Talvez você nunca tenha ouvido falar nestas duas palavras. Mas é bom ir se acostumando a elas, pois são palavras cada vez mais presentes nas organizações.
Todo gestor sabe que a saúde, a motivação e a capacitação de seus empregados são fatores do sucesso econômico das empresas. Entretanto, doenças que causam a incapacidade temporária do empregado podem gerar prejuízos que afetam a produção e o lucro da empresa.
Absenteísmo é a ausência temporária do trabalho por motivo de doença. Além de afetar o lucro e a produção das empresas, o absenteísmo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da atividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente.
Para se ter uma idéia sobre o impacto na economia, em 2001, o absenteísmo por doença custou para a Alemanha, 44,76 bilhões de euros enquanto que para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente devido a doenças dos sistemas ósteomuscular e respiratório.
No Brasil, as despesas aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-doença representava 3,2% dos gastos da previdência social; em 2004, esta despesa subiu para 7,5%
A Organização Panamericana de Saúde acredita que mais de 70% das empresas não apresentam condições ergonomicamente favoráveis para a realização das tarefas solicitadas a seus empregados.
Por outro lado, o índice de absenteísmo por doença vem decrescendo nos últimos vinte anos enquanto o índice de absenteísmo por doenças psíquicas vem aumentando. Isto se deve às mudanças que vem ocorrendo em função da globalização, entre as quais se incluem a terceirização, a reengenharia, o downsizing, maior produtividade, aumento do estresse e medo do desemprego.
Já o presenteísmo significa estar sempre presente ao trabalho, porém doente. Estas vítimas não faltam, mas apresentam sintomas como dores (de cabeça, nas costas), irritação, alergias, etc. Com isto, há queda da produtividade e prejuízos para a empresa.
Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostrou que as empresas americanas chegam a perder 150 bilhões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas atividades. No Brasil, estima-se que esta cifra pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto, ou seja, 42 bilhões de reais/ano.
Entre os sintomas mais comuns do presenteísmo estão: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, depressão, insônia e distúrbios gástricos. Entretanto, o grande gerador do presenteísmo é o estresse. De acordo com o International Stress Management Association, os oito países mais estressados do mundo, em ordem decrescente, são: Japão (70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel (18%), Alemanha (16%), França (14%) e Hong Kong (12%). No Brasil, segundo o mesmo instituto, três em cada dez brasileiros apresentam problemas de saúde devido ao estresse no trabalho.
Estes números tem gerado nas empresas uma nova visão, sendo que algumas delas já apresentam projetos direcionados para a manutenção da saúde de seus funcionários. Isto inclui: reeducação postural global (RPG), massagens, drenagem linfática, ioga, meditação, ginástica laboral, alimentação balanceada, check ups periódicos, palestras motivacionais, etc. Porém, menos de 5% das empresas oferecem estes tipos de programas.
A grande maioria das empresas não possui programas específicos de qualidade de vida para oferecerem a seus funcionários. Entretanto, de acordo com José Tolovi Jr., presidente do Great Place to Work, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (6 de março de 2005), “a médio prazo, tende a aumentar a preocupação da empresa com prevenção e controle de doenças, diminuindo o uso da assistência médica”.
Grandes empresas, como Pão de Açúcar, Natura, Motorola, já apresentam programas neste sentido. Por exemplo, a Motorola recebe R$ 3,00 em valor agregado para cada R$ 1,00 aplicado em programas de qualidade de vida. E esta parece ser a tendência mundial nas empresas e conglomerados.
De uma forma resumida, o importante é não ficar doente, principalmente se o empregado é do tipo motivado e que “veste a camisa” da empresa. Se a mesma não apresenta nenhum programa visando uma melhoria da qualidade de vida de seus empregados, cabe exclusivamente a eles buscar atividades que diminuam o estresse, tanto pessoal como no ambiente de trabalho.
Mudança de emprego, melhoria do clima interno da empresa, mudança de função, atividades físicas, férias, desenvolvimento de um hobby e trabalho voluntário são algumas sugestões para se viver menos doente e mais feliz.
O absenteísmo é um indicador bastante familiar para os departamentos de Recursos Humanos no mundo todo. Altas taxas de absenteísmo são verdadeiros pesadelos para qualquer gerente de RH e representam um custo pesado para a empresa. Primeiro, há os custos “duros” como a reorganização das funções, pagamento de horas extras e, possivelmente, maiores ônus relacionados aos planos médicos. Então, você tem de adicionar os custos “leves”, como a redução de produtividade e queda tantos da flexibilidade quanto da auto-estima. Juntos, esses aspectos podem ter um impacto bastante significativo na competitividade global de uma companhia. Dessa forma, a chave para combater o absenteísmo reside em procurar suas causas.
Na Europa, especialmente em países escandinavos, as generosas compensações dos programas de saúde foram identificadas como uma causa possível e, assim, foram parcialmente reduzidas nos últimos anos (dependendo do país). Na Suécia, por exemplo, a lei determina que a primeira falta por doença não tem de ser remunerada, mas depois disso o trabalhador doente tem pelo menos 80% do seus salário garantido. O empregador assume essa responsabilidade pelas duas primeiras semanas; depois, é, indefinidamente, por conta do governo. Em contraste a isso, as compensações de despensa por doença no Reino Unido são mínimas e, mesmo assim, os índices apresentados são dos menores do continente europeu.
A estabilidade empregatícia – tradicionalmente alta em países com leis do trabalho severas – também é apontada como um fator que influencia as taxas de absenteísmo. Na Alemanha, onde recentemente a economia apresentava grandes dificuldades, as empresas sempre registraram baixos índices de faltas no trabalho. Esse dado tem sido ligado ao medo que os empregados têm de ser mandados embora caso não apareçam para trabalhar. Mediante essa análise e essa discussão, onde entra a saúde?
É fato que a maioria das empresas em países europeus usa o absenteísmo como um indicador-chave para mensurar o sucesso de seus programas de promoção da saúde. É bastante comum ouvir sobre exemplos de boas práticas que resultaram em redução do percentual de absenteísmo em virtude de suas intervenções ligadas à saúde.
Se o gerente de promoção da saúde da companhia consegue mostrar que o absenteísmo caiu, o chefe ou o gerente de RH ficará feliz. Algumas empresas não gostam da conotação negativa do absenteísmo e expressam esse dado de maneira invertida. Assim, em vez de listar um índice de 5% de faltas, elas declaram 95% de quota de saúde. Exemplos de empresas que preferem esse termo são a Volkswagen, na Alemanha, e a Scania, na Suécia. Dadas as inúmeras variáveis que determinam se um empregado aparecerá no trabalho ou não, é possível duvidar do absenteísmo como um indicador.
E se o seu programa de promoção da saúde, perfeitamente implantado, for acompanhado por um aumento de 10% na taxa de absenteísmo? Por causa dessas limitações, alguns empregadores negam categoricamente o absenteísmo como um indicador útil. Mais ainda: algumas empresas nem mesmo apresentam dados referentes ao absenteísmo ou o fazem de maneiras diferentes. Isso traz grandes dores de cabeça para corporações multinacionais instaladas em muitos países diferentes: é praticamente impossível comparar os índices.
Esta é a razão para algumas companhias internacionais pedirem aos seus funcionários para que eles mesmos reportem suas faltas como parte de uma pesquisa de saúde mais abrangente. Isso ainda nos deixa com a dúvida: é aconselhável avaliar programas de promoção da saúde baseado no absenteísmo ou não?
Porque o absenteísmo é determinado, em grande parte, pela saúde seria tolo deixá-lo de lado desde o início. Companhias com programas de promoção da saúde sistemáticos geralmente usam indicadores múltiplos para medir o sucesso de seus programas, por exemplo, parâmetros de saúde, satisfação do trabalhador, índices de participação, qualidade de vida etc. Normalmente, melhoras em um indicador teriam reflexos nos outros.
Uma redução no absenteísmo seria acompanhada por bons índices de participação e melhoras nos riscos de saúde e na satisfação. Além disso, outras variáveis poderiam ser controladas ou levadas em conta; por exemplo, se a média das taxas de faltas em uma indústria estivesse muito alta, seria possível negar o impacto de toda a instabilidade do ambiente de trabalho. Os programas mais avançados integram diferentes tipos de dados, correlacionando-os. Por último, mas não menos importante, a coleta de dados sobre presenteísmo pouparia os gerentes de RH de acreditarem no absenteísmo como um indicador-chave, já que o impacto do presenteísmo na produtividade de uma companhia é muito melhor.
por Wolf Kirsten Consultor Internacional de Saúde
“Presenteísmo”
Rodrigo Capelo/MBPress
Trabalhar doente, no ambiente corporativo, tem nome. Designa-se “presenteísmo” quando o funcionário não desempenha suas funções nas condições de saúde ideais e tem a produtividade diretamente afetada. No Brasil, o termo ainda é desconhecido por boa parte dos trabalhadores e empresas.
Quantificar o número de doenças relacionadas ao ambiente profissional não está diretamente ligado ao presenteísmo, mas números do Ministério da Previdência Social servem como parâmetro para compreender a dimensão do assunto. Em 2008, entre janeiro e dezembro, mais de 1,8 milhão de benefícios auxílio-doença foram concedidos pelo governo.
Definir o conceito do presenteísmo, segundo o médico do trabalho Sérgio Carvalho e Silva, é imprescindível. “O termo diz respeito às pessoas que comparecem ao local de trabalho, mas, por motivos variados, não conseguem manter a produtividade e criatividade dentro do normal”, explica.
Dentre esses motivos, doenças infecciosas como a gripe e a sinusite ou desvios psicoemocionais como estresse, depressão, problemas domésticos, mau relacionamento com chefes e desmotivação são os mais comuns, ainda de acordo com Carvalho e Silva, pós-graduado em Medicina do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP).
A coordenadora de recrutamento e seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Pérola Lucente, afirma que profissionais não têm a consciência de que estão debilitados para o trabalho. Segundo ela, eles sentem-se desanimados, irritados e cansados, mas não percebem que estão doentes. “Além da falta de entendimento sobre as sensações, observa-se também que a competitividade organizacional e o acúmulo de funções fazem com que o funcionário esteja de ‘corpo presente’, porém não seja produtivo”, alerta.
Entretanto, a preocupação em prevenir que o presenteísmo exista nas corporações é escassa. “Muito se fala em qualidade de vida nas organizações. Contudo, poucas são aquelas que investem nisso”, prossegue. “Ainda existem no mercado muitas empresas que procuram coibir faltas por meio do vínculo entre a presença do colaborador e seu desempenho.”
Todo gestor sabe que a saúde, a motivação e a capacitação de seus empregados são fatores do sucesso econômico das empresas. Entretanto, doenças que causam a incapacidade temporária do empregado podem gerar prejuízos que afetam a produção e o lucro da empresa.
Absenteísmo é a ausência temporária do trabalho por motivo de doença. Além de afetar o lucro e a produção das empresas, o absenteísmo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da atividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente.
Para se ter uma idéia sobre o impacto na economia, em 2001, o absenteísmo por doença custou para a Alemanha, 44,76 bilhões de euros enquanto que para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente devido a doenças dos sistemas ósteomuscular e respiratório.
No Brasil, as despesas aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-doença representava 3,2% dos gastos da previdência social; em 2004, esta despesa subiu para 7,5%
A Organização Panamericana de Saúde acredita que mais de 70% das empresas não apresentam condições ergonomicamente favoráveis para a realização das tarefas solicitadas a seus empregados.
Por outro lado, o índice de absenteísmo por doença vem decrescendo nos últimos vinte anos enquanto o índice de absenteísmo por doenças psíquicas vem aumentando. Isto se deve às mudanças que vem ocorrendo em função da globalização, entre as quais se incluem a terceirização, a reengenharia, o downsizing, maior produtividade, aumento do estresse e medo do desemprego.
Já o presenteísmo significa estar sempre presente ao trabalho, porém doente. Estas vítimas não faltam, mas apresentam sintomas como dores (de cabeça, nas costas), irritação, alergias, etc. Com isto, há queda da produtividade e prejuízos para a empresa.
Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostrou que as empresas americanas chegam a perder 150 bilhões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas atividades. No Brasil, estima-se que esta cifra pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto, ou seja, 42 bilhões de reais/ano.
Entre os sintomas mais comuns do presenteísmo estão: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, depressão, insônia e distúrbios gástricos. Entretanto, o grande gerador do presenteísmo é o estresse. De acordo com o International Stress Management Association, os oito países mais estressados do mundo, em ordem decrescente, são: Japão (70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel (18%), Alemanha (16%), França (14%) e Hong Kong (12%). No Brasil, segundo o mesmo instituto, três em cada dez brasileiros apresentam problemas de saúde devido ao estresse no trabalho.
Estes números tem gerado nas empresas uma nova visão, sendo que algumas delas já apresentam projetos direcionados para a manutenção da saúde de seus funcionários. Isto inclui: reeducação postural global (RPG), massagens, drenagem linfática, ioga, meditação, ginástica laboral, alimentação balanceada, check ups periódicos, palestras motivacionais, etc. Porém, menos de 5% das empresas oferecem estes tipos de programas.
A grande maioria das empresas não possui programas específicos de qualidade de vida para oferecerem a seus funcionários. Entretanto, de acordo com José Tolovi Jr., presidente do Great Place to Work, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (6 de março de 2005), “a médio prazo, tende a aumentar a preocupação da empresa com prevenção e controle de doenças, diminuindo o uso da assistência médica”.
Grandes empresas, como Pão de Açúcar, Natura, Motorola, já apresentam programas neste sentido. Por exemplo, a Motorola recebe R$ 3,00 em valor agregado para cada R$ 1,00 aplicado em programas de qualidade de vida. E esta parece ser a tendência mundial nas empresas e conglomerados.
De uma forma resumida, o importante é não ficar doente, principalmente se o empregado é do tipo motivado e que “veste a camisa” da empresa. Se a mesma não apresenta nenhum programa visando uma melhoria da qualidade de vida de seus empregados, cabe exclusivamente a eles buscar atividades que diminuam o estresse, tanto pessoal como no ambiente de trabalho.
Mudança de emprego, melhoria do clima interno da empresa, mudança de função, atividades físicas, férias, desenvolvimento de um hobby e trabalho voluntário são algumas sugestões para se viver menos doente e mais feliz.
Absenteísmo
Um bom indicador para a Promoção da Saúde Corporativa?
Na Europa, especialmente em países escandinavos, as generosas compensações dos programas de saúde foram identificadas como uma causa possível e, assim, foram parcialmente reduzidas nos últimos anos (dependendo do país). Na Suécia, por exemplo, a lei determina que a primeira falta por doença não tem de ser remunerada, mas depois disso o trabalhador doente tem pelo menos 80% do seus salário garantido. O empregador assume essa responsabilidade pelas duas primeiras semanas; depois, é, indefinidamente, por conta do governo. Em contraste a isso, as compensações de despensa por doença no Reino Unido são mínimas e, mesmo assim, os índices apresentados são dos menores do continente europeu.
A estabilidade empregatícia – tradicionalmente alta em países com leis do trabalho severas – também é apontada como um fator que influencia as taxas de absenteísmo. Na Alemanha, onde recentemente a economia apresentava grandes dificuldades, as empresas sempre registraram baixos índices de faltas no trabalho. Esse dado tem sido ligado ao medo que os empregados têm de ser mandados embora caso não apareçam para trabalhar. Mediante essa análise e essa discussão, onde entra a saúde?
É fato que a maioria das empresas em países europeus usa o absenteísmo como um indicador-chave para mensurar o sucesso de seus programas de promoção da saúde. É bastante comum ouvir sobre exemplos de boas práticas que resultaram em redução do percentual de absenteísmo em virtude de suas intervenções ligadas à saúde.
Se o gerente de promoção da saúde da companhia consegue mostrar que o absenteísmo caiu, o chefe ou o gerente de RH ficará feliz. Algumas empresas não gostam da conotação negativa do absenteísmo e expressam esse dado de maneira invertida. Assim, em vez de listar um índice de 5% de faltas, elas declaram 95% de quota de saúde. Exemplos de empresas que preferem esse termo são a Volkswagen, na Alemanha, e a Scania, na Suécia. Dadas as inúmeras variáveis que determinam se um empregado aparecerá no trabalho ou não, é possível duvidar do absenteísmo como um indicador.
E se o seu programa de promoção da saúde, perfeitamente implantado, for acompanhado por um aumento de 10% na taxa de absenteísmo? Por causa dessas limitações, alguns empregadores negam categoricamente o absenteísmo como um indicador útil. Mais ainda: algumas empresas nem mesmo apresentam dados referentes ao absenteísmo ou o fazem de maneiras diferentes. Isso traz grandes dores de cabeça para corporações multinacionais instaladas em muitos países diferentes: é praticamente impossível comparar os índices.
Esta é a razão para algumas companhias internacionais pedirem aos seus funcionários para que eles mesmos reportem suas faltas como parte de uma pesquisa de saúde mais abrangente. Isso ainda nos deixa com a dúvida: é aconselhável avaliar programas de promoção da saúde baseado no absenteísmo ou não?
Porque o absenteísmo é determinado, em grande parte, pela saúde seria tolo deixá-lo de lado desde o início. Companhias com programas de promoção da saúde sistemáticos geralmente usam indicadores múltiplos para medir o sucesso de seus programas, por exemplo, parâmetros de saúde, satisfação do trabalhador, índices de participação, qualidade de vida etc. Normalmente, melhoras em um indicador teriam reflexos nos outros.
Uma redução no absenteísmo seria acompanhada por bons índices de participação e melhoras nos riscos de saúde e na satisfação. Além disso, outras variáveis poderiam ser controladas ou levadas em conta; por exemplo, se a média das taxas de faltas em uma indústria estivesse muito alta, seria possível negar o impacto de toda a instabilidade do ambiente de trabalho. Os programas mais avançados integram diferentes tipos de dados, correlacionando-os. Por último, mas não menos importante, a coleta de dados sobre presenteísmo pouparia os gerentes de RH de acreditarem no absenteísmo como um indicador-chave, já que o impacto do presenteísmo na produtividade de uma companhia é muito melhor.
por Wolf Kirsten Consultor Internacional de Saúde
“Presenteísmo”
Rodrigo Capelo/MBPress
Trabalhar doente, no ambiente corporativo, tem nome. Designa-se “presenteísmo” quando o funcionário não desempenha suas funções nas condições de saúde ideais e tem a produtividade diretamente afetada. No Brasil, o termo ainda é desconhecido por boa parte dos trabalhadores e empresas.
Quantificar o número de doenças relacionadas ao ambiente profissional não está diretamente ligado ao presenteísmo, mas números do Ministério da Previdência Social servem como parâmetro para compreender a dimensão do assunto. Em 2008, entre janeiro e dezembro, mais de 1,8 milhão de benefícios auxílio-doença foram concedidos pelo governo.
Definir o conceito do presenteísmo, segundo o médico do trabalho Sérgio Carvalho e Silva, é imprescindível. “O termo diz respeito às pessoas que comparecem ao local de trabalho, mas, por motivos variados, não conseguem manter a produtividade e criatividade dentro do normal”, explica.
Dentre esses motivos, doenças infecciosas como a gripe e a sinusite ou desvios psicoemocionais como estresse, depressão, problemas domésticos, mau relacionamento com chefes e desmotivação são os mais comuns, ainda de acordo com Carvalho e Silva, pós-graduado em Medicina do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP).
A coordenadora de recrutamento e seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Pérola Lucente, afirma que profissionais não têm a consciência de que estão debilitados para o trabalho. Segundo ela, eles sentem-se desanimados, irritados e cansados, mas não percebem que estão doentes. “Além da falta de entendimento sobre as sensações, observa-se também que a competitividade organizacional e o acúmulo de funções fazem com que o funcionário esteja de ‘corpo presente’, porém não seja produtivo”, alerta.
Entretanto, a preocupação em prevenir que o presenteísmo exista nas corporações é escassa. “Muito se fala em qualidade de vida nas organizações. Contudo, poucas são aquelas que investem nisso”, prossegue. “Ainda existem no mercado muitas empresas que procuram coibir faltas por meio do vínculo entre a presença do colaborador e seu desempenho.”
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