"O alvo do lápis-batom é a praticidade. Ao invés de levar o lápis de boca e o batom, a mulher leva somente um produto na bolsa, que serve para contornar e preencher", explica Neise Avela, química da Dermage.
"A diferença está nas concentrações dos éteres na bala, que darão ao produto a textura ideal para cada tipo de apresentação", diz a gerente de produto e desenvolvimento da Phebo. A textura do lápis-batom precisa ser mais compacta para poder ser apontado.
"Antigamente, para que a cera se mantivesse firme no corpo de madeira, ela precisava ter um ponto de fusão [derretimento] mais alto. Por isso, os lápis de boca ou os batons em forma de lápis eram muito mais secos", diz Avelar.
Para a Avelar, com a evolução dos componentes químicos, hoje esses batons podem ser mais macios. As embalagens de plástico também dispensam muitas vezes o apontador.
Pioneiras em batons neste formato, a Clinique (com o seu Chubby Stick) e a Nars (com o Velvet Matte) apontam para os dois caminhos do lápis-batom: o primeiro é famoso por atuar como hidrante labial, tem cores mais leves, é bem macio e tem a embalagem de plástico. Já o segundo, mais opaco (matte) e mais seco conquistou as amantes das bocas vermelhas por sua intensidade e longa duração.
CALOR
O corpo de madeira tem as suas vantagens. Para carregar na bolsa, num dia muito quente ou na praia, a madeira atua como um isolante térmico e impede que o batom derreta.
Segundo Rafaella Crepaldi, maquiadora da Nars, o Velvet Matte não precisa ser aplicado com pincel de boca, já que permite contornar e preencher os lábios. Para quem quiser um tom ainda mais vibrante e forte nos lábios, ela indica passar o lápis usado para contornar os lábios, que fará o produto fixar ainda mais nos lábios.
A desvantagem fica por conta do apontador - o corpo gordinho desses batons muitas vezes não cabe em qualquer aparelhinho - e na quantidade. A embalagem normal abriga cerca, em média, 8g, já no lápis-batom, esse valor cai para 2,5g.
Heloísa Negrão,
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