'Não existe planta milagrosa' para emagrecimento, afirma farmacêutico
Especialista diz que fitoterápicos ajudam, mas são superestimados.
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Antes mesmo da restrição aos remédios emagrecedores ditada pela Anvisa no final do mês passado, os medicamentos feitos a base de plantas já eram vistos uma opção para quem luta contra a obesidade.
Os chamados "fitoterápicos", feitos a partir de plantas medicinais, podem ser consumidos na forma de medicamentos – pílulas com o princípio ativo das substâncias – ou na alimentação.
O uso dessas substâncias também não pode ser indiscriminado. Assim como os remédios químicos – alopáticos –, eles podem trazer efeitos colaterais. “Não existe planta milagrosa ou planta tóxica; existe planta mal empregada”, afirma Sérgio Tinoco Panizza, coordenador da Comissão de Fitoterapia do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF/SP).
Para o farmacêutico, quem precisa perder peso deve procurar uma equipe de especialistas, a começar pelo médico. É ele quem deve diagnosticar a causa da obesidade e, a partir disso, tratá-la.
Segundo ele, o problema pode estar ligado a diversos fatores, como ansiedade, metabolismo lento ou alterações na digestão.
“Não existe um produto milagroso que todo mundo possa tomar”. “A clínica médica tem que individualizar mais o paciente”.
Para tratar fatores isolados, as plantas podem ajudar. O alho, por exemplo, é indicado como coadjuvante para abaixar as taxas de colesterol e triglicérides no sangue, e no tratamento da hipertensão arterial. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que regula os medicamentos, reconhece esses efeitos em registro.
Invariavelmente, o emagrecimento passa pela redução do número de calorias ingeridas ou pelo aumento do gasto de energia – feito com atividade física. “Está se jogando um peso muito grande em produtos como se eles fossem milagrosos, tanto os naturais como os clínicos”, acredita o farmacêutico.
Comprovação clínica
Para o endocrinologista Márcio Mancini, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o tratamento da obesidade exige remédios com eficiência clinicamente comprovada.
Para ele, é “simplista” pensar que atacar certos sintomas com fitoterápicos resolve o problema. “O indivíduo que come por ansiedade tem uma compulsão”.
“Acupuntura, que pode diminuir ansiedade, nunca conseguiu comprovar que reduz peso”, argumenta o endocrinologista. Na visão do médico, o que poderia ter efeito neste sentido seria o uso de remédios "off-label", ou seja, receitar medicamentos que normalmente são usados para tratar outros males. No caso da ansiedade, antidepressivos podem ser uma opção, segundo Mancini.
Para o farmacêutico Panizza, os fitoterápicos ainda vão conseguir mostrar cientificamente que são eficientes. Ele diz que os testes clínicos para registro na Anvisa começaram em 2000 e é compreensível que ainda não haja muitos resultados.
“Transformar conhecimentos milenares em ciência leva certo tempo”,
Os chamados "fitoterápicos", feitos a partir de plantas medicinais, podem ser consumidos na forma de medicamentos – pílulas com o princípio ativo das substâncias – ou na alimentação.
O uso dessas substâncias também não pode ser indiscriminado. Assim como os remédios químicos – alopáticos –, eles podem trazer efeitos colaterais. “Não existe planta milagrosa ou planta tóxica; existe planta mal empregada”, afirma Sérgio Tinoco Panizza, coordenador da Comissão de Fitoterapia do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF/SP).
Segundo ele, o problema pode estar ligado a diversos fatores, como ansiedade, metabolismo lento ou alterações na digestão.
“Não existe um produto milagroso que todo mundo possa tomar”. “A clínica médica tem que individualizar mais o paciente”.
Para tratar fatores isolados, as plantas podem ajudar. O alho, por exemplo, é indicado como coadjuvante para abaixar as taxas de colesterol e triglicérides no sangue, e no tratamento da hipertensão arterial. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que regula os medicamentos, reconhece esses efeitos em registro.
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De toda forma, os fitoterápicos, assim como os remédios alopáticos, não devem ser mais que coadjuvantes.Invariavelmente, o emagrecimento passa pela redução do número de calorias ingeridas ou pelo aumento do gasto de energia – feito com atividade física. “Está se jogando um peso muito grande em produtos como se eles fossem milagrosos, tanto os naturais como os clínicos”, acredita o farmacêutico.
Comprovação clínica
Para o endocrinologista Márcio Mancini, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o tratamento da obesidade exige remédios com eficiência clinicamente comprovada.
Para ele, é “simplista” pensar que atacar certos sintomas com fitoterápicos resolve o problema. “O indivíduo que come por ansiedade tem uma compulsão”.
“Acupuntura, que pode diminuir ansiedade, nunca conseguiu comprovar que reduz peso”, argumenta o endocrinologista. Na visão do médico, o que poderia ter efeito neste sentido seria o uso de remédios "off-label", ou seja, receitar medicamentos que normalmente são usados para tratar outros males. No caso da ansiedade, antidepressivos podem ser uma opção, segundo Mancini.
Para o farmacêutico Panizza, os fitoterápicos ainda vão conseguir mostrar cientificamente que são eficientes. Ele diz que os testes clínicos para registro na Anvisa começaram em 2000 e é compreensível que ainda não haja muitos resultados.
“Transformar conhecimentos milenares em ciência leva certo tempo”,
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