Quando eles riem... |
Os
brasileiros estão aflitos, sentindo-se empobrecer dia a dia, fazendo
contas e mais contas para não se afundarem em dívidas, angustiados pelo
medo de perderem seus empregos, adiando compras maiores para um futuro
que têm dificuldades cada vez maiores para vislumbrarem. "A recuperação
começará neste semestre? Nem a pau, Juvenal!" "Em 2016? Fala sério!" "Em
2017? Pode até ser, mas que está com cheiro de 2018, lá isto está.
Ainda mais sendo ano de eleição presidencial..."
Uma exceção entre tantas feições preocupadas e sisudas é o sorriso
escancarado de Luís Carlos Trabuco Cappi, o presidente do Bradesco. Não
só acaba de engolir o tentáculo brasileiro do HSBC, como mostrou ter
dinheiro sobrando para bancar os projetos mais onerosos que lhe derem na
telha. Só não sei com quem compará-lo, se com o Tio Patinhas ou com o
Cidadão Kane...
...nós choramos. |
Para o homem chamado Trabuco (parece título de spaghetti western!), 17,9 bilhões de reais não são nada. Aumentando o número de casas de agiotagem (ôps, ia esquecendo, o eufemismo é agências...), num instante recuperará o investimento, mesmo tendo desembolsado bem mais do que o HSBC Brasil valia, segundo o tal do mercado (esse ente sem face nem compaixão que rege nossos destinos sob o capitalismo!).
Mas, qual o significado maior da aposta biliardária do Trabuco? É o de
que, como sempre, enquanto a crise estiver fustigando e desgraçando
nosso povo, os bancos lucrarão como nunca, aproveitando a alta dos já
estratosféricos juros a pretexto de conter a inflação e outros negócios
de ocasião que surgem quando os cidadãos encontram-se desesperados.
A política econômica do ministro Joaquim Levy dá a Trabuco a certeza de
que não perderá um centavo dos US$ 5,2 bilhões. Provavelmente, em pouco
tempo ganhará o dobro. Ufana-se de que vai crescer em um ano o que
cresceria numa década. Alguém duvida?
Para este também US$ 5,2 bilhões não eram nada |
Hoje se percebe que o Trabuco sabia muito bem o que estava fazendo.
Quem entregou o ouro pro bandido.
Quem botou a raposa pra tomar conta do galinheiro.
Quem fez o injustificável, engoliu o inaceitável, esqueceu sua identidade, perdeu o rumo e cedo perceberá que a capitulação ao inimigo não garante o cargo de ninguém.
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