Psicólogas mobilizam grupo de ajuda
Em decorrência dos altos índices de suicídio em Teresina, duas psicólogas decidiram iniciar um projeto voluntário de prevenção. A ideia lançada no Facebook ganhou muitos adeptos e, em poucas horas, já são mais de 200 compartilhamentos de pessoas que querem ajudar a diminuir a incidência de casos na capital.
Recorrentes casos motivaram os profissionais; veja onde buscar ajuda
A ideia inicial de Renata Jardim (foto ao lado) e Isadora Chaves é ter psicólogos prestando atendimento em terapias de grupos e psicoterapia individual. “O nosso objetivo primário era o atendimento psicológico, mas foram tantas pessoas que disseram que desejam nos ajudar a implantar esse projeto que já vemos a possibilidade expandi-lo de forma a englobar outras atividades, como oficinas de teatro e prática de esportes”, conta Renata.
Segundo ela, a ideia partiu dos recorrentes casos que acontecem na Capital. “Em menos de dois anos eu vi muita gente conhecida cometer suicídio. Eram pessoas que não aparentavam ter problemas psicológicos, mas que infelizmente não resistiram à depressão”, diz a psicóloga.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o 8º país com maior índice de suicídio. O estudo apresentado em 2014, mostra que cerca de 800 mil pessoas morrem vítimas da depressão. “O assunto é pouco divulgado, o acesso a esses dados são muito difíceis e as vítimas têm vergonha de alegar que estão passando por um momento de crise”, afirma Renata.
Onde procurar ajuda
Outros trabalhos já existem em Teresina que visam realizar trabalhos preventivos por meio de palestras de conscientização e também atendimentos psicológicos. O Centro Débora Mesquita (CDM) é uma ONG que atua há dois anos e atende a população que precisa de auxílio clínico.
A psicóloga Layone Holanda explica que o Centro surgiu a partir de um caso onde a irmã da presidente do CDM sofria de transtornos psicológicos e acabou cometendo suicídio. “Com essa experiência surgiu o projeto para ajudar e conscientizar as pessoas sobre os riscos e sinais que são dados pelas vítimas”, conta. O CDM atendeu 76 pessoas no segundo semestre de 2014, muitos dos casos são acompanhados de forma continuada.
Já a Prefeitura de Teresina possui o ambulatório Provida. Em setembro de 2014 foram atendidas 83 pessoas, sendo 67,8% dos atendimentos feitos a mulheres que durante três meses são acompanhadas por psicólogos no Hospital Lineu Araújo das 8h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira. Não é preciso agendar atendimento.
“A nossa profissão lida diretamente com esses casos, nós precisamos de projetos eficientes e também queremos a ajuda de outros profissionais para que os casos de suicídio não sejam mais um tabu e que haja uma conscientização”, afirma Renata Jardim.
Cartilha
O Ministério da Saúde considera o suicídio um problema de saúde pública. Em cada 45 minutos um brasileiro comete suicídio. A partir dessa constatação, o Centro de Valorização da Vida (CVV) divulgou uma cartilha preventiva sobre suicídio. São 14 questionamentos que alertam sobre a necessidade de buscar apoio e ajudam a entender os sinais dados pelas vítimas.
O CVV funciona na Rua Álvaro Mendes, 861, centro, com atendimento da meia noite às 14h. O telefone para contato é o 3222 0000.
Por: Paloma Mourão (estagiária)
Nenhum comentário:
Postar um comentário