Estudo publicado na revista científica Cancer Research mostrou, com resultados pré-clínicos consistentes, a capacidade de uma dieta com baixo teor de carboidrato em evitar o ganho de peso, mas também inibir o desenvolvimento e progressão do câncer, em camundongos.
Os pesquisadores testaram a hipótese de que células cancerígenas dependem de mais glicose para o seu crescimento do que as células normais. Assim, o objetivo do estudo foi investigar os efeitos de uma dieta com baixo teor carboidratos e rica em proteínas sobre a taxa de crescimento de tumores.
Foram injetadas células de carcinoma colorretal nos camundongos e, em seguida, os animais foram divididos em diferentes grupos, recebendo as seguintes dietas:
Grupo dieta ocidental: contendo 55,2% de carboidratos (CHO, rico em sacarose), 23,2% de proteínas (ptna) e 21,6% de lipídios (lip);
Grupo 8% CHO: contendo 8% de CHO (rico em sacarose), 69,4% de ptna e 22,6% de lip;
Grupo 10% CHO: contendo 10,6% de CHO (rico em amilose), 63,5% de ptna e 25,9% de lip;
Grupo 15% CHO: contendo 15,6% de CHO (rico em amilose), 58,2% de ptna e 26,2% de lip.
Dentre os grupos estudados, os autores observaram que os tumores cresceram mais lentamente nos animais do grupo 10% CHO (p<0,05), devido à presença de CHO com alto teor de amilose. Os animais do grupo 8% CHO apresentaram menor crescimento tumoral em relação ao grupo dieta ocidental, mas não em relação ao grupo 10% CHO e 15% CHO, pois o seu conteúdo de carboidrato foi composto por sacarose e, interessantemente, apresentaram perda de peso acentuada.
Os pesquisadores verificaram que a dieta do grupo 15% CHO, composta principalmente por amilose (CHO complexo), reduziu a incidência de tumores em modelo animal que desenvolveu câncer de mama espontâneo. Isso mostra que a dieta com baixo teor de carboidrato inibe tanto a proliferação do câncer quanto o processo de iniciação da carcinogênese.
“Mostramos com o nosso estudo que a dieta com baixa ingestão de carboidratos simples e rica em proteínas retarda o crescimento e reduz a incidência de tumores, bem como melhora a resposta a terapias existentes, sem levar à desnutrição ou insuficiência renal”, destacam os autores.
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