- Conteúdo acumulado ao longo do tempo leva processamento de informações a ficar mais devagar, assim como um computador com o disco rígido cheio
OGLOBO
Tubinga (Alemanha) - O cérebro de idosos parece
desacelerar com a idade porque eles têm muita informação para computar,
algo parecido com um disco rígido cheio. Alguns cientistas discordam que
isto ocorreria por um declínio cognitivo, como costuma-se dizer.
- O cérebro humano funciona mais devagar na terceira idade apenas porque ele armazena mais informação ao longo do tempo. O cérebro dos mais velhos não fica mais fraco. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais. - afirmou ao “Telegraph” Michael Ramscar, da Universidade de Tubinga, na Alemanha.
Usando computadores, os pesquisadores modelaram a recuperação da memória de diferentes fases da vida de um adulto, descobrindo que quando o banco de memória dos computadores era menor, o seu desempenho se assemelhava ao de um jovem adulto. Já quando o computador foi programado para recordar informações a partir de um banco de dados maior, ele pareceu com o de um adulto mais velho. Geralmente ele ficava mais lento, mas não porque a sua capacidade de processamento tinha piorado. Ou seja, o aumento da “experiência” tinha levado o banco de dados também a crescer, necessitando de mais tempo para processar a informação.
- Imagine alguém que sabe o aniversário de duas pessoas e pode lembrá-los perfeitamente. Você diria que esta pessoa tem uma memória melhor do que aquela que sabe dois mil aniversários, mas consegue corresponder a pessoa certa ao aniversário em nove de dez vezes? - questionou Ramscar.
Ao calibrar os modelos de computador para trabalhar com conjuntos de dados linguísticos, a equipe de Ramscar descobriu que os testes de recuperação de memória não levam em conta a diferença da quantidade de vocabulário entre pessoas mais jovens e mais velhas.
- Esqueça sobre ao esquecimento - comentou ao “Independent” outro pesquisador, Peter Hendrix. - Se eu quisesse que um computador parecesse com um adulto mais velho, eu tinha que manter todas as palavras aprendidas na memória e deixá-las competir por atenção.
O estudo fornece mais uma explicação de por que, à luz de todas as informações adicionais que têm de processar, poderíamos esperar que cérebros mais velhos sejam mais lentos e esquecidos do que os mais jovens. Pesquisadores dizem que alguns testes cognitivos, utilizados para medir a capacidade mental, podem, inadvertidamente, favorecer os jovens.
Um teste cognitivo chamado “aprendizagem emparelhado associado” convida pessoas a lembrar um grupo de palavras que não estão relacionadas, como “gravata” e “biscoito”. Estudos têm demonstrado que os jovens são melhores neste teste, mas os cientistas acreditam que idosos têm mais dificuldade de lembrar grupos sem sentido por outro motivo:
- Isto simplesmente demonstra que a compreensão da linguagem pelos idosos é muito maior - disse Harald Baayen, do grupo de pesquisa de Linguística Quantitativa de Alexander von Humboldt. - Eles precisam fazer mais esforço para lembrar palavras sem relação porque, ao contrário de jovens, eles sabem muito mais sobre as palavras.
O estudo foi publicado no “Journal of Topics in Cognitive Science”.
- O cérebro humano funciona mais devagar na terceira idade apenas porque ele armazena mais informação ao longo do tempo. O cérebro dos mais velhos não fica mais fraco. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais. - afirmou ao “Telegraph” Michael Ramscar, da Universidade de Tubinga, na Alemanha.
Usando computadores, os pesquisadores modelaram a recuperação da memória de diferentes fases da vida de um adulto, descobrindo que quando o banco de memória dos computadores era menor, o seu desempenho se assemelhava ao de um jovem adulto. Já quando o computador foi programado para recordar informações a partir de um banco de dados maior, ele pareceu com o de um adulto mais velho. Geralmente ele ficava mais lento, mas não porque a sua capacidade de processamento tinha piorado. Ou seja, o aumento da “experiência” tinha levado o banco de dados também a crescer, necessitando de mais tempo para processar a informação.
- Imagine alguém que sabe o aniversário de duas pessoas e pode lembrá-los perfeitamente. Você diria que esta pessoa tem uma memória melhor do que aquela que sabe dois mil aniversários, mas consegue corresponder a pessoa certa ao aniversário em nove de dez vezes? - questionou Ramscar.
Ao calibrar os modelos de computador para trabalhar com conjuntos de dados linguísticos, a equipe de Ramscar descobriu que os testes de recuperação de memória não levam em conta a diferença da quantidade de vocabulário entre pessoas mais jovens e mais velhas.
- Esqueça sobre ao esquecimento - comentou ao “Independent” outro pesquisador, Peter Hendrix. - Se eu quisesse que um computador parecesse com um adulto mais velho, eu tinha que manter todas as palavras aprendidas na memória e deixá-las competir por atenção.
O estudo fornece mais uma explicação de por que, à luz de todas as informações adicionais que têm de processar, poderíamos esperar que cérebros mais velhos sejam mais lentos e esquecidos do que os mais jovens. Pesquisadores dizem que alguns testes cognitivos, utilizados para medir a capacidade mental, podem, inadvertidamente, favorecer os jovens.
Um teste cognitivo chamado “aprendizagem emparelhado associado” convida pessoas a lembrar um grupo de palavras que não estão relacionadas, como “gravata” e “biscoito”. Estudos têm demonstrado que os jovens são melhores neste teste, mas os cientistas acreditam que idosos têm mais dificuldade de lembrar grupos sem sentido por outro motivo:
- Isto simplesmente demonstra que a compreensão da linguagem pelos idosos é muito maior - disse Harald Baayen, do grupo de pesquisa de Linguística Quantitativa de Alexander von Humboldt. - Eles precisam fazer mais esforço para lembrar palavras sem relação porque, ao contrário de jovens, eles sabem muito mais sobre as palavras.
O estudo foi publicado no “Journal of Topics in Cognitive Science”.
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