Cansado do seu trabalho? Siga dez passos e mude de carreira em 2014
Marina Oliveira e Rita Trevisan
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
- Decidir mudar de carreira quando se está com raiva do chefe ou sob muita pressão é um erro
É natural que, com o tempo, as aspirações e interesses mudem. Um trabalho que o fazia feliz aos 20 anos pode não fazer mais sentido algum tempo depois. "Todas as pessoas, em algum momento da vida, vão pensar em uma transição de carreira", diz a especialista em coaching para executivos Susana Azevedo. É claro que nem todo mundo concretiza esse desejo, afinal, trata-se de uma decisão difícil e que deve ser amadurecida. De qualquer forma, um bom planejamento pode torná-la viável e abrir novos caminhos para a realização profissional e pessoal. Saiba como se preparar, se essa for a sua escolha.
1. Avalie os reais motivos para a mudança. A descoberta de um talento, a discordância dos propósitos ou valores que envolvem a prática profissional atual ou a insatisfação financeira são motivos para se pensar em uma mudança de carreira. Por outro lado, cogitar uma transição quando se está com raiva do chefe ou em uma fase de muitas cobranças é um erro. "É preciso considerar que em qualquer tipo de trabalho será necessário lidar com pessoas difíceis e um certo nível de pressão, mesmo se a pessoa abrir um negócio próprio", diz Susana Azevedo. Porém, se você concluir de que o problema não é com o empregador e que nenhuma área de atuação dentro da sua profissão o motiva, é hora de mudar.
2. Busque afinidades, mas seja realista. De acordo com a coach Flora Victoria, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, na hora de escolher a nova carreira, não pense só quais áreas despertam seu interesse, mas de que maneira as suas competências podem ser utilizadas na nova função. Antes de decidir por uma área, pense se você tem afinidade com aquele mercado, se conhece pessoas no meio, se tem informações suficientes sobre o trabalho que terá de fazer, quais serão os desafios e as possibilidades de ganhos e de desenvolvimento. Afinal, é ótimo trabalhar em algo que lhe dê prazer, mas é preciso alinhar as expectativas ao que o novo cargo realmente proporciona.
3. Trabalhe competências essenciais. Algumas habilidades serão importantes em qualquer tipo de trabalho ou posição, como assertividade, facilidade de trabalhar em equipe, criatividade, responsabilidade e o comprometimento. "Se você conseguir desenvolver essas competências no seu cargo atual, com certeza surgirão oportunidades para você", conta Flora. E, como consequência, também se tornará mais fácil ter destaque em outra equipe ou empresa, assim que você se decidir pela mudança.
4. Planeje antes de mudar. Não basta sonhar, é preciso colocar no papel maneiras de tornar uma ambição viável e lucrativa. "Há situações em que a pessoa tem o desejo de fazer algo que o mercado ainda não está preparado para receber, por exemplo. Pense em toda a estratégia para o próximo negócio antes de deixar cargo atual", explica Susana Azevedo. Durante o planejamento, procure conversar com pessoas do ramo para entender o novo mercado e para informá-los sobre a sua vontade de mudar.
5. Faça uma especialização. Aprimorar-se é fundamental para quem está em um período de transição. "A escolha, nesse caso, vai depender da mudança profissional que se deseja fazer. Vale um curso específico na área em que se pretende atuar, uma pós-graduação ou MBA ou uma nova faculdade", diz Adriana Vianna, gerente da Hays, empresa multinacional de recrutamento e seleção.
6. Crie uma rede de contatos. Você terá mais facilidade para conseguir oportunidades em uma área nova se fizer um bom networking, ou seja, se for capaz de estabelecer uma rede de contatos com pessoas que poderão lhe indicar para um trabalho. Você poderá conhecer possíveis empregadores em cursos específicos da área, workshops e palestras. Frequentar grupos de amigos ou profissionais, reuniões de associações de classe, estar ativo e interagir nas redes sociais também ajuda. Assim, você evita entrar em contato com pessoas distantes apenas quando precisa delas.
7. Concilie os dois empregos. Se possível, tente aliar as duas carreiras até que você consiga vivenciar a nova função e se certificar de que as suas expectativas iniciais poderão ser alcançadas na prática. "Quando se sentir seguro com a sua escolha, já tendo experimentado o novo dia a dia profissional, aí, sim, poderá largar o emprego anterior", diz Adriana. No momento do desligamento, é importante conversar com o empregador, para contar os reais motivos da sua saída e se colocar à disposição para finalizar algum projeto em andamento. Afinal, não custa nada deixar as portas abertas, ainda que você não tenha o objetivo de voltar atrás.
8. Controle as expectativas. Tendo em mente que os resultados não aparecerão imediatamente, fica mais fácil controlar a ansiedade. No início, ajuda muito se você trabalhar com metas modestas para a nova função, que possam se atingidas com rapidez, dando-lhe a motivação de que necessita para seguir em frente. "Faça um paralelo com a pessoa que precisa perder peso. Imagine que ela deseja emagrecer 20 quilos. Se trabalhar com a meta de perder três quilos a cada mês, provavelmente terá sucesso em sua empreitada e ganhará cada vez mais vontade de seguir em frente, com a autoconfiança fortalecida",
9. Tenha uma reserva financeira. Uma nova carreira exigirá um período de adaptação e o retorno financeiro poderá ficar aquém das suas expectativas, pelo menos nessa fase. Por isso, se você tem muitas despesas fixas, é bom ter dinheiro guardado. "É preciso estar disposto a reduzir seu salário e cargo em função do conhecimento que ainda precisará adquirir sobre a nova carreira", diz Adriana Vianna. Se pretende abrir um negócio próprio, saiba que um faturamento satisfatório se inicia depois de, no mínimo, dois anos de atividade.
Tirar
férias faz você voltar renovado? Fazer uma pós-graduação garante maior
salário? E mudar de emprego com pouco tempo de casa, queima o filme? A
resposta para essas perguntas é: não. Para saber mais sobre esses e
outros mitos propagados nas empresas, veja as imagens a seguir. Com
consultoria da professora Renata Magliocca, do Progep (Programa de
Estudos em Gestão de Pessoas) da FIA-USP (Fundação Instituto de
Administração da Universidade de São Paulo), da consultora de carreira
Janaina Ferreira Alves, professora de gestão de pessoas no Ibmec do Rio
de Janeiro, de Daniela do Lago, mestre em administração e professora de
cursos de MBA da FGV (Fundação Getúlio Vargas), e de Ana Cristina
Limongi-França, professora de Administração da FEA-USP, coordenadora da
FIA e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no
Trabalho. Por Andrezza Czech, do UOL, em São Paulo Paola Saliby/UOL
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