Dez dicas para melhorar os estudos em tempos de alta demanda e competição atroz
por Rogério Tuma —
Vivemos um tempo em que todo conhecimento é sempre de menos. Não importa o quanto nos preparemos, o que sabemos parece insuficiente para as demandas no trabalho. De outro lado, não se tem ideia de quais são os limites do cérebro. Qual seria, então, o melhor método para aprender? Um artigo de Emma Young, pulicado naNew Scientist, sugere os dez mandamentos para um aprendizado bem-sucedido.
O primeiro é escolher o horário. Estudo com indivíduos entre 60 e 80 anos feito pelo Instituto Rotman mostrou que se aprende melhor de 8h30 a 10h30 da manhã; à tarde, o cérebro fica menos interessado em novas informações. A relação com o sono também é crucial: o aprendizado de dados é melhor quando ocorre logo após o sono, e o aprendizado motor é mais bem fixado se aprendemos e vamos dormir.
Dica dois: desafie seu conhecimento. Estudo da Universidade Purdue mostrou que alunos que aprendiam 40 palavras em suaíli e as repetiam muito durante o aprendizado conseguiam evocar 80% delas após uma semana, enquanto os que não as repetiam evocavam 34%. Autotestar-se após os estudos é muito mais eficiente do que fazer resumos, tabelinhas ou organogramas.
A terceira dica é estudar de maneira despreocupada. Estudo com voluntários para aprender a distinguir sons com timbres parecidos concluiu que a exigência sabida de uma prova escrita após o treino não melhorava os resultados. Afinal, o estresse é a principal causa de falha em mais de 80% das pessoas quando submetidas a testes. A calma é crucial para o sucesso.
Quarta dica: nem tudo que distrai é ruim. Às vezes interrompemos o estudo para fazer outra atividade e não precisamos voltar ao começo da lição: o aprendizado tem um período lento de fixação, que pode ocorrer durante outras tarefas. Assim, o que aprendemos anteriormente vai “solidificando-se” na memória. Portanto, ouvir música durante a leitura nem sempre atrapalha e pode até ser útil.
Quinta dica: quando o assunto for complexo, estude em grupo. O Prêmio Nobel de Química Roald Hoffmann recomenda: após estudar o assunto sozinho, compartilhar a experiência em um grupo de três a seis colegas pode ajudar no entendimento e na recordação do que se aprendeu. Videogames são a sexta dica. Mas servem apenas para atividades motoras, como esporte ou instrumento musical. Quem joga mais de oito horas de videogame por semana efetua melhor movimentos coordenados e tem reflexos mais rápidos.
A sétima dica é dar uma pausa. Lila Davachi, da Universidade de Nova York, fez um estudo com voluntários e concluiu: quem estuda e descansa em seguida (quando o hipocampo e outras áreas envolvidas com a memória ficam mais ativos) lembra melhor o conteúdo que estudou. Assim, um cochilo após uma aula importante pode ser a melhor ajuda. Na sequência, vale dar uma aula para você mesmo. Um estudo do Williams College feito por Nate Kornell testou o quanto os alunos conseguiam memorizar sobre um texto de 1,5 mil palavras em dez minutos. Um grupo foi avisado antes de que deveria dar aula sobre o texto e gravou mais sobre o assunto.
A nona dica é revisar periodicamente o conteúdo aprendido. O esforço auxilia a gravar os dados. Intervalos de 10% do tempo são ideais. Então, se você vai prestar um concurso em um ano, melhor revisar a matéria a cada mês. As revisões periódicas aumentam em mais de 15% a retenção do conteúdo.
Por fim, a décima dica é a mais óbvia: estude. Mas não adianta se culpar: quem o faz vai pior do que quem apenas procrastina. Ter vontade de aprender é a máquina que move o conhecimento, e quanto mais se estuda mais fácil fica de se aprender.
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