5.02.2013

Identificada região do cérebro que controla o envelhecimento



Cientistas do Albert Einstein College of Medicine, 

nos EUA, descobriram que a região do 
cérebro conhecida como hipotálamo controla o 
envelhecimento em todo o corpo.
A descoberta de um caminho específico 
de sinalização relacionado ao envelhecimento 
abre novas estratégias para combater as doenças 
da velhice e prolongamento da vida.

O estudo foi publicado na revista Nature.

"Os cientistas há muito se perguntavam se o 
envelhecimento ocorre de forma independente 
em vários tecidos do corpo ou se ele poderia 
ser ativamente regulado por um órgão do corpo. 
É evidente, a partir de nosso estudo, que muitos 
aspectos do envelhecimento são controlados 
pelo hipotálamo. O que é interessante é que é 
possível. pelo menos em ratos, alterar a sinalização 
dentro do hipotálamo para retardar o processo de 
 envelhecimento e aumentar a longevidade", afirma o
 autor sênior Dongsheng Cai.

O hipotálamo, uma estrutura do tamanho de uma 
amêndoa localizado no interior do cérebro, 
é conhecido por ter um papel muito 
determinante no crescimento, desenvolvimento, 
reprodução e metabolismo. Cai suspeita que o 
hipotálamo também pode desempenhar 
um papel fundamental no envelhecimento, através 
da influência que exerce em todo o corpo.

"À medida que as pessoas envelhecem, 
você pode detectar alterações inflamatórias em 
vários tecidos. A inflamação também está 
envolvida em várias doenças relacionadas à idade, 
como a síndrome metabólica, doenças cardiovasculares,

 doenças neurológicas e vários tipos de câncer", 
 observa Cai.

Ao longo dos últimos anos, ele e seus colegas
 mostraram que alterações inflamatórias no 
hipotálamo podem dar origem a vários 
componentes da síndrome metabólica 
(uma combinação de problemas de saúde 
que pode levar a doenças cardíacas e diabetes).

Para descobrir como o hipotálamo pode afetar 
o envelhecimento, a equipe decidiu estudar 
inflamação hipotalâmica, concentrando-se em 
um complexo de proteínas chamado NF-kB. 
"A inflamação envolve centenas de moléculas, 
 e NF-kB fica bem no centro desse mapa 
regulamentar", afirmaram.

No estudo atual, Cai e sua equipe demonstraram 
que a ativação da via NF-kB no hipotálamo 
de ratos acelerou de forma significativa o 
envelhecimento, como mostrado por vários 
testes fisiológicos, cognitivos e comportamentais. 
"Os ratos mostraram uma diminuição da força e 
tamanho muscular, na espessura da pele, 
e em sua capacidade de aprender, todos 
indicadores de envelhecimento. A ativação 
desta via promoveu envelhecimento sistêmico 
que encurtou o tempo de vida", explica Cai.

Por outro lado, eles descobriram que o bloqueio 
da via de NF-kB no hipotálamo de ratos 
desacelerou o envelhecimento e aumentou a 
 longevidade mediana em cerca de 20%, em 
comparação com os controles.

Os pesquisadores também descobriram 
que a ativação da via NF-kB no hipotálamo 
causou declínios nos níveis de hormônio liberador 
de gonadotrofinas (GnRH), que é sintetizado 
no hipotálamo. A liberação de GnRH no sangue
 é geralmente associada com a reprodução.

Suspeitando que a liberação reduzida de GnRH 
do cérebro pode contribuir para o 

envelhecimento de todo o corpo, os 
pesquisadores injetaram o hormônio em um
 ventrículo hipotalâmico (câmara) de ratos
 de meia idade e notaram que as injeções
 de hormônio os protegeram da 
neurogênese (criação de novos neurônios
 no cérebro) deficiente associada com 
o envelhecimento.

Quando os ratos idosos receberam 
injeções de GnRH diárias por um 
período prolongado, eles apresentaram
 benefícios que incluem a desaceleração
 do declínio cognitivo relacionado 
à idade, provavelmente o resultado 
da neurogênese.

De acordo com Cai, impedir que o 
hipotálamo cause inflamação e 
aumentar a neurogênese via terapia 
GnRH são duas estratégias possíveis par
a elevar a expectativa de vida e melhorar 
o tratamento de doenças relacionadas à idade.
Fonte: Isaúde

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