11.24.2011

Cerveja com sabores brasileiros

Jabuticaba, guaraná, mandioca e bacuri são alguns dos novos ingredientes da bebida tão apreciada pelo brasileiro

João Loes

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VARIEDADE
O beer sommelier Fabiano Bellucci: o interesse pelas cervejas inusitadas só cresce
Fim de ano, tempo de férias, calor, praia e, claro, cerveja. O Brasil é o quarto país que mais consome a bebida no mundo. São 10,3 bilhões de litros vendidos por ano. Cerca de 98% desse mercado é dominado pelas grandes cervejarias. Porém, os outros 2%, apesar de representar uma pequena fatia do segmento, têm feito barulho. Composto pelas cervejarias artesanais, esse nicho tem se dedicado ao que só o pequeno produtor pode fazer: experimentar. De frutas tropicais à rapadura, passando por raízes e até café, o cervejeiro brasileiro tem se aventurado nas misturas para dar sabores inesperados à bebida. “É um jeito genuinamente brasileiro de fazer cerveja”, diz Cássio Piccolo, dono do Bar Frangó, em São Paulo, que tem uma carta com mais de 400 rótulos.

Uma das estrelas da nova leva é a Amazon Beer Bacuri, produzida no Pará com o bacuri, fruto amazônico de sabor agridoce. A polpa da fruta é misturada à cerveja no final da maturação e, depois, filtrada. Engarrafada, ela chega ao consumidor por valores que vão de R$ 5 a R$ 8, dependendo da região do País. “Vendemos 12 mil garrafas por mês”, diz Caio Guimarães, diretor da Amazon Beer, sobre o sucesso da cerveja principalmente entre as mulheres, já que ela tem teor alcoólico de 1,5%, abaixo dos 4,5% usuais. Até o final de 2012 a Amazon Beer lançará mais quatro produtos – dois com frutos, um com semente e um com uma raiz.

Não será a primeira cerveja brasileira com uma raiz em sua composição. A Colorado, de São Paulo, já produz a Cauim com fécula de mandioca. Fermentado junto com a cevada, o ingrediente dá corpo e adoça o líquido. “Trabalhamos em três turnos para dar conta da demanda”, diz Marcelo Carneiro da Rocha, diretor da Colorado, que aumentou sua produção em 30% no último ano. Crescer, porém, não é o objetivo de todos. A mineira Falke Bier, por exemplo, leva três anos para fazer sua Vivre pour Vivre, cerveja que leva jabuticaba em sua composição. “Em todo salão do automóvel tem o carro-conceito, construído para testar limites da indústria. Nós fazemos a cerveja-conceito”, explica Marco Falcone, dono da cervejaria. Com tanto apetite por novidade, as cervejas exóticas estarão cada vez mais presentes na mesa do bar.
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