Intensidade
Reencontrei
a intensidade dos homens no instante que vi seu rosto. Não estava tão
perto a ponto de perceber todos os detalhes daquele sorriso que,
inevitavelmente, já me contagiava, nem tão longe que não pudesse
perceber o calor por trás de seus olhos castanhos. Achava,
pretensiosamente, ser eu o último ser intenso dessa humanidade tão
mecânica, porém ao ver aquela face percebi que estava enganado: embora
cada vez mais raros, os “intensos” ainda estão por aí, destacando-se
dessa massa cada dia mais sem graça.
Se por acaso você, querido amigo leitor, encontrar uma pessoa intensa
por perto, não hesite: enlace-a, não a deixe se distanciar e
prepare-se, pois, como dizem os comerciais da Sessão da Tarde, “a
aventura só está começando”. Faça isso sem pensar
duas vezes (aliás, nem pense!), já que os “intensos” são um tipo raro,
raríssimo, dentro de uma humanidade quase completamente amorfa, passiva,
de indivíduos mornos, vivendo uma vida em tons pastel.
Por Nelton Araujo
Por Nelton Araujo
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