Ideia delas é que haja substituto ‘engatilhado’ se o atual relacionamento não der certo, segundo pesquisa. Para especialistas, atitude demonstra insegurança
Rio - A fila anda e a catraca gira. Para muitas pessoas, não é apenas um ditado popular, mas uma regra para relacionamentos amorosos. E a famosa ‘fila’ é cuidadosamente organizada com nomes de substitutos promissores do parceiro atual. A conclusão é de pesquisa inglesa com mil mulheres: metade tinha uma ‘lista de espera’ caso o atual relacionamento fracassasse. Especialistas em vida a dois alertam que o comportamento traz danos.
De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa inglês OnePoll, 43% das mulheres tinham um plano B e, entre as casadas, a tendência a ter um ‘homem estepe’ foi maior. Elas tendem a escolher pessoas com as quais convivem há cerca de sete anos. Mas tem espaço para todo mundo na lista: velhos conhecidos, ex-namorados, ex-maridos ou colegas de academia.
Em 20% dos casos, o pretendente é amigo do atual marido — a mesma porcentagem admitiu que o companheiro já encontrou o membro da ‘fila’. O estudo mostrou ainda que 12% das entrevistadas gostam mais do plano B do que do atual companheiro, e, para 10% delas, o homem da lista já declarou amor incondicional.
A especialista alerta que mulheres que recorrem ao plano B na verdade não estão vivendo bem o atual relacionamento. Para Flávia, é importante fazer escolhas e se aprofundar no relacionamento, apesar do risco de ser decepcionada. Além disso, manter lista pode favorecer ansiedade e depressão, já que a mulher vive preocupada com o que pode acontecer.
“Fazer escolhas é um risco muito maior do que ficar com um pé cá, um pé lá. Quem fica na superficialidade não sofre, mas também não vive”, aponta, acrescentando que é comum as pessoas quererem fugir do sofrimento. “A lista dá uma falsa sensação de poder à mulher. O poder verdadeiro é ser forte para assumir os riscos”.
Irritação, término da relação ou tentativa de melhora?
Qual seria a reação do marido ao descobrir que o pensamento — e talvez o coração — da esposa está dividido? Para a psicoterapeuta Flávia Nunes, há várias opções: ficar muito irritado; terminar o relacionamento (e investir na sua própria lista) ou avaliar o casamento e tentar melhorá-lo.
A psicóloga Daniela Faertes diz que o fato de ter um plano B pode ser sinal de que o relacionamento não está bom. O comportamento surge também, diz ela, devido a ameaças do companheiro, dizendo que vai acabar com a união. “Elas percebem que ele não vai mudar os defeitos, e começam a pensar em outras possibilidades. Na hora de uma briga, acabam falando de outros para o marido, causando ciúme e insegurança”.
De acordo com Flávia Nunes, atualmente um dos problemas mais recorrentes na vida a dois é a falta de tempo. Para ela, o excesso de trabalho acaba deixando o relacionamento abandonado. “A relação é uma semente que precisa ser cultivada. Muita gente tem tempo para cuidar de questões financeiras, mas não tem para a relação”, avalia.
Segundo ela, alguns sinais podem indicar a necessidade de procurar ajuda profissional, como falta de carinho e de relação sexual e falta de interesse pela vida do companheiro.
Reportagem de Beatriz Salomão e Gabriela Mattos
De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa inglês OnePoll, 43% das mulheres tinham um plano B e, entre as casadas, a tendência a ter um ‘homem estepe’ foi maior. Elas tendem a escolher pessoas com as quais convivem há cerca de sete anos. Mas tem espaço para todo mundo na lista: velhos conhecidos, ex-namorados, ex-maridos ou colegas de academia.
Em 20% dos casos, o pretendente é amigo do atual marido — a mesma porcentagem admitiu que o companheiro já encontrou o membro da ‘fila’. O estudo mostrou ainda que 12% das entrevistadas gostam mais do plano B do que do atual companheiro, e, para 10% delas, o homem da lista já declarou amor incondicional.
A essa altura, você pode estar fazendo mau juízo dessas mulheres. Mas a questão pode ser outra. A psicóloga Simone Freitas, da Santa Casa de Misericórdia do Rio, diz que o comportamento retrata insegurança. A especialista afirma não ver vantagem em organizar uma lista e destaca que o motivo que leva uma mulher a fazê-la é a pressão social de não ficar sozinha.
Flavia Nunes, psicoterapeuta transpessoal, também não concorda com a listinha e acredita que a necessidade de parecer feliz — tão comum nos dias de hoje — esteja por trás do hábito. “Para muita gente parecer bem é mais importante do que estar bem. E ter um homem do lado faz parte disso. Se o relacionamento atual não der certo, a mulher teria outro para manter a aparência”.A especialista alerta que mulheres que recorrem ao plano B na verdade não estão vivendo bem o atual relacionamento. Para Flávia, é importante fazer escolhas e se aprofundar no relacionamento, apesar do risco de ser decepcionada. Além disso, manter lista pode favorecer ansiedade e depressão, já que a mulher vive preocupada com o que pode acontecer.
“Fazer escolhas é um risco muito maior do que ficar com um pé cá, um pé lá. Quem fica na superficialidade não sofre, mas também não vive”, aponta, acrescentando que é comum as pessoas quererem fugir do sofrimento. “A lista dá uma falsa sensação de poder à mulher. O poder verdadeiro é ser forte para assumir os riscos”.
Irritação, término da relação ou tentativa de melhora?
Qual seria a reação do marido ao descobrir que o pensamento — e talvez o coração — da esposa está dividido? Para a psicoterapeuta Flávia Nunes, há várias opções: ficar muito irritado; terminar o relacionamento (e investir na sua própria lista) ou avaliar o casamento e tentar melhorá-lo.
A psicóloga Daniela Faertes diz que o fato de ter um plano B pode ser sinal de que o relacionamento não está bom. O comportamento surge também, diz ela, devido a ameaças do companheiro, dizendo que vai acabar com a união. “Elas percebem que ele não vai mudar os defeitos, e começam a pensar em outras possibilidades. Na hora de uma briga, acabam falando de outros para o marido, causando ciúme e insegurança”.
De acordo com Flávia Nunes, atualmente um dos problemas mais recorrentes na vida a dois é a falta de tempo. Para ela, o excesso de trabalho acaba deixando o relacionamento abandonado. “A relação é uma semente que precisa ser cultivada. Muita gente tem tempo para cuidar de questões financeiras, mas não tem para a relação”, avalia.
Segundo ela, alguns sinais podem indicar a necessidade de procurar ajuda profissional, como falta de carinho e de relação sexual e falta de interesse pela vida do companheiro.
Reportagem de Beatriz Salomão e Gabriela Mattos
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