1.30.2014

Desemprego recua para 4,3% em dezembro de 2013, diz IBGE

Taxa é a menor desde o início da série histórica, em março de 2002.
Na média dos 12 meses de 2013, taxa de desocupação ficou em 5,4%.

Do G1, em São Paulo
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Evolução da taxa média de desemprego desde 2002 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O desemprego voltou a cair em dezembro de 2013, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa, de 4,3%, é a menor desde o início da série histórica do instituto, iniciada em março de 2002.
Em novembro do ano passado e em dezembro de 2012, a taxa de desemprego – que considera seis regiões metropolitanas do país (Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador) – foi a mesma, de 4,6%.
Na média dos 12 meses de 2013, o desemprego ficou em 5,4%, também a menor taxa média anual da história, segundo a pesquisa.
De acordo com o IBGE, a população ocupada ficou em 23,3 milhões de pessoas em dezembro e mostrou estabilidade em relação a novembro de 2013 e a dezembro de 2012. Na média do ano passado, os ocupados chegaram a 23,1 milhões de pessoas – um aumento de 0,7% frente a 2012. Diante de 2003, quando a comparação anual começou a ser feita com dados completos, o número representa um crescimento de 24,8%.
Já a população desocupada somou 1,1 milhão de pessoas em dezembro de 2013, uma queda de 6,2% frente a novembro, mas ficou estável na comparação com dezembro de 2012. Os desempregados chegaram, na média anual, a 1,3 milhão de pessoas, número 0,1% abaixo do registrado em 2012. Na comparação com 2003, o número caiu 49,5%.
Segundo o IBGE, o total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 11,8 milhões em dezembro de 2013, não mostrou variação frente ao mês anterior. No entanto, na comparação anual, o resultado indica um aumento de 2%.
"Esses resultados levaram, na média de 2013, a um recorde na proporção de trabalhadores com carteira assinada (11,6 milhões) em relação ao total de ocupados: 50,3%, frente a 49,2% em 2012 e a 39,7% em 2003", nota o IBGE.
Evolução da taxa mensal de desemprego (Foto: Editoria de Arte/G1)
Rendimento
Quanto aos salários, o rendimento médio real dos brasileiros ocupados (rendimento bruto ganho pela pessoa em um mês completo de trabalho) ficou em R$ 1.966,90 em dezembro de 2013. O valor foi 0,7% abaixo do registrado em novembro (R$ 1.981,08) e 3,2% acima do observado em dezembro de 2012 (R$ 1.905,68).
Na análise regional, na passagem de novembro para dezembro, os salários aumentaram no Rio de Janeiro (0,6%) e caíram em Porto Alegre (2,9%), em São Paulo (1,1%), Belo Horizonte (1%) e no Recife (0,8%). Em Salvador, não houve variação.
Frente a dezembro de 2012, o rendimento teve alta no Rio de Janeiro (7,3%), em Porto Alegre (5,9%), São Paulo (3,7%) e no Recife (1,7%), mas caiu em Salvador (10,5%) e Belo Horizonte (0,7%).
Em 2013, a média anual dos salários ficou em R$ 1.929,03, um avanço de 1,8% frente a 2012 (R$ 1.894,03). Segundo cálculdos do IBGE, entre 2003 e 2013, o poder de compra do rendimento do trabalhador aumentou 29,6% (em 2003 era de R$ 1.488,48).
Destaques de 2013
Em 2013, a população ocupada estava distribuída entre 54% de homens (12,5 milhões de pessoas) e 46% de mulheres (10,6 milhões de pessoas).
"As mulheres continuam sendo minoria na população ocupada, mas sua participação vem apresentando contínuo crescimento. No início da série anual, em 2003, elas representavam 43% da população ocupada, implicando crescimento de 3 pontos percentuais desde então", afirma o IBGE.
Entre os setores analisados pelo instituto, o de "comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis" segue como o que mais emprega: 18,8%.
Com relação às estimativas de 2003, o grupamento que apresentou o maior ganho de participação na população ocupada foi o de "serviços prestados às empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira", passando de 13,4% em 2003 para 16,2% em 2013. Por outro lado, o setor que mais perdeu foi o de "indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água", que baixou de 17,6% para 15,8% nesse mesmo período.
Faixa etária e cor
Na análise por grupos etários, no ano passado, a população brasileira ocupada estava distribuída em 0,1% de pessoas com 10 a 14 anos de idade; 1,4% com 15 a 17 anos; 13% com 18 a 24 anos; 62% com 25 a 49 anos; e 23,6% com 50 anos ou mais.
Quanto à jornada de trabalho, em 2013, as pessoas ocupadas tinham uma jornada média semanal de 40,1 horas trabalhadas, contra 40,3 horas em 2003. São Paulo e Rio de Janeiro, ambos com média de 40,5 horas, tiveram resultado acima do registrado pelas outras quatro regiões metropolitanas analisadas.
Entre 2003 e 2013, o salário de trabalhadores de cor preta ou parda subiu 51,4%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 27,8%.
"Mas a pesquisa registrou também que os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2013, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca", diz o IBGE.
Mudanças na pesquisa
No dia 17 de janeiro, o instituto divulgou os primeiros resultados da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
Enquando a PME pesquisa a cada mês a situação do mercado de trabalho em seis regiões metropolitanas (Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador), a Pnad Contínua vai mostrar o cenário do emprego a cada três meses em 3.500 municípios em todas as regiões do país, incluindo áreas rurais, em um total de 211.344 domicílios visitados.
A PME será realizada somente até dezembro deste ano, quando será extinta. Segundo o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, o instituto ainda estuda se a Pnad continuará em 2014. Isso porque a coleta de dados se daria ao mesmo tempo da realização da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), a partir de outubro.
No segundo trimestre de 2013, a Pnad Contínua mostrou um desemprego maior que o calculado pela PME.

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