12.30.2013

Embalagens genéricas para os cigarros.



Às voltas para implementar a decisão de banir os sabores artificiais do
 tabaco, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) promete
 entrar em nova polêmica: vai defender embalagens genéricas para os cigarros.
Agência Brasil
Anvisa vai defender adoção de maço de cigarro 'genérico'















Por esse modelo, os maços não têm cores, símbolos ou marcas que
 diferenciem um produto do outro –em formato-padrão, carregam
apenas os nomes do fabricante e do produto e grandes imagens com
 advertências à saúde.
Com tal política se pretende reduzir a atratividade e eliminar o
caráter de publicidade que os maços possam ter.
Essa padronização foi instituída pela Austrália há um ano de
forma inédita e sob aplausos da OMS (Organização Mundial da
Saúde) e já é estudada por outros governos, sobretudo europeus.
"Esse é o próximo passo que o Brasil precisa dar. A Anvisa vai mover
 esforços técnicos para demonstrar o benefício de uma medida
como essa e esforços políticos para que o país faça a discussão"
, afirmou em entrevista à Folha Dirceu Barbano, diretor-presidente
da agência.
Segundo ele, a ideia é defender a proposta em fóruns nacionais e
 internacionais de que a Anvisa participa, realizar estudos que mostrem
a eficácia dos maços genéricos e mobilizar forças no Congresso Nacional,
onde a mudança da lei para instituir as novas embalagens deveria ser
 aprovada.
Barbano argumenta que, como o país teve uma queda significativa no
 percentual de fumantes –quase 50% em 20 anos–, as próximas medidas
 no combate ao tabagismo precisam ser mais ousadas.
Impacto
Pesquisa feita na Austrália, poucos meses após a implementação dos maços
genéricos, aponta para a redução na atratividade do cigarro e o aumento
 no desejo de deixar o vício.
Não foram divulgados até aqui, porém, estudos que revelem os impactos
concretos dessa medida.
A indústria do tabaco, que tentou barrar as embalagens genéricas
australianas na Justiça e em fóruns internacionais, sustenta que a
 medida não terá os impactos esperados, mas pode ampliar a presença
 de cigarros do mercado negro no país.
No Brasil, a proposta vinha sendo discutida só entre especialistas.
 Um projeto de lei a favor das embalagens genéricas chegou a ser
proposto no Congresso em 2012, mas não avançou e foi retirado.
Paula Johns, diretora-executiva da ACT (Aliança de Controle do
 Tabagismo), comemora a nova posição da direção da Anvisa.
 "É excelente que eles estejam defendendo [os maços padronizados]."
Ela argumenta, porém, que há políticas contra o tabagismo já
 instituídas no Brasil, mas carentes de implementação –como
 o veto aos aditivos de sabor do cigarro, medida suspensa pela Justiça.
"O governo tem que partir para o caminho das embalagens
 genéricas, mas tem muita coisa que está pronta e ainda não foi feita",

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