Cristiane Capuchinho
A nota de um aluno em uma prova como o Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio) não é determinado apenas pela vontade do jovem em estudar.
Pesquisas acadêmicas feitas em vários países mostram que características
como renda familiar, escolaridade dos pais e outros fatores
socioeconômicos têm papel importante no desempenho escolar do estudante.
"Sabemos que as chances de aprendizado são delimitadas socialmente. Todos podem aprender, mas os que têm famílias de maior capital cultural aprendem mais e mais rápido", afirma o pesquisador e atual presidente do Inep Francisco Soares.
Isso porque pais que frequentaram a escola têm mais chances, por exemplo, de tirarem dúvidas dos filhos na lição de casa ou fazerem relação do mundo com conhecimentos aprendidos pela criança naquela aula de geografia. A renda familiar e as condições de alfabetização são questões-chaves para a existência ou não de livros na casa.
Segundo Soares, em média, apenas 15% da variação das notas dos alunos referem-se exclusivamente à influência do trabalho da escola. Um estudo da USP (Universidade de São Paulo) chega a estimar que esses fatores podem explicar 80% do desempenho médio dos estudantes de uma escola no Enem.
Por conta disso, o Inep passou a utilizar em 2014 o Inse (Indicador de Nível Socioeconômico das Escolas de Educação Básica) para classificar as escolas de educação básica do país e, assim, poder compará-las de maneira mais justa.
As escolas agora são classificadas em sete níveis socioeconômicos que vão de muito baixo a muito alto, calculados a partir da renda indireta dos alunos (com perguntas, por exemplo, sobre bens familiares) e escolaridade dos pais.
Escolas de nível muito baixo e baixo reúnem, em geral, alunos com renda familiar de até um salário-mínimo (R$ 788) e os pais não completaram o ensino fundamental (9° ano). Na outra ponta, escolas de nível socioeconômico alto e muito alto têm estudantes com renda familiar acima de 12 salários-mínimos e pais que fizeram faculdade.
Se considerarmos instituições que recebem alunos de nível médio alto, alto e muito alto, a média geral é de 538,16 pontos. Frente a 468,52 pontos obtidos pelas escolas de nível médio baixo, baixo e muito baixo.
É importante lembrar que as informações fornecidas pelo Inep dão conta apenas das instituições em que mais de 50% dos alunos participaram do Enem, escolas com baixa participação no exame nacional não tiveram suas notas divulgadas. Das 15.640 escolas com notas divulgadas, apenas 65 tinham nível muito baixo. Já entre as de nível muito alto, 2.541 escolas tinham mais da metade de seus alunos nos bancos do Enem.
"Sabemos que as chances de aprendizado são delimitadas socialmente. Todos podem aprender, mas os que têm famílias de maior capital cultural aprendem mais e mais rápido", afirma o pesquisador e atual presidente do Inep Francisco Soares.
Isso porque pais que frequentaram a escola têm mais chances, por exemplo, de tirarem dúvidas dos filhos na lição de casa ou fazerem relação do mundo com conhecimentos aprendidos pela criança naquela aula de geografia. A renda familiar e as condições de alfabetização são questões-chaves para a existência ou não de livros na casa.
Segundo Soares, em média, apenas 15% da variação das notas dos alunos referem-se exclusivamente à influência do trabalho da escola. Um estudo da USP (Universidade de São Paulo) chega a estimar que esses fatores podem explicar 80% do desempenho médio dos estudantes de uma escola no Enem.
Por conta disso, o Inep passou a utilizar em 2014 o Inse (Indicador de Nível Socioeconômico das Escolas de Educação Básica) para classificar as escolas de educação básica do país e, assim, poder compará-las de maneira mais justa.
As escolas agora são classificadas em sete níveis socioeconômicos que vão de muito baixo a muito alto, calculados a partir da renda indireta dos alunos (com perguntas, por exemplo, sobre bens familiares) e escolaridade dos pais.
Escolas de nível muito baixo e baixo reúnem, em geral, alunos com renda familiar de até um salário-mínimo (R$ 788) e os pais não completaram o ensino fundamental (9° ano). Na outra ponta, escolas de nível socioeconômico alto e muito alto têm estudantes com renda familiar acima de 12 salários-mínimos e pais que fizeram faculdade.
Diferenças
A diferença de desempenho conforme o nível socioeconômico do aluno reflete-se da seguinte maneira no Enem por Escola 2014: 132,66 pontos. Entre as escolas com os estudantes mais ricos, a média geral das provas objetivas foi de 586,68. Já as escolas com os alunos mais pobres tiveram média geral de 454,02.Se considerarmos instituições que recebem alunos de nível médio alto, alto e muito alto, a média geral é de 538,16 pontos. Frente a 468,52 pontos obtidos pelas escolas de nível médio baixo, baixo e muito baixo.
É importante lembrar que as informações fornecidas pelo Inep dão conta apenas das instituições em que mais de 50% dos alunos participaram do Enem, escolas com baixa participação no exame nacional não tiveram suas notas divulgadas. Das 15.640 escolas com notas divulgadas, apenas 65 tinham nível muito baixo. Já entre as de nível muito alto, 2.541 escolas tinham mais da metade de seus alunos nos bancos do Enem.
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