Um exame que mede a densidade do osso
da bacia e outros métodos para prever o risco de tumores e flagrar o
câncer em fase muito inicial
por Adriana Toledo
Incansáveis,
cientistas mundo afora vivem no encalço de pistas que levem ao tumor de
mama. Não à toa. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres e
a segunda maior causa de morte, entre elas, em todo o planeta. A
investigação árdua, que não costuma desprezar nenhum indício de perigo,
agora aponta o osso da bacia como mais um parâmetro para avaliar a
suscetibilidade à doença.
Os desbravadores desse caminho promissor são da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Durante oito anos, eles avaliaram a densidade óssea de cerca de 10 mil voluntárias na pós-menopausa. E constataram que as donas de ossos extremamente fortes corriam um risco 25% maior de adoecer. Ou seja, se por um lado até poderiam comemorar a ausência de osteoporose, por outro precisariam ficar ainda mais alertas para o risco do câncer em sua fase silenciosa, isto é, quando não dá sinais visíveis nem é palpável.
Os caçadores de tumor do Arizona não contam por que começaram a suspeitar de um elo entre a bacia e as glândulas mamárias, mas a mastologista Fabiana Makdissi, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, arrisca uma explicação. "Os principais responsáveis por um esqueleto saudável são o estrogênio e o cálcio, que precisa do hormônio feminino para se fixar. Ossos muito fortes, por sua vez, indicam que o estrogênio não apenas circula em grande quantidade mas também que atua intensamente no organismo. E a exposição ao hormônio, como se sabe, é fator de risco para esse tipo de câncer."
A essa altura, você deve estar traçando a seguinte linha de raciocínio: se o cálcio deixa os ossos duros de roer e se é verdade que um esqueleto em dia pode até predispor à doença, não seria melhor abolir o leite, o queijo e outros alimentos ricos no mineral? Mude o rumo do seu pensamento já! "O mecanismo em discussão é o da retenção de cálcio, e não o da ingestão", tranqüiliza Makdissi.
De qualquer forma, mais estudos são necessários até que esse parâmetro se prove confiável para indicar probabilidade de uma mulher vir a sofrer do mal. "É bom lembrar que a atividade física também fortalece os ossos e jamais será acusada de causar a doença", frisa a radiologista Suzan Goldman, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.
Outra coisa que pode causar confusão nessa história é o fato de os exames preventivos de imagem muitas vezes mencionarem a expressão microcalcificações nos resultados. Sim, as tais microcalcificações nas mamas podem ser o prenúncio de um câncer lá longe - nem sempre, mas podem. No entanto, elas não têm relação com a densidade óssea.
Nunca é demais sublinhar os principais pontos da cartilha de prevenção do câncer de mama. As consultas ao ginecologista devem ser anuais a partir da primeira menstruação. "Só o especialista, ao investigar o histórico familiar e os hábitos de cada mulher, poderá prescrever uma receita personalizada de prevenção", defende a radiologista Suzan Goldman.
"Outra regra básica é que todas as mulheres acima de 40 anos se submetam a uma mamografia uma vez por ano. Ela é o principal exame para detectar a doença", destaca a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, a Femama. Jovens com alto risco devem iniciar esse controle mais cedo, a partir dos 30. Por exemplo, aquelas com familiares que já tiveram esse tumor. "Aliás, quem tem parentes de primeiro grau com a doença deveria, em alguns casos, fazer um teste genético para avaliar seus riscos", sugere a médica. "Aquelas que fazem reposição hormonal há mais de cinco anos, as que tomam anticoncepcional, as que menstruaram pela primeira vez antes dos 12 ou tiveram menopausa tardia e, por isso, ficaram mais tempo expostas à ação do hormônio estrogênio também integram o grupo de risco e não devem se descuidar", alerta o oncologista Auro del Giglio, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Atualmente, muitos médicos incluem a obesidade nesse rol. Há quem preconize que emagrecer é um jeito de manter a ameaça do tumor distante.
"A gordura corporal é uma das maiores fontes de estrogênio. Esse hormônio, em excesso, tanto estimula o aparecimento de um câncer na mama como pode provocar o crescimento de um tumor preexistente", explica a SAÚDE! o médico inglês Gillian Barnett, da Universidade de Cambridge, que pesquisa a relação entre os quilos a mais e a doença. Cigarro e excesso de álcool também devem passar longe de mulheres que zelam por suas mamas.
Quando qualquer alteração é encontrada, torna-se fundamental discutir as possibilidades de intervenção com o médico. Alguns tipos de calcificação não devem preocupar. Outros precisam de acompanhamento semestral até se ter certeza de que não há nada de ruim por trás das partículas de cálcio aglomeradas. Quando o risco de ser encrenca é alto, alguns especialistas preferem tirar a lesão. Uma medida radical, a mastectomia profilática, consiste na retirada das mamas e na colocação de próteses - mas raramente alguém chega a algo tão extremo.
Quando os exames flagram de fato um câncer, não se deve perder tempo. "Enquanto o tumor tiver até 1 centímetro, a possibilidade de cura é enorme e os procedimentos, mais simples. Depois disso, a chance de sobrevida começa a diminuir, e a doença vai exigir tratamentos mais agressivos, como a quimioterapia", avisa Maira Caleffi. Examinar e investigar, portanto, são palavras de ordem para prevenir e, se for o caso, arrancar o mal do peito.
Opções para o futuro Duas novas apostas para o diagnóstico são experimentadas nos Estados Unidos. A primeira é um aparelho chamado Z-Tech Scan. Cientistas do Medical College of Georgia já o testaram com sucesso em mulheres de 40 a 50 anos. O método consiste na colocação de eletrodos em volta de cada mama para obter a imagem. "Sua vantagem é dispensar a radiação e a compressão dos seios, que sempre gera reclamações", diz a SAÚDE uma das pesquisadoras, Charlene Weathers. A outra técnica é o CT Scan, a popular tomografia computadorizada, que está sendo usada na Universidade da Califórnia para checar a saúde mamária. "Ela fornece imagens que possibilitam uma avaliação muito precisa, mesmo em casos de mama densa ou presença de calcificações", comenta John Boone, que acompanha os testes para medir a eficácia do tomógrafo na luta para prevenir a doença.
Flagra no Tumor
Teste genético
Em casos específicos de alto risco familiar, o especialista pode solicitar um teste de sangue para checar se os genes BRCA 1 e 2 são perfeitos. "Eles são responsáveis por reparar o material genético, o DNA das células", explica o oncologista Auro del Giglio. Em outras palavras, consertam falhas, suprimindo ordens para a multiplicação desenfreada típica de uma célula maligna. "Quem tem duas familiares que ficaram doentes com menos de 50 anos deve se submeter ao exame", opina Maira Caleffi . "Ou basta ter uma mulher na família que teve o câncer nas duas mamas ou, ainda, em uma mama e nos ovários." Último alerta: homens também podem ser vítimas de câncer de mama, embora neles isso seja raro. Portanto, parentes do sexo masculino com a doença também levam à sugestão do teste genético.
Ressonância magnética
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária há poucos meses, o aparelho Mammotome MRI acaba de chegar ao Brasil, trazido pela empresa Johnson & Johnson. "Trata-se de um exame de imagem ideal para detectar tumores em mulheres que têm um tecido da mama muito denso ou próteses", explica Suzan Goldman. Também permite uma técnica de biópsia minimamente invasiva. Muitas vezes, esse procedimento evita a cirurgia aberta ou a facilita, localizando e determinando a extensão do tumor de forma muito precisa. Porém, ainda há poucos profissionais aptos a fazer essa ressonância no país. Por ser mais sensível que a mamografia e o ultrassom, não raro apresenta resultados falsos-positivos. Então, só é indicada em casos específicos. Nos Estados Unidos, no entanto, a Sociedade Americana de Câncer já a recomenda como método de diagnóstico de rotina.
Mamografia
Insubstituível, ela ainda é a número 1 no rastreamento do mal. Por meio da compressão dos seios, emite raios X para vasculhar o tecido mamário em busca de alterações mínimas. Um dos avanços recentes é a versão digital. Mas, cá entre nós, tanto ela quanto o método convencional fornecem resultados satisfatórios. "Os demais exames ajudam no diagnóstico, mas a mamografia anual é que não pode faltar", garante Maira Caleffi . Lembre-se: qualquer recurso de imagem depende da interpretação de um radiologista experiente. Procure um centro de diagnóstico cadastrado no Colégio Brasileiro de Radiologia, que regulamenta a atividade (www.cbr.org.br).
Ultra-sonografia
O médico se vale de um aparelho que emite ondas sonoras, conduzidas com o auxílio de um gel, que voltam e formam imagens em um computador. Elas são capazes de entregar anomalias. "A técnica é eficaz para diferenciar um nódulo sólido de um cisto. Ou seja, é um exame complementar da mamografia", esclarece Maira Caleffi . "A mamografi a, feita em mamas densas ou com próteses, costuma confundir o especialista em 20% dos casos. Aí, o ultra-som entra em cena para evitar enganos", completa Suzan Goldman.
Biópsia
Há casos em que nenhum exame de imagem afirma com clareza se é mesmo um tumor de mama. Aí não tem outro jeito a não ser colher uma amostra do tecido suspeito para análise em laboratório. "Atualmente, é possível fazer a coleta por meio de uma agulha fina", tranqüiliza Suzan Goldman. Se o resultado é positivo, a retirada do tumor é obrigatória.
Cistos, Nódulos, Calcificações
Muita gente, ao ler um desses termos no resultado de um exame de imagem, fica sem entender nada. É o seu caso? Vamos à tradução:
Cisto - É uma alteração inofensiva do tecido, preenchida por líquido. Em apenas alguns casos, precisa ser drenado.
Nódulo - É uma formação sólida que, na maioria das vezes, é benigna, mas, sim, pode ser um câncer.
Calcificação - Pode ser comparada ao dedo-duro de um tumor, mas nem sempre sua presença acusa a doença. "As células mamárias produzem leite e, para isso, precisam de cálcio", explica a mastologista Fabiana Makdissi. "Em algumas mulheres, o mineral se esparrama no tecido uniformemente, sem provocar alarme. O problema é quando ele se acumula de um jeito estranho, irregular. Aí, possivelmente, ele está grudado em uma cicatriz, em um cisto ou, sim, em um tumor."
Os desbravadores desse caminho promissor são da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Durante oito anos, eles avaliaram a densidade óssea de cerca de 10 mil voluntárias na pós-menopausa. E constataram que as donas de ossos extremamente fortes corriam um risco 25% maior de adoecer. Ou seja, se por um lado até poderiam comemorar a ausência de osteoporose, por outro precisariam ficar ainda mais alertas para o risco do câncer em sua fase silenciosa, isto é, quando não dá sinais visíveis nem é palpável.
Os caçadores de tumor do Arizona não contam por que começaram a suspeitar de um elo entre a bacia e as glândulas mamárias, mas a mastologista Fabiana Makdissi, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, arrisca uma explicação. "Os principais responsáveis por um esqueleto saudável são o estrogênio e o cálcio, que precisa do hormônio feminino para se fixar. Ossos muito fortes, por sua vez, indicam que o estrogênio não apenas circula em grande quantidade mas também que atua intensamente no organismo. E a exposição ao hormônio, como se sabe, é fator de risco para esse tipo de câncer."
A essa altura, você deve estar traçando a seguinte linha de raciocínio: se o cálcio deixa os ossos duros de roer e se é verdade que um esqueleto em dia pode até predispor à doença, não seria melhor abolir o leite, o queijo e outros alimentos ricos no mineral? Mude o rumo do seu pensamento já! "O mecanismo em discussão é o da retenção de cálcio, e não o da ingestão", tranqüiliza Makdissi.
De qualquer forma, mais estudos são necessários até que esse parâmetro se prove confiável para indicar probabilidade de uma mulher vir a sofrer do mal. "É bom lembrar que a atividade física também fortalece os ossos e jamais será acusada de causar a doença", frisa a radiologista Suzan Goldman, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.
Outra coisa que pode causar confusão nessa história é o fato de os exames preventivos de imagem muitas vezes mencionarem a expressão microcalcificações nos resultados. Sim, as tais microcalcificações nas mamas podem ser o prenúncio de um câncer lá longe - nem sempre, mas podem. No entanto, elas não têm relação com a densidade óssea.
Nunca é demais sublinhar os principais pontos da cartilha de prevenção do câncer de mama. As consultas ao ginecologista devem ser anuais a partir da primeira menstruação. "Só o especialista, ao investigar o histórico familiar e os hábitos de cada mulher, poderá prescrever uma receita personalizada de prevenção", defende a radiologista Suzan Goldman.
"Outra regra básica é que todas as mulheres acima de 40 anos se submetam a uma mamografia uma vez por ano. Ela é o principal exame para detectar a doença", destaca a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, a Femama. Jovens com alto risco devem iniciar esse controle mais cedo, a partir dos 30. Por exemplo, aquelas com familiares que já tiveram esse tumor. "Aliás, quem tem parentes de primeiro grau com a doença deveria, em alguns casos, fazer um teste genético para avaliar seus riscos", sugere a médica. "Aquelas que fazem reposição hormonal há mais de cinco anos, as que tomam anticoncepcional, as que menstruaram pela primeira vez antes dos 12 ou tiveram menopausa tardia e, por isso, ficaram mais tempo expostas à ação do hormônio estrogênio também integram o grupo de risco e não devem se descuidar", alerta o oncologista Auro del Giglio, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Atualmente, muitos médicos incluem a obesidade nesse rol. Há quem preconize que emagrecer é um jeito de manter a ameaça do tumor distante.
"A gordura corporal é uma das maiores fontes de estrogênio. Esse hormônio, em excesso, tanto estimula o aparecimento de um câncer na mama como pode provocar o crescimento de um tumor preexistente", explica a SAÚDE! o médico inglês Gillian Barnett, da Universidade de Cambridge, que pesquisa a relação entre os quilos a mais e a doença. Cigarro e excesso de álcool também devem passar longe de mulheres que zelam por suas mamas.
Quando qualquer alteração é encontrada, torna-se fundamental discutir as possibilidades de intervenção com o médico. Alguns tipos de calcificação não devem preocupar. Outros precisam de acompanhamento semestral até se ter certeza de que não há nada de ruim por trás das partículas de cálcio aglomeradas. Quando o risco de ser encrenca é alto, alguns especialistas preferem tirar a lesão. Uma medida radical, a mastectomia profilática, consiste na retirada das mamas e na colocação de próteses - mas raramente alguém chega a algo tão extremo.
Quando os exames flagram de fato um câncer, não se deve perder tempo. "Enquanto o tumor tiver até 1 centímetro, a possibilidade de cura é enorme e os procedimentos, mais simples. Depois disso, a chance de sobrevida começa a diminuir, e a doença vai exigir tratamentos mais agressivos, como a quimioterapia", avisa Maira Caleffi. Examinar e investigar, portanto, são palavras de ordem para prevenir e, se for o caso, arrancar o mal do peito.
Opções para o futuro Duas novas apostas para o diagnóstico são experimentadas nos Estados Unidos. A primeira é um aparelho chamado Z-Tech Scan. Cientistas do Medical College of Georgia já o testaram com sucesso em mulheres de 40 a 50 anos. O método consiste na colocação de eletrodos em volta de cada mama para obter a imagem. "Sua vantagem é dispensar a radiação e a compressão dos seios, que sempre gera reclamações", diz a SAÚDE uma das pesquisadoras, Charlene Weathers. A outra técnica é o CT Scan, a popular tomografia computadorizada, que está sendo usada na Universidade da Califórnia para checar a saúde mamária. "Ela fornece imagens que possibilitam uma avaliação muito precisa, mesmo em casos de mama densa ou presença de calcificações", comenta John Boone, que acompanha os testes para medir a eficácia do tomógrafo na luta para prevenir a doença.
Flagra no Tumor
Teste genético
Em casos específicos de alto risco familiar, o especialista pode solicitar um teste de sangue para checar se os genes BRCA 1 e 2 são perfeitos. "Eles são responsáveis por reparar o material genético, o DNA das células", explica o oncologista Auro del Giglio. Em outras palavras, consertam falhas, suprimindo ordens para a multiplicação desenfreada típica de uma célula maligna. "Quem tem duas familiares que ficaram doentes com menos de 50 anos deve se submeter ao exame", opina Maira Caleffi . "Ou basta ter uma mulher na família que teve o câncer nas duas mamas ou, ainda, em uma mama e nos ovários." Último alerta: homens também podem ser vítimas de câncer de mama, embora neles isso seja raro. Portanto, parentes do sexo masculino com a doença também levam à sugestão do teste genético.
Ressonância magnética
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária há poucos meses, o aparelho Mammotome MRI acaba de chegar ao Brasil, trazido pela empresa Johnson & Johnson. "Trata-se de um exame de imagem ideal para detectar tumores em mulheres que têm um tecido da mama muito denso ou próteses", explica Suzan Goldman. Também permite uma técnica de biópsia minimamente invasiva. Muitas vezes, esse procedimento evita a cirurgia aberta ou a facilita, localizando e determinando a extensão do tumor de forma muito precisa. Porém, ainda há poucos profissionais aptos a fazer essa ressonância no país. Por ser mais sensível que a mamografia e o ultrassom, não raro apresenta resultados falsos-positivos. Então, só é indicada em casos específicos. Nos Estados Unidos, no entanto, a Sociedade Americana de Câncer já a recomenda como método de diagnóstico de rotina.
Mamografia
Insubstituível, ela ainda é a número 1 no rastreamento do mal. Por meio da compressão dos seios, emite raios X para vasculhar o tecido mamário em busca de alterações mínimas. Um dos avanços recentes é a versão digital. Mas, cá entre nós, tanto ela quanto o método convencional fornecem resultados satisfatórios. "Os demais exames ajudam no diagnóstico, mas a mamografia anual é que não pode faltar", garante Maira Caleffi . Lembre-se: qualquer recurso de imagem depende da interpretação de um radiologista experiente. Procure um centro de diagnóstico cadastrado no Colégio Brasileiro de Radiologia, que regulamenta a atividade (www.cbr.org.br).
Ultra-sonografia
O médico se vale de um aparelho que emite ondas sonoras, conduzidas com o auxílio de um gel, que voltam e formam imagens em um computador. Elas são capazes de entregar anomalias. "A técnica é eficaz para diferenciar um nódulo sólido de um cisto. Ou seja, é um exame complementar da mamografia", esclarece Maira Caleffi . "A mamografi a, feita em mamas densas ou com próteses, costuma confundir o especialista em 20% dos casos. Aí, o ultra-som entra em cena para evitar enganos", completa Suzan Goldman.
Biópsia
Há casos em que nenhum exame de imagem afirma com clareza se é mesmo um tumor de mama. Aí não tem outro jeito a não ser colher uma amostra do tecido suspeito para análise em laboratório. "Atualmente, é possível fazer a coleta por meio de uma agulha fina", tranqüiliza Suzan Goldman. Se o resultado é positivo, a retirada do tumor é obrigatória.
Cistos, Nódulos, Calcificações
Muita gente, ao ler um desses termos no resultado de um exame de imagem, fica sem entender nada. É o seu caso? Vamos à tradução:
Cisto - É uma alteração inofensiva do tecido, preenchida por líquido. Em apenas alguns casos, precisa ser drenado.
Nódulo - É uma formação sólida que, na maioria das vezes, é benigna, mas, sim, pode ser um câncer.
Calcificação - Pode ser comparada ao dedo-duro de um tumor, mas nem sempre sua presença acusa a doença. "As células mamárias produzem leite e, para isso, precisam de cálcio", explica a mastologista Fabiana Makdissi. "Em algumas mulheres, o mineral se esparrama no tecido uniformemente, sem provocar alarme. O problema é quando ele se acumula de um jeito estranho, irregular. Aí, possivelmente, ele está grudado em uma cicatriz, em um cisto ou, sim, em um tumor."
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