Pesquisa feita em Harvard concluiu que manter níveis adequados do nutriente diminui as chances de a doença progredir
Esclerose múltipla: Na doença, substância que envolve e
protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo
óptico é danificada
(Kiyoshi Takahase Segundo/Getty Images/iStockphoto)
Sabe-se que a esclerose múltipla ocorre quando há danos ou destruição da mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
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Para os autores do novo estudo, é possível que níveis insuficientes de vitamina D no organismo estejam relacionados ao processo que causa e agrava a doença. Portanto, se essa associação for comprovada, suplementos da vitamina podem, um dia, ser recomendados para ajudar a barrar o avanço da esclerose múltipla.
Avaliação — A pesquisa foi desenvolvida na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, e divulgada na revista médica Jama Neurology. Ela se baseou nos dados de 465 pessoas com esclerose múltipla que haviam participado de um estudo no qual se submeteram uma medicação contra a doença.
Ao longo de cinco anos, os pesquisadores de Harvard acompanharam esses pacientes, medindo seus níveis de vitamina D e realizando exames de ressonância magnética para medir a progressão da esclerose múltipla.
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Ao final da pesquisa, os pacientes com estágio inicial da doença que apresentavam níveis adequados de vitamina D tiveram um risco 57% menor de sofrer novas lesões cerebrais causadas pela doença do que os participantes com quantidades insuficientes da vitamina. Eles também tiveram 25% menos casos em que essas lesões pioravam.
De acordo com Alberto Ascherio, professor de epidemiologia de Harvard e coordenador do estudo, a vitamina D parece potencializar o efeito do medicamento testado para tratar a esclerose múltipla. "Nosso estudo sugere que medir os níveis de vitamina D em pacientes que acabam de ser diagnosticados com esclerose múltipla deve se tornar padrão", diz Ascherio.
Vitamina protetora — Outra pesquisa publicada nesta segunda-feira nos Estados Unidos indicou um possível uso para a vitamina D: ajudar no tratamento contra o Parkinson. Segundo o estudo, feito na Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, maiores níveis da vitamina foram associados a um menor prejuízo cognitivo e menos sintomas depressivos em pessoas com a doença. Os resultados foram divulgados no periódico Journal of Parkinson’s Disease.
Oito benefícios associados à vitamina D
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Gera bebês mais saudáveis
Ter baixos níveis de vitamina D durante a gravidez significa transmitir
menor quantidade do nutriente ao futuro bebê — o que pode ocasionar uma
série de problemas. Um estudo
da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que a falta
de vitamina D faz com que as mulheres deem à luz bebês com baixo peso,
já que sem o nutriente a absorção de cálcio pelo organismo é
prejudicada, e o crescimento ósseo, reduzido. Outra pesquisa,
britânica, provou que filhos de mães com baixos níveis da vitamina têm
chances 5% maiores de desenvolver esclerose múltipla na idade adulta.
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