Rio- Um assunto que talvez possa revolucionar a culinária e favorecer a qualidade de vida das pessoas, fazendo até mesmo com que elas emagreçam: a dieta do macarrão japonês.
Esta nova modalidade de dieta vem ganhando espaço (principalmente nos Estados Unidos e na Europa). O responsável é um macarrão conhecido como “Konjac”, usado na comida japonesa. Mas o que ele tem de tão especial?
Na verdade, diferentemente das outras massas, essa não possui carboidrato. Contém 97% de água e uma pequena parcela de fibras. Além de não engordar, a consumidora poderá cuidar da saúde, já que ele é capaz de baixar níveis de colesterol, glicose e controlar a pressão.
O melhor de tudo é que já é possível encontrar essa maravilha aqui no Brasil. Mesmo sendo difícil de achar, há alguns bairros (que há concentração de descendentes japoneses) que é possível comprar. Aqui é chamado “itokonnyaku” ou como miojo milagroso, uma tradução de como é chamado na América.
Gardênia Cavalcanti

 O macarrãozinho japonês é feito de uma raiz, que mais parece um inhame. Ele é chamado de Itokonnyaku. Na terra dos samurais, ele é consumido há mais de um século. No mundo ocidental, o macarrão japonês ficou famoso graças a uma chef de cozinha inglesa: Nigella Lawson. Ela, que é celebridade da TV inglesa, perdeu peso recentemente e atribuiu o sucesso da dieta ao "macarrãozinho milagroso".

Emagreci 18 kg com a Dieta do Macarrão

Perdi peso com molhos light e sem passar fome

Fabiana Faria
Conteúdo do site SOU MAIS EU!
Mirlena magra
Mirlena decidiu emagrecer quando
chegou ao manequim 46
Quando me casei fui morar no Rio de Janeiro. Meu ex-marido ia fazer residência médica lá e eu o acompanhei. Como eu não conhecia ninguém e ele trabalhava muito, ficava o dia inteiro sozinha em casa e a única coisa que fazia era comer. Quando dei por mim as minhas calças não entravam. Cheguei ao manequim 46!

Depois de três anos, eu e meu marido voltamos para Juiz de Fora. Mas eu pouco saía porque não tinha roupa que ficasse bonita. Voltava para a frente da TV e devorava um pote de sorvete!

Em uma segunda-feira, dois meses depois da volta, ele chegou em casa com um semblante diferente. Disse que estava confuso e que iria para a casa dos pais por um tempo. Pegou algumas roupas e não deu mais notícia. Foi assim: nosso relacionamento de dez anos acabou de uma hora para outra.

Fiquei trancada em casa por dois meses. Só chorava. No espelho via uma mulher gorda e triste. Mesmo abalada, decidi emagrecer. Como eu adoro macarrão e é uma comida prática, essa era a minha opção para voltar ao manequim 38. Sempre incrementava meus pratos com creme de leite light, frango desfiado, peito de peru, cenoura, ervilha, milho...

Cada vez que comprava uma roupa nova, tamanho menor, meu entusiasmo aumentava e eu percebia que podia ser feliz. Foram três meses até atingir meu peso ideal.

Hoje sou mais feliz que antes. Perdi 18 quilos e, do manequim 46, voltei ao 38!

Perdi peso com molhos light e sem passar fome


Prato de macarrão
Prefira os molhos de tomate caseiros e as massas integrais
Foto: Sou+Eu!
Café-da-manhã
Mingau de aveia, leite e adoçante
1 fruta

Almoço
1 prato de macarrão com molho de tomate, frango desfiado
Salada verde

Lanche da tarde
1 fruta batida com 1 copo de leite desnatado

Jantar
Macarrão com milho, peito de peru cortado em cubinhos e 2 colheres de creme de leite light

Dicas

Café-da-manhã: o cardápio pode ser variado substituindo-se a aveia por flocos de milho e o suco de fruta no lugar da fruta in natura. Mas é só para variar. Não tem problemas fazer o mesmo cardápio.

Almoço e jantar: adicione legumes cozidos, como os brócolis e a cenoura, e varie a porção de carboidratos comendo o arroz. Um peixe, frango ou carne grelhada não podem faltar nessas refeições.

Lanches da manhã e da tarde: não pule os lanches da manhã e da tarde para não atacar o almoço e o jantar. Uma fruta ou um iogurte natural ou de frutas vai bem e é fonte de cálcio.

Cuidado: dependendo do molho, o macarrão pode ficar muito calórico. A melhor opção é o molho de tomate caseiro. Evite os à base de queijo. Ah, prefira massas integrais às tradicionais.

'Miojo milagroso' com apenas dez calorias vira dieta da moda

JULIANA CUNHA
  FOLHA
Aos 51, Nigella Lawson é linda, tem uma pele incrível e é famosa por suas receitas e seus hábitos em extinção, como fumar, beber e comer sem culpa, sempre provando pratos calóricos na TV e lambendo os dedos de satisfação.
A chef e apresentadora inglesa (GNT, quinta, 18h) age como se manteiga, vinho e chocolate fossem entidades sagradas, nunca antes difamadas por médicos e entusiastas da magreza.
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Parecia teletransportada de um tempo em que saúde e corpinho não eram sinônimos e pressões por "vida saudável" eram mais flexíveis.

Karime Xavier/Folhapress
Com apenas dez calorias por porção e aparência pálida, macarrão japonês faz sucesso em dietas de emagrecimento
Com apenas dez calorias por porção e aparência pálida, macarrão japonês faz sucesso em dietas de emagrecimento
Eram. Nigella emagreceu. Do dia para a noite, a sex symbol do orgulho gordo surgiu menos corpulenta. Ela não diz quantos quilos perdeu, mas atribui o feito ao macarrão "konjac" (tubérculo usado na mesa japonesa).
"Nigella quis perder alguns quilos, mas seu desejo nunca foi ficar muito magra. Ela valoriza o prazer de comer e não acha que as mulheres precisam ser magras para serem bonitas e saudáveis", informou a assessoria.
Um mês antes de a musa do "food porn" (movimento de fetichização da comida) ter aparecido mais magra, seu site falava do ingrediente: "Estamos empolgadas por termos descoberto o miojo milagroso, um tipo de massa livre de carboidratos".
Em abril, Nigella dizia à revista "Australia's Woman's Weekly" que pareceria mais velha se emagrecesse: "Mas tenho momentos de dúvida. Todas as mulheres às vezes pensam 'meu Deus, não posso sair, meus quadris estão muito grandes'. Mas há uma faixa na qual cada um se sente bem, eu não posso passar dela". Duas semanas atrás, o "Daily Mail" mostrava a apresentadora mais magra.
O fenômeno do miojo da Nigella repete o padrão de celebridades: surgem magras, indicam o produto responsável, aí consumidoras enlouquecidas movem montanhas atrás do emagrecedor da vez.
No Brasil, o miojo atende pelo nome de "itokonnyaku" e é encontrado na Liberdade.Em outros países, o santo é chamado de "konnyaku", "shirataki", "konjac". Os americanos criaram um nome que vende: "miracle noodle" (miojo milagroso). Dezenas de sites oferecem o produto, incluindo o Amazon.
Karime Xavier/Folhapress
Chamado de "miojo milagroso", o "shirataki" é composto por fibras solúveis e água
Chamado de "miojo milagroso", o "shirataki" é composto por fibras solúveis e água
O macarrão de Nigella é uma espécie de melancia das massas. Contém 97% de água e 3% de fibras -na forma de uma substância viscosa chamada glucomanan.
É ela que faz o alimento ser usado no emagrecimento e no controle de colesterol, glicose, triglicérides, pressão. No Japão, é conhecido como "vassoura para o estômago".
"Em contato com a água, o glucomanan se expande, criando grande volume no estômago. A pessoa se sente satisfeita", diz a nutricionista Fernanda Pisciolaro.
O macarrãozinho age como uma redução de estômago temporária, explica o nutrólogo Eric Slywitch: "O estômago comporta 1,5 litro. Esse alimento preenche cerca de 300 ml quando consumido sem exagero. Isso ajuda a emagrecer sem sentir fome".
Ele lembra, no entanto, que o miojo milagroso tem poucos nutrientes.
LÍNGUA DO DIABO
No Japão, o miojo emagrecedor também é conhecido como "língua do diabo". Além de ser vendido em forma de macarrão é encontrado em um bloco que lembra goiabada cascão. Nessa forma, tem cheiro forte, textura gelatinosa e é chamado de "konnyaku".
Para Diogo Celente, cozinheiro do Prana Sushi, delivery de Porto Alegre que serve o alimento nessa forma de bloco, o mérito do ingrediente insosso é incorporar os temperos: "É como chuchu".
Um grande bloco de "konnyaku" tem apenas dez calorias e provoca grande sensação de saciedade por conta das fibras solúveis. No Prana Sushi, esse bloco é fatiado e grelhado com shoyo.

Karime Xavier/Folhapress
Chef Adriano Kanashiro prepara "itokonnyaku" com cogumelos e salmão
Chef Adriano Kanashiro prepara "itokonnyaku" com cogumelos e salmão
No Japão, há quem compre o bloco e o transforme em macarrão em casa. Segundo o chef Dylan Koishi, isso é muito difícil: "Eu nunca fiz, mas minha avó fazia". Por conta do gosto sem graça, ele sugere o uso em sopas e cozidos, para absorver o sabor dos caldos.
Quando recebe forma de macarrão, o alimento pode se transformar em "shirataki" ou em "itokonnyaku". A diferença entre os dois é a espessura e a textura, mas levam os mesmos ingredientes ("konjac" e água).
cachoeira branca
O "shirataki" (cachoeira branca, em japonês) é mais fininho e difícil de ser achado no Brasil. É vendido nos EUA em embalagens que incluem temperos prontos.
Há outras opções, como miojos feitos de tofu levemente mais calóricos (cinco calorias para cem gramas) e menos tradicionais no Japão.
Os "shiratakis" de tofu foram popularizados em Nova York em 2008, quando a então executiva da Warner Brothers e autora de livros gastronômicos Lisa Lillien passou meses escrevendo sobre as vantagens dessa massa em seu site.
Na época, uma marca de "shirataki" chegou a incluir em suas embalagens selos dizendo que o produto havia sido recomendado por Lillien.
Lillien permanece fiel ao "shirataki" de tofu. Ela conta que já provou a versão da moda, feita com "konjac": "Muita gente tem comprado essa versão por ter menos calorias que o miojo de tofu, mas acho que não vale a pena. O macarrão com tofu tem só 20 calorias por pacote e a textura é bem mais parecida com que o que conhecemos por massa."