Bebida alcoólica ajuda a melhorar nossa memória
Bebida alcoólica tem muitas calorias – e também é responsável por alguns dos micos mais memoráveis da vida de uma mulher. Mas tem lá seus benefícios: serve pra relaxar e socializar. Mais ainda: pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram que a bebida alcoólica melhora a memória de algumas partes específicas do nosso cérebro.
Segundo o neurologista Hitoshi Morikawa, que conduziu a pesquisa, a bebida geralmente é associada ao contrário, à perda de memória. Mas o nosso subconsciente continua ativo, mesmo com grandes quantidades de álcool, registrando informações que poderia até passar despercebidas no estado de consciência.
O álcool aumenta a liberação de dopamina para o cérebro. Inicialmente vinculada somente à sensação de bem-estar (por isso o relaxamento quando bebemos um pouquinho), a dopamina é também um transmissor de aprendizagem. Segundo Morikawa, a bebida alcoólica ensina nosso subconsciente a consumir mais, ao mesmo tempo em que nos torna mais receptivas à memória daqueles momentos – sons, aromas, pessoas, conversas. No entanto, é sempre bom reforçar: beber demais traz ressaca no dia seguinte, afeta o sono – e com frequência também acaba com uma semana inteira da sua dieta.
fonte: HypeScience
foto: Daily Mail
Uma lata de cerveja de 350 ml, meio copo de vinho tinto ou uma dose de uísque ou pinga têm, em média, 14 gramas de álcool.
Uma pesquisa na Grã-Bretanha analisou durante dez anos o declínio cognitivo de 5.054 homens e 2.099 mulheres com idades entre 44 e 69 anos que bebiam. O estudo foi feito por meio de testes de memória e raciocínio.
A conclusão é apresentada na revista especializada "Neurology" por Séverine Sabia e colaboradores do departamento de epidemiologia do University College London.
Para as mulheres, encontraram o nível de 19 gramas de álcool por dia para o declínio de memória e percepção ao longo dos anos.
Os autores assinalam ainda que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem consequências a curto e longo prazo no cérebro, por seus efeitos neurotóxicos diretos e indiretos levando a doenças cerebrovasculares.
A autora Séverine Sabia também cita o Instituto Nacional sobre Abuso do Álcool dos Estados Unidos, que lembra para os idosos: os efeitos do álcool são mais rápidos na velhice do que quando eles eram jovens.
Além disso, há alto risco de fraturas por quedas, de desastres na direção de automóveis e de possíveis efeitos colaterais pela interação de remédios com as bebidas.
Algumas pessoas têm tendência a perder memória ao beber, diz estudo
Fluxo de sangue no cérebro varia de pessoa para pessoa.
Cerca de 40% dos estudantes universitários sofrem com o problema.
A falta de memória causada pelo álcool não depende só da quantidade de
bebida consumida. Um estudo publicado pela revista médica “Alcoholism:
Clinical & Experimental Research” indica que os apagões na memória
variam de pessoa para pessoa.
Os pesquisadores examinaram 24 pessoas – 12 homens e 12 mulheres –, sendo que metade tem perda de memória recorrente quando bebe, e a outra metade não. Além de coletar dados sobre esses pacientes, os autores fizeram testes específicos em relação à memória deles após o consumo do álcool.
Nesses testes, o mapeamento de imagens do cérebro mostrou que as pessoas mais propensas aos apagões têm padrões diferentes no fluxo sanguíneo e na atividade dos neurônios quando consomem o álcool. Segundo os autores, esses resultados significam que há pessoas que têm predisposição às falhas de memória causadas pela bebida.
“Só porque seu amigo consegue ingerir uma certa quantidade de bebidas e, aparentemente, continuar se comportando bem, não quer dizer que você ou qualquer outra pessoa consiga”, afirmou a autora Reagan Wetherill, da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), em material de divulgação.
Segundo dados citados na pesquisa, cerca de 40% dos estudantes universitários sofrem com os apagões de memória quando bebem, e até se expõem a riscos como dirigir ou fazer sexo sem segurança.
Pesquisadora francesa demonstrou que os indivíduos que
estão em etapas menos graves do alcoolismo também apresentam problemas
de memória que podem ser definitivos
Cuidado, o álcool pode afetar sua memória de vez. Entre os problemas do alcoolismo grave e continuado, as conseqüências neurológicas estão entre os mais graves. Um deles é a chamada Síndrome de Korsakoff. Esse conjunto de sintomas tem na perda de memória uma de suas marcas, e ocorre freqüentemente associada com a deficiência de tiamina, uma vitamina do complexo B.
Uma pesquisadora francesa da cidade de Caen demonstrou que os indivíduos que estão em etapas menos graves do alcoolismo também apresentam problemas de memória que podem ser definitivos. Para chegar a essa conclusão a especialista testou a memória de pessoas que usavam álcool de forma abusiva e tinham a síndrome de Korsakoff, outro grupo de alcoólicos sem problema e pessoas que não bebiam.
Os exames eram simples, como, por exemplo, lembrar de seis palavras apresentadas em seis lugares diferentes e seis situações também diferentes. No final do dia os participantes deveriam tentar se lembrar das correlações entre palavras, lugares e situações.
Testes como esse buscavam avaliar a capacidade de reter informações e o contexto espacial e temporal. Outros tipos de memória estudados foram a memória episódica, que permite recordar eventos e estabelecer projeções futuras e a memória de trabalho, que nos permite lembrar de um número de telefone logo após o vermos.
Os resultados dos testes nos três grupos mostraram que os usuários de álcool, mesmo sem problemas neurológicos conhecidos, sofrem de dificuldades de memória semelhantes quando comparados aos abstêmios. Em uma sociedade como a ocidental onde os adolescentes começam a beber de forma pesada cada vez mais cedo, estudos como esse devem servir de alertas a todos.
A síndrome de Korsakov (ou Korsakoff) é uma neuropatologia associada à carência de vitamina B1 (tiamina), traumas cranianos, encefalite herpética, intoxicação pelo monóxido de carbono e também ao alcoolismo agudo, pois o álcool prejudica a capacidade do organismo de absorver a vitamina B1.
Essa vitamina está associada à transformação do ácido pirúlico, que, por sua vez, realiza transformações bioquímicas de proteínas, gorduras e especialmente hidratos de carbono, sendo que em sua ausência as células nervosas são as mais afetadas.
Os sintomas da Síndrome de Korsakov são a amnésia anterógrada, amnésia retrógrada e a desorientação de tempo e espaço. Acompanham esses sintomas uma severa apatia e desinteresse por parte do doente, que muitas vezes não é capaz de ter consciência de sua condição.
A amnésia anterógrada está relacionada com o comprometimento da memória de curto prazo, ou seja, o doente se torna incapaz de formar novas memórias a partir do momento em que desenvolve a doença. A amnésia retrógrada está relacionada à memória de longo prazo, assim o doente perde grande parte da memória que havia se formado antes da doença.
É baseado nessa severa condição que o neurologista Oliver Sacks (em 'O homem que confundiu sua mulher com um chapéu') relaciona a síndrome de Korsakov à perda da identidade, pois o doente perde por inteiro sua linha biográfica e permanece incapaz de construir outra, sendo obrigado a viver como uma pessoa sem história de vida.
Lesão
A síndrome de Korsakov é atribuída a uma lesão no diencéfalo, especificamente no núcleo dorsomedial do tálamo e nos corpos mamilares, que, como vistos, são essenciais na construção da memória, o que causaria a amnésia anterógrada. Para agravar esse quadro ocorre também atrofia cortical generalizada, afetando especialmente o lobo frontal e temporal. Essa lesão no córtex seria a responsável pela amnésia retrógrada e até mesmo uma complicação à já existente questão da identidade, sendo que o lobo frontal tem enorme importância na formação da personalidade e na integração de inúmeras informações corticais.
Vontade é requisito para deixar o vício
A cirrose hepática é uma das doenças mais comuns provocadas pelo alcoolismo, mas, além do fígado, outras partes do organismo podem também ser afetadas pela bebida. “No cérebro, a intoxicação aguda - mesmo em não alcoólatras - pode provocar acidentes, agressões e suicídio. O álcool interfere no funcionamento do aparelho digestivo, desenvolve irritações na boca e esôfago, além de provocar distúrbios gástricos que acabam agravando doenças já existentes, como a úlcera. O intestino também pode sofrer com diarréias e dificuldade de absorção de alimentos, provocando a desnutrição”, esclarece o nutricionista Antônio José de Castro, profissional cooperador da irmandade Alcoólicos Anônimos, em Belém.
Segundo a maioria dos médicos brasileiros, o problema do consumo alcoólico tem solução, apesar do aumento do número de dependentes ser cada vez maior no país. ‘O alcoolismo é responsável por quase 75% de todos os acidentes de trânsito com mortes; 39% de ocorrências policiais e 40% das consultas psiquiátricas’, destaca Castro, que é também doutor em Neurofisiologia e professor da UFPA.
Muitas pessoas que sofrem do alcoolismo escondem o problema, se afastam de amigos e familiares e são incapazes de buscar ajuda ou se ajudarem. Existem métodos alternativos como os Alcoólatras Anônimos e o CVV (Centro de Valorização da Vida), onde os dependentes do álcool e drogas falam de seus problemas a pessoas dispostas a ouvir e ajudar. ‘De qualquer maneira, a vontade própria é o requisito básico para deixar o vício’, diz.
Os pesquisadores examinaram 24 pessoas – 12 homens e 12 mulheres –, sendo que metade tem perda de memória recorrente quando bebe, e a outra metade não. Além de coletar dados sobre esses pacientes, os autores fizeram testes específicos em relação à memória deles após o consumo do álcool.
Nesses testes, o mapeamento de imagens do cérebro mostrou que as pessoas mais propensas aos apagões têm padrões diferentes no fluxo sanguíneo e na atividade dos neurônios quando consomem o álcool. Segundo os autores, esses resultados significam que há pessoas que têm predisposição às falhas de memória causadas pela bebida.
“Só porque seu amigo consegue ingerir uma certa quantidade de bebidas e, aparentemente, continuar se comportando bem, não quer dizer que você ou qualquer outra pessoa consiga”, afirmou a autora Reagan Wetherill, da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), em material de divulgação.
Segundo dados citados na pesquisa, cerca de 40% dos estudantes universitários sofrem com os apagões de memória quando bebem, e até se expõem a riscos como dirigir ou fazer sexo sem segurança.
Bebida estraga a memória
Cuidado, o álcool pode afetar sua memória de vez. Entre os problemas do alcoolismo grave e continuado, as conseqüências neurológicas estão entre os mais graves. Um deles é a chamada Síndrome de Korsakoff. Esse conjunto de sintomas tem na perda de memória uma de suas marcas, e ocorre freqüentemente associada com a deficiência de tiamina, uma vitamina do complexo B.
Uma pesquisadora francesa da cidade de Caen demonstrou que os indivíduos que estão em etapas menos graves do alcoolismo também apresentam problemas de memória que podem ser definitivos. Para chegar a essa conclusão a especialista testou a memória de pessoas que usavam álcool de forma abusiva e tinham a síndrome de Korsakoff, outro grupo de alcoólicos sem problema e pessoas que não bebiam.
Os exames eram simples, como, por exemplo, lembrar de seis palavras apresentadas em seis lugares diferentes e seis situações também diferentes. No final do dia os participantes deveriam tentar se lembrar das correlações entre palavras, lugares e situações.
Testes como esse buscavam avaliar a capacidade de reter informações e o contexto espacial e temporal. Outros tipos de memória estudados foram a memória episódica, que permite recordar eventos e estabelecer projeções futuras e a memória de trabalho, que nos permite lembrar de um número de telefone logo após o vermos.
Os resultados dos testes nos três grupos mostraram que os usuários de álcool, mesmo sem problemas neurológicos conhecidos, sofrem de dificuldades de memória semelhantes quando comparados aos abstêmios. Em uma sociedade como a ocidental onde os adolescentes começam a beber de forma pesada cada vez mais cedo, estudos como esse devem servir de alertas a todos.
A síndrome de Korsakov (ou Korsakoff) é uma neuropatologia associada à carência de vitamina B1 (tiamina), traumas cranianos, encefalite herpética, intoxicação pelo monóxido de carbono e também ao alcoolismo agudo, pois o álcool prejudica a capacidade do organismo de absorver a vitamina B1.
Essa vitamina está associada à transformação do ácido pirúlico, que, por sua vez, realiza transformações bioquímicas de proteínas, gorduras e especialmente hidratos de carbono, sendo que em sua ausência as células nervosas são as mais afetadas.
Os sintomas da Síndrome de Korsakov são a amnésia anterógrada, amnésia retrógrada e a desorientação de tempo e espaço. Acompanham esses sintomas uma severa apatia e desinteresse por parte do doente, que muitas vezes não é capaz de ter consciência de sua condição.
A amnésia anterógrada está relacionada com o comprometimento da memória de curto prazo, ou seja, o doente se torna incapaz de formar novas memórias a partir do momento em que desenvolve a doença. A amnésia retrógrada está relacionada à memória de longo prazo, assim o doente perde grande parte da memória que havia se formado antes da doença.
É baseado nessa severa condição que o neurologista Oliver Sacks (em 'O homem que confundiu sua mulher com um chapéu') relaciona a síndrome de Korsakov à perda da identidade, pois o doente perde por inteiro sua linha biográfica e permanece incapaz de construir outra, sendo obrigado a viver como uma pessoa sem história de vida.
Lesão
A síndrome de Korsakov é atribuída a uma lesão no diencéfalo, especificamente no núcleo dorsomedial do tálamo e nos corpos mamilares, que, como vistos, são essenciais na construção da memória, o que causaria a amnésia anterógrada. Para agravar esse quadro ocorre também atrofia cortical generalizada, afetando especialmente o lobo frontal e temporal. Essa lesão no córtex seria a responsável pela amnésia retrógrada e até mesmo uma complicação à já existente questão da identidade, sendo que o lobo frontal tem enorme importância na formação da personalidade e na integração de inúmeras informações corticais.
Vontade é requisito para deixar o vício
A cirrose hepática é uma das doenças mais comuns provocadas pelo alcoolismo, mas, além do fígado, outras partes do organismo podem também ser afetadas pela bebida. “No cérebro, a intoxicação aguda - mesmo em não alcoólatras - pode provocar acidentes, agressões e suicídio. O álcool interfere no funcionamento do aparelho digestivo, desenvolve irritações na boca e esôfago, além de provocar distúrbios gástricos que acabam agravando doenças já existentes, como a úlcera. O intestino também pode sofrer com diarréias e dificuldade de absorção de alimentos, provocando a desnutrição”, esclarece o nutricionista Antônio José de Castro, profissional cooperador da irmandade Alcoólicos Anônimos, em Belém.
Segundo a maioria dos médicos brasileiros, o problema do consumo alcoólico tem solução, apesar do aumento do número de dependentes ser cada vez maior no país. ‘O alcoolismo é responsável por quase 75% de todos os acidentes de trânsito com mortes; 39% de ocorrências policiais e 40% das consultas psiquiátricas’, destaca Castro, que é também doutor em Neurofisiologia e professor da UFPA.
Muitas pessoas que sofrem do alcoolismo escondem o problema, se afastam de amigos e familiares e são incapazes de buscar ajuda ou se ajudarem. Existem métodos alternativos como os Alcoólatras Anônimos e o CVV (Centro de Valorização da Vida), onde os dependentes do álcool e drogas falam de seus problemas a pessoas dispostas a ouvir e ajudar. ‘De qualquer maneira, a vontade própria é o requisito básico para deixar o vício’, diz.
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