DA REUTERS
Cerca de um terço da população global --ou 2 bilhões de pessoas-- foi infectada pela hepatite, doença hepática que mata cerca de 1 milhão de vítimas anualmente, informou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta terça-feira. Embora a maioria dos portadores de hepatite não saiba que tem a doença, eles são capazes de transmiti-la sem saber às outras pessoas e, a qualquer momento da vida, ela pode se desenvolver e matá-los ou incapacitá-los, advertiu a agência da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Essa é uma doença crônica ao redor do mundo inteiro, mas infelizmente, há uma consciência muito baixa sobre ela, mesmo entre os responsáveis pelas políticas de saúde", disse o especialista em hepatite da OMS Steven Wiersma em uma entrevista coletiva.
A conferência marcou o primeiro Dia Mundial contra a Hepatite, da ONU, proposto pelo organismo para aumentar a consciência sobre a doença viral, amplamente disseminada por água e alimentos contaminados, sangue, sêmen e outro fluidos corporais.
Wiersma disse que a doença --que tem cinco vírus principais-- produziu um "peso surpreendente" sobre os sistemas de saúde ao redor do planeta e tem o potencial de causar epidemias, assim como é a principal causa de cirrose e câncer de fígado.
Dos cinco vírus --chamados A, B, C, D e E--, o B é o mais comum e pode ser transmitido pelas mães aos filhos no parto ou na primeira infância, assim como é transmitido por injeções contaminadas ou pelo uso de droga injetável, diz um novo documento da OMS.
O vírus E, transmitido pela água ou por alimentos infectados, é uma causa comum de surtos da doença nos países em desenvolvimento e é registrado cada vez mais em economias desenvolvidas, de acordo com a OMS.
A OMS diz que vacinas eficazes foram desenvolvidas para combater os vírus A e B e também poderão ser usados contra o D. A vacina contra a hepatite E foi desenvolvida, mas ainda não está amplamente disponível. E não há uma vacina eficaz contra o vírus C.
As campanhas de vacinação tiveram um sucesso considerável em vários países. Cerca de 180 dos 193 Estados membros da OMS agora incluem a vacina contra hepatite B nos programas de imunização infantil, informou a agência.
Mas são necessárias mais ações para prevenir ou controlar a doença. É vital garantir às pessoas já infectadas o direito de testar para a doença e receber assistência e tratamento de qualidade sem demora, declarou o documento da OMS.
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