4.13.2015

BRASÍLIA — O governo iniciou a semana com uma
série de reuniões para destravar o pacote de ajuste fiscal.
 O objetivo principal é votar ainda esta semana a
 primeira das medidas na comissão especial do
 Congresso. A ideia é apresentar o relatório da MP 665
 (que altera as regras para concessão do seguro-desemprego
 e do abono salarial) na quarta-feira. Na manhã desta
 segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff se
 reuniu com o vice, Michel Temer, nove ministros
 e os líderes do governo na Câmara e no Congresso
 para definir estratégias que garantam a aprovação
sem alterações que descaracterizem as propostas do
 Executivo. Ministros da área econômica resistem em
 aceitar mudanças, pois o plano do governo, só com
 as aprovações das MPs 664 e 665 — que restringem
 a concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários
 — é economizar R$ 18 bilhões.
— Hoje o que está colocado é o texto da MP. Tudo
pode ser discutido, não há nada definido, não
há nada fechado. Todos os temas são passíveis
de modificação. Até lá (a votação), tudo é possível.
 Aceitamos discutir tudo. Esperamos que as MPs
 sejam, em seu conjunto, aprovadas. (Esperamos)
votar preservando o conjunto das medidas,
 em acordo com o Congresso e com as centrais sindicais.
Vai passar na Câmara melhor do que chegou —
 disse o ministro da Previdência, Carlos Gabas.

EMENDAS
Depois da coordenação, foi a vez de
 Temer reunir em seu gabinete os ministros
 Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante
(Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento),
Luís Inácio Adams (AGU), Miguel Rossetto
(Secretaria-Geral), Gabas, e os deputados e
 senadores que estão relatando as MPs para
 tentar avançar no texto.
No começo da noite, Temer chamou ao seu gabinete
 para uma reunião os líderes do PT na Câmara e
 no Senado. Os petistas apresentaram centenas
 de emendas às MPs e resistem a aceitar as perdas
trabalhistas contidas no texto, principalmente a
ampliação do prazo para obtenção do seguro
 desemprego de seis meses para 18 meses.
Como forma de tentar desfazer a ideia de que o
 ajuste fiscal será feito com base na perda de direitos
 dos trabalhadores, o governo lançará nos próximos
 dias uma campanha publicitária para esclarecer
 a população sobre as medidas de ajuste fiscal.
Durante a tarde, o novo ministro da Secretaria de
Comunicação Social, Edinho Silva, reuniu os
coordenadores de comunicação de todos os
 ministérios para pedir que todos defendam o
 ajuste fiscal.
Na conversa, ele pediu que os ministros se
exponham mais na mídia, explicando as medidas
 do governo e não se atendo somente às suas áreas
 de atuação, mas à gestão como um todo.
— Queremos todo mundo no governo com
a mesma voz, a defesa do ajuste — disse o
ministro aos auxiliares. No encontro, foi
distribuída uma cartilha “Ajustar para avançar”
 com um resumo das medidas e com argumentos
 de como defendê-las.

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