4.14.2015

Lava Jato, SwissLeaks e um enredo com muitos personagens




Na última sexta-feira, nova fase da Operação Lava Jato centrou foco em agência de publicidade e produtoras, suspeitas de envolvimento no esquema de propina para o ex-deputado do PT André Vargas e um do solidariedade, que foram  preso no mesmo dia. Uma das produtoras envolvidas é a Conspiração Filmes.
Segundo a investigação, a agência de publicidade Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado serviços da Conspiração Filmes para a realização de serviços de publicidade. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos. Além da Conspiração, as produtoras Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Sagaz Digital, Zulu Fillmes e BH Serviços de Comunicação também são citadas.
Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a “serviços de fachada”, com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.
“Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filme teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes”, decidiu o juiz Sérgio Moro. “Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido.”
A Conspiração Filmes é uma das principais produtoras do país, atuando há 24 anos no Brasil e no exterior. É sócia da Rio Bravo Investimentos, fundada por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso. É também sócia do Banco Icatu, de Kati de Almeida Braga, filha do banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga.
Com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo e em Betim (MG), a Conspiração tem 250 colaboradores fixos. Pedro Buarque de Hollanda é o presidente do conselho de administração e Gil Ribeiro é o diretor presidente. Entre os executivos também estão Leonardo M. Barros, senior vice-presidente internacional, Adrien Muselet, diretor executivo do Cinema, Cristina Lopes, diretora executiva da Publicidade, Eneide Maia, diretora de Planejamento e Controle de Produção, Gustavo Baldoni, diretor executivo de TV, Maria Amélia Madureira de Pinho Leão Teixeira, diretora administrativa e financeira, e Renata Brandão, diretora executiva da Corp/Concept.
Entre os 16 sócios da Conspiração Filmes está o cineasta Andrucha Waddington, que por sua vez aparece listado no escândalo do SwissLeaks como dono de uma conta numerada no banco HSBC, na Suíça. Ele aparece nos registros dividindo uma conta com seu irmão Ricardo Waddington, diretor da uma emissora de televisão.
A reportagem do JB entrou em contato com a Polícia Federal em Curitiba, responsável pela Lava Jato, que informou que a investigação está em andamento e pode ter desdobramentos nos próximos dias. Nota (bpf): O perigo é descobrir o envolvimento de fogo amigo no escândalo do SwissLeaks (PSDB  e Rede Globo).
 

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