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6.09.2010
INCESTO E PEDOFILIA
Homem acusado de abusar da filha e ter 7 filhos com ela é preso no Maranhão
Uma das filhas tinha sido dada em adoção para outra família
Um agricultor de 54 anos, acusado de abusar sexualmente de sua filha ao longo de 17 anos, foi preso nesta quarta-feira em Pinheiro, a 340 km de São Luís (MA). José Agostinho Bispo Pereira, 54 anos, teria sete filhos com a mulher, hoje com 29 anos.
Caso remete ao de Joseph Fritzl, preso em 2009 | Foto: Divulgação da Polícia Civil do MaranhãoPereira é suspeito de manter a filha reclusa desde que a mãe dela abandonou a família, quando a menina tinha 12 anos. O preso vivia com a filha e seus filhos-netos em uma ilha chamada Experimento, onde só é possível chegar de barco.
A polícia chegou até a ilha em três barcos e encontrou seis dos sete filhos-netos, com idades entre os 2 e os 12 anos. A filha menor, de 2 meses, tinha sido dada em adoção para outra família.
De acordo com a polícia, há indícios de que a maior das filhas-netas, de 7 anos, também sofreu abusos de seu pai-avô e há suspeita que outra menina, de 5 anos, também tenha sido estuprada por Pereira. As seis crianças nunca saíram da ilha, não sabem ler nem escrever e viviam em condições de abandono. Um deles, de 8 anos, é surdo-mudo, provavelmente por problemas de consanguinidade.
O preso alegou não saber que incesto é crime. O caso, similar ao do austríaco Joseph Fritzl - que abusava da filha Elisabeth e a manteve presa por 24 anos -, foi denunciado por um anônimo.
Aparentemente, vários habitantes de Pinheiro sabiam do que acontecia na casa de Pereira, mas foi em 21 de maio, quando o Ministério Público, o Conselho Tutelar e a polícia do município organizaram uma manifestação contra os abusos infantis, que ele foi denunciado.
A polícia suspeita que a mulher não tenha sido a única filha estuprada e procura a sua irmã, que também teria ficado grávida de Pereira, mas que fugiu com seu filho da ilha. Acompanhados da mãe, os filhos-netos foram enviados a um albergue para receberem assistência social e psicológica.
Segundo a chefe da Delegacia da Mulher de Pinheiro, Adriana Meireles, o agricultor será acusado de estupro, abandono material (pelas condições em que as crianças viviam), abandono intelectual (porque nunca receberam educação) e reclusão.
O Dia
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Laudo mostra que pescador no MA estuprou 'filha-neta', diz polícia
Documento revela que criança de 5 anos teve rompimento parcial do hímen.
Segundo delegada, suspeito nega o crime.
Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo
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Laudo confirma que criança de 5 anos e 8 meses foi
estuprada (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão)O laudo pericial realizado nas duas "filhas-netas" do pescador de 54 anos preso nesta terça-feira (8), em Pinheiro (MA), confirmou que a criança de 5 anos e 8 meses teve rompimento parcial do hímen, laceração da mucosa genital e apresenta discreto sangramento. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (10) pela Polícia Civil do Maranhão. Outra "filha-neta" examinada, de 8 anos, teria dito à polícia que sofreu abuso sexual, mas o laudo não revelou lesões no corpo dela. Em depoimento à polícia, o pescador nega o crime.
Segundo a delegada Adriana Meireles, responsável pelo inquérito policial, disse ao G1 que os exames foram feitos pelos médicos Gerson Marques e Ruth Costa, que trabalham no Hospital Municipal Materno-Infantil de Pinheiro e foram nomeados para atuar no caso. "A cidade não tem médico legista e por isso eles foram acionados para fazer os exames."
O pescador é suspeito de ter sete filhos com a filha, que hoje tem 28 anos e com quem mantinha uma relação de marido e mulher. Ele foi preso por mantê-la em cárcere privado em uma casa de dois cômodos em um povoado distantes de Pinheiro e que só é possível chegar até o local usando canoas.
Nesta quarta-feira (9), as crianças passaram por exames médicos e odontológicos. Todas estavam com cabelo repleto de piolhos, apresentaram sinais de desnutrição. Um deles é portador de deficiência auditiva e nunca havia tido acompanhamento médico.
Pescador teve sete filhos com filha de 28 anos
mantida em cárcere privado (Foto: Divulgação/
Polícia Civil do Maranhão)O laudo apresentado pela polícia indica que a "filha-neta" de 8 anos permanece virgem, não sofreu violência sexual e nem consjunção carnal. O exame na "filha-neta" de 5 anos e 8 meses revela que a menina sofreu violência sexual. "Houve introdução de algo na genitália dela, mas não é possível determinar se foi por meio de um instrumento, objeto ou até mesmo os dedos. A lesão não permite que os médicos afirmem o que provocou o machucado", disse a delegada.
Adriana afirmou ainda que a criança de 5 anos e 8 meses não fala e é muito arredia. "Ela praticamente chora quando alguém se aproxima dela. Os médicos nos relataram que ela se mostrou bastante fechada e assustada quando se preparavam para o exame. A menina de 8 anos relatou que o pescador a aliciava, mas nenhuma lesão foi encontrada em seu corpo."
Investigação
O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, há pouco mais de15 dias. O pescador e a filha moravam em uma casa de dois cômodos, feita de barro e pedaços de madeira, coberta de palha e de chão batido. O imóvel fica no povoado de Experimento, uma região afastada do Centro de Pinheiro, a mais de 300 quilômetros de São Luís. Os policiais precisaram usar canoas para chegar ao local.
O pescador está detido na carceragem da Delegacia de Pinheiro, em cela separada dos demais, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito. "Ele será indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado."
A promotoria da Infância e da Juventude de Pinheiro foi informada sobre o caso. A primeira mulher do pescador, mãe da jovem, também foi ouvida pela delegada sobre o caso. Ela teria informado à polícia que não tinha conhecimento da situação de sua filha com o pescador e que hoje mora em São Luís com outro marido e filhos.
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