Em Paris
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Os próprios responsáveis pelo estudo advertiram que é muito cedo para tirar uma conclusão definitiva sobre os potenciais benefícios da 'dieta picante' e defenderam mais pesquisas.
"Nossa análise mostra uma correlação invertida entre o consumo de comida condimentada e a mortalidade global, assim como com certas causas de morte, como o câncer ou as doenças coronarianas e respiratórias", afirma a equipe responsável pelo estudo.
A partir de um grupo de 490.000 chineses com idades entre 30 e 79 anos, observados em média por sete anos, o estudo afirma que "aqueles que consomem alimentos condimentados quase todos os dias têm 14% menos possibilidades de morrer que aqueles que comem alimentos picantes menos de uma vez por semana".
A associação vale tanto para homens quanto para mulheres e é ainda mais importante para os que consomem comidas picantes mas não bebem álcool.
O consumo frequente de comida picante também foi associado no estudo especificamente a um risco menor de morte por câncer, doença coronariana ou respiratória.
A pimenta, o condimento mais utilizado na China, contém capsaicina, que segundo os coordenadores da pesquisa também ajudaria a combater a obesidade, além de ter efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e contra o câncer.
Apesar do número considerável de pessoas observadas, o estudo apresenta alguns pontos frágeis, em particular a falta de informações detalhadas sobre a composição das refeições dos participantes.
"Não sabemos se as correlações observadas são resultado direto do consumo de pimenta ou a simples consequência de outros elementos favoráveis da alimentação que não foram levados em consideração", comentou Nita Forouhi, uma especialista em Nutrição da Universidade de Cambridge.
Ampliar
CONSUMA
MODERADAMENTE: Carne vermelha - uma alimentação saudável é rica em
frutas, verduras e legumes e pobre em açúcares, gorduras e carne
vermelha. "É o melhor ponto de partida para a prevenção do câncer",
ensina Thais Manfrinato, nutricionista do Hospital A.C.Camargo. Ela
acrescenta que o consumo excessivo de carne vermelha, mais de 500g na
versão cozida por semana, aumenta em 35% o risco de câncer de intestino
grosso. Já a também nutricionista Renata de Souza Alvim lembra que as
carnes podem ser fontes valiosas de nutrientes, em particular proteínas,
ferro, zinco e vitamina B12 e enfatiza que sua recomendação não é a
favor de dietas sem carne, mas que sejam consumidas com moderação Leia mais Thinkstock
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