6.12.2010

ENVOLVIMENTO DE POLICIAIS CIVIS COM DROGAS

A transição entre o segundo e o terceiro milênio é caracterizada pelo grande avanço
tecnológico em todas as áreas da sociedade. Isso também ocorre no campo das drogas.
Surgem novas drogas a todo momento, sendo oferecidas constantemente a usuários
tentando ,desta forma, atingir uma fatia jovem e virgem do “mercado consumidor”.
Curiosidade, aventura, problemas são os principais motivos que levam uma pessoa a se
envolver com drogas. Em geral são atraídas por uma propaganda enganosa. A partir deste
momento, a droga afeta os mais preservados recônditos bioquímicos dos
neurotransmissores e seus receptores, podendo trazer sensações de prazer. Antes
mesmo do indivíduo perceber que não consegue mais se livrar dela, a relação entre droga
e usuário se intensifica, está instalado um novo vínculo; o vício.
Um viciado pode separar-se da droga, mas nunca do vício, que fica adormecido no
ex-usuário. Devemos lutar diante da questão do envolvimento não só de jovens e de
policiais (tema deste trabalho), mas de todos os indivíduos no mundo das drogas.
A maioria das pessoas não pensa na própria família quando se associa com drogas, mas
é a família que tem de arcar com as conseqüências desse problema, e todos sofrem com
um conjunto de comportamentos e sofrimentos pelos quais passa toda a família depois da
descoberta que um de seus membros está usando drogas. A vigilância se acirra sobre
esta pessoa, que passa a se sentir agredida, ameaçada e diminuída, contra-atacando
com agressões e mentiras.
Ao longo de minha carreira policial, me deparei com as mais diversas situações
envolvendo policiais e drogas. Colegas de trabalho alcoólatras; amigas cujos maridos se
envolveram com drogas; casos e mais casos de mortes por abuso de substâncias
químicas, enfim tudo isto despertou em mim o interesse por saber os motivos que
desencadeavam esta procura por substâncias químicas capazes de destruir a vida de
tantas pessoas.
O ponto alto deste interesse se deu em fevereiro de 2008, quando pude acompanhar um
caso no qual uma policial de trinta anos, dependente química de anfetaminas, tentou
suicídio.O que seria capaz de fazer com que uma mulher jovem, formada, com casa própria, carro,
emprego público garantido (estável) fosse usuária de tal substância?
Talvez o padrão de beleza? Pode ser também algum conflito interno? Não se sabe. O fato
é que esta jovem havia 65 (sessenta e cinco) dias que não dormia. Ninguém percebeu.
Colegas de trabalho, chefia, parentes, ninguém.
O problema só foi notado quando no dia 26 (vinte e seis) de fevereiro de 2008, quando
essa policial tomou ,em sua secção, uma caixa de comprimidos, tentando assim a morte.
Imagine o grau da depressão desta pessoa para desistir da própria vida!
Foi feita toda uma mobilização por parte de colegas, familiares a fim de dar suporte a ela.
Tudo isto fez com que não só eu como todos passassem a reparar mais no seu parceiro
de serviço. As chefias dobraram a atenção e passaram a avaliar melhor seus funcionários.
O que se pode dizer após tudo isto é que há diversos fatores que levam um policial civil a
ter envolvimento com drogas.
Um exemplo clássico é o trabalho de policiais junto ao DENARC (Departamento de
Narcóticos da Polícia Civil). Muitas vezes o policial por curiosidade experimenta a droga
apreendida e, a partir daí passa a consumí-la, passando a ser usuário, ou dependente
químico daquela substância.
Outro caso muito comum é dado principalmente entre as mulheres policiais. Refiro-me ao
uso de anfetaminas (fenproporex, por exemplo) ou remédios para emagrecer. Surge da
necessidade da mulher estar sempre bonita; e nossa sociedade hoje tem padrões de
beleza nos quais a mulher bonita é magra, como no caso relatado anteriormente.
Temos o caso do uso de anabolizantes, uma vez que os policiais criam uma competição
para ver quem tem o físico melhor. Isto inclui também a necessidade de arrumar os
famosos “bicos”. Obviamente uma casa noturna escolherá entre dois candidatos à vaga de
segurança, aquele que for fisicamente mais resistente, maior, sendo assim capaz de
coagir somente pela sua presença.
Há policiais que passam a freqüentar reuniões ao final do expediente. Um dia toma uma
cerveja, no outro duas e quando se dá conta já se tornou dependente químico do álcool.
Isto sem falarmos no alto índice de fumantes. Talvez e, provavelmente, devido ao alto
stress e pressão, muitos policiais tem como forma de relaxar, o uso do fumo.
A profissão policial, de maneira geral, exige muito de seus integrantes.
Ao se inscrever para o concurso de acesso a vagas de determinada carreira, o candidato
deverá preencher uma série de requisitos: o primeiro deles é a capacidade intelectual,
avaliada por prova escrita. Em seguida, ele passará por uma prova oral. Feitas estas duas
etapas, será submetido a exames psicológicos (testes e avaliação com psicólogos). Ainda
passará por exame médico para avaliar sua saúde física e, por último, por umainvestigação social, a fim de se conhecer a vida pregressa daquela pessoa. Ou seja, é
todo um conjunto de características que a pessoa deverá preencher para integrar o quadro
policial.
Feito isto, o candidato ainda deverá cursar quatro meses (aproximadamente) de curso de
formação policial, no qual será preparado para sua função. Durante o curso, o candidato
será submetido a provas nas mais diversas matérias, devendo ser aprovado em todas
para poder assumir o cargo.
Mesmo após tomar posse do cargo, o policial será avaliado durante três anos, o chamado
estágio probatório, período no qual o policial está sujeito a ser desligado do cargo caso
não cumpra sua função como foi estabelecido.
Como se pode ver, desde o ingresso na carreira policial, há muita pressão, muitas
cobranças (exigências) feitas acerca do trabalho que irá desenvolver, comportamento,
moral, enfim ,é muito difícil ser policial.
Imagine ainda que, além destas cobranças profissionais, a pessoa ainda tenha família,
filhos, contas, compromissos sociais. Não deve ser fácil cumprir tudo isto. É necessário
que a pessoa tenha um equilíbrio emocional muito grande; do contrário, com certeza vai
buscar meios de fugir de uma realidade nada agradável.
Este trabalho busca mostrar o ser humano policial, falho, que luta com dignidade para
manter sua família, e que muitas vezes passa por situações fora do próprio controle.
Trabalhando de maneira correta, resgatar o policial que se desviou do caminho certo;
prevenir que outros policiais saiam do rumo, resgatando valores, apoiando, dando suporte.
Claro que nem todos os policiais usuários de drogas iniciaram seu envolvimento após
ingressarem na polícia. Muitos entraram na função policial e já eram usuários de drogas.
Na grande maioria das vezes o contato com as drogas se deu na adolescência. Nos
colégios é comum experimentarem cigarro, irem a festas nas quais há bebidas alcoólicas,
e por aí vai.
Este trabalho terá como foco drogas ilícitas (maconha, cocaína, heroína) e lícitas (cigarro e
o álcool) também responsáveis por um índice considerável de morte de policiais.4. Tipos de Classificação das Drogas
Classificação dos tóxicos de Camile Leopold Simonin
Podem ser classificados em: Tóxicos Gasosos (HCN; H2S; H3P; CO; NO2) ;Tóxicos
Voláteis (Benzeno, Tolueno, Éter Comum, Etanol); Tóxicos Minerais( KCN;
As2O3;Pb;Hg);Tóxicos Orgânicos Fixos(Ópio, Cocaína, Anfetaminas, Barbitúricos,
Alcalóides)
Classificação psiquiátrica de Delay e Deniker: psicotrópicos ou
psicofármacos
-Psicolépticos, do grego psyké: espírito, intelecto, alma; e lépsis: ação de se apoderar,
de dominar. Contituem fármacos que diminuem a atividade mental pela ação sedante que
exercem sobre o cérebro. Diminuem a dor e combatem a insônia, os estados de
ansiedade e de agitação psicomotora. Exemplos:
1. Álcool
2. Hipnóticos, que combatem a insônia:
-Barbitúricos (exemplo: gardenal)
-Não-barbitúricos (exemplo: mogadon, dalmadorm, dormonid e sonebon)
3. Ansiolíticos: calmantes que diminuem a ansiedade
4.Narcóticos ou hipnoanalgésicos, que apresentam três propriedades fundamentais:aliviar
a dor; produzir a hipnose; induzir à dependência.Exemplos:
-opiáceos naturais (morfina, codeína)
-opiáceos semi-sintéticos (heroína)
-opiáceos sintéticos (metadona)
-Psicoanalépticos, do grego psyké: espírito, intelecto, alma; e analépsis:ação de
restaurar, de recuperar. Constituem substâncias capazes de aumentar a atividade mental.
Provocam dependência psíquica. São também denominados psicoestimuladores.
São classificados em:
1. Anfetaminas ou bolinhas, exemplificadas por:
-Anfetaminas estimulantes da vigília (exemplo: metanfetamina)
-Anfetaminas inibidoras do apetite (exemplo: fenproporex, anfepramona)
2. Cocaína
3. Cafeína e outros estimulantes menores
-Psicodislépticos, do grego psyké: espírito, intelecto, alma; dys: desordem; lépsis:
dominar. Constituem substâncias que desestruturam a atividade mental, provocando
quadros clínicos semelhantes às psicoses. A esta classe de substâncias pertencem os
euforizantes, como o ópio, a cocaína e os alucinógenos, como a Maconha e o LSD.
Provocam dependência física e psíquica.
São drogas perturbadoras do sistema nervoso central. São os denominados
despersonalizantes, porque desestruturam a personalidade, e também são conhecidos por
psicomiméticos, pois mimetizam uma psicose. Provocam dependência física e psíquica.
São classificados em:
1. Alucinógenos primários, que tem como principal efeito a alucinação e são classificados
em:
-Sintéticos (exemplo: LSD)
-Naturais
-Derivados da maconha (haxixe e tetraidrocanabinol)
-Derivados indólicos (de plantyas e cogumelos)
-Derivados do peiote.
2. Alucinógenos secundários: Que provocam alucinação como efeito Secundário e são
constituídos por:
-Anticolinérgicos
-Outras substâncias em doses elevadas5. As Drogas “Enganam” o Organismo
As drogas competem com alguns neurotransmissores, imitam outros e, desta maneira,
desequilibram seus sistemas funcionais, interferindo em toda atividade orgânica. A droga
libera a recompensa sem a necessidade de comportamentos positivos, como defesa do
território, autopreservação e preservação da espécie, pouco esforço e muita recompensa.
Ao alterarem a química cerebral, as drogas causam, enganam e distorcem a realidade
prejudicando o corpo humano.
A droga cria no organismo uma relação de pequena causa (facilidade para consumir a
droga) e muita conseqüência (grande prazer). Assim, a droga engana o circuito da
recompensa, fazendo-se passar por neurotransmissores que trabalham para receber a
gratificação, traindo a natureza biológica do ser humano.
Neurotransmissores
O SNC (Sistema Nervoso Central) é formado por 100 bilhões de neurônios; células
especiais que levam as informações entre cérebro e outras partes do corpo. Cada função
do corpo é controlada por uma área específica do cérebro; porém uma mesma área pode
controlar mais que uma função corporal.
A comunicação entre os neurônios se dá por conexões denominadas sinapses. Como os
neurônios não se tocam, as informações entre elas são levadas por mensageiros
químicos, os neurotransmissores.
As drogas de maneira geral, têm estruturas parecidas com esses neurotransmissores,
podendo imitar sua ação ou impedí-la.
Principais Neurotransmissores
1. Norepinefrina
Está ligada à vivacidade, concentração, emoções positivas e analgesia (ausência da dor).Em doses baixas pode causar depressão e falta de atenção. Em doses mais elevadas
pode acarretar ansiedade e impulsividade. As bolinhas e os remédios para emagrecer
(anfetaminas) podem camuflar os efeitos da norepinefrina.
2. Dopamina
Também conhecida como “molécula do prazer”. É encontrada no sistema límbico. Seu
principal efeito é o de causar euforia. Em excesso causa comportamento psicótico,
alucinações e paranóia. A falta desta substância em áreas específicas do cérebro
(gânglios basais) causa o Mal de Parkinson. A cocaína imita o efeito da dopamina
3. Serotonina
Está ligada às alterações de humor, compulsões e comportamentos inadequados.
Alucinógenos, em geral, interagem com receptores de serotonina.
4. Acetilcolina
Necessária para a capacidade de aprendizado, memória, humor e sono. As pessoas que
apresentam a doença de Alzheimer apresentam perda desta substância. A nicotina
(presente nos cigarros) imita a sua ação.
5. GABA (ácido gama-aminobutírico)
Disponível no cérebro, é um inibidor de células. Seu excesso está relacionado ao Mal de
Parkinson. O álcool e os barbitúricos (calmantes, ansiolíticos) imitam seus efeitos.
6. Como as drogas se apresentam
I. Sedativas
Deprimem o Sistema Nervoso Central e ativam o circuito da recompensa, aumentando o
efeito do GABA. Esse neurotransmissor diminuiÁlcool
A droga mais usada é o álcool juntamente com o cigarro em segundo lugar. A venda do
álcool é parcialmente legalizada. O álcool é a segunda maior causa de mortes e está muito
associado a comportamentos violentos como agressão, suicídio, abuso sexual, assaltos,
etc. Os alcoólatras ocupam 90% dos leitos hospitalares destinados à dependência
química. Nas grandes cidades brasileiras (com mais de 200 mil habitantes), 11% da
população é dependente de álcool.
As bebidas alcoólicas liberam dopaminas e analgésicos naturais do organismo, as
betaendorfinas, responsáveis pela sensação de euforia. A embriaguez e a dificuldade de
discernimento são resultados da depressão do SNC. Ao ser metabolizado, o álcool
transforma-se em acetaldeído, que tem forte ação sobre os neurotransmissores,
prejudicando o aproveitamento das proteínas e interferindo no DNA, material genético das
células. E não é só isso. Compromete a coordenação motora e libera emoções reprimidas
ao derrubar o superego, nossa censura interna.
O álcool é sempre depressor do Sistema Nervoso Central (SNC). Em pequenas
quantidades deprime o superego, responsável pela ética e por condutas sociais
adequadas, tornando as pessoas aparentemente mais livres e eufóricas.
A dependência surge quando o organismo se adapta ao consumo e as células só
funcionam bem na presença do álcool. O uso prolongado pode causar a fatal
miocardiopatia e atrofiar o cérebro, causando a demência senil ou prejuízos na memória e
na cognição. O fado, responsável pelo metabolismo do álcool no organismo fica sujeito a
danos irreversíveis (cirrose).
Os níveis de álcool nos pulmões estão diretamente relacionados aos níveis de álcool no
sangue.
Conceito de alcoolismo
Constitui uma intoxicação aguda ou crônica resultante da ingestão abusiva de bebida
alcoólica.
Efeitos da intoxicação alcoólica
Os efeitos do álcool no organismo humano, particularmente os agudos, não dependem,
exclusivamente, da concentração do álcool e sim de um conjunto de fatores individuais e
ocasionais, como sexo, idade, habitualidade, velocidade de ingestão, vacuidade ou
plenitude gástricas.Seus efeitos no organismo e na psique surgem rapidamente após sua ingestão. Pequenas
quantidades produzem sensação de bem-estar, euforia, desinibição, loquacidade,
taquicardia, ruborização, aumento da pressão arterial. O usuário passa a não ter controle
de seu comportamento que passa a ser inadequado e incontrolável. Conforme aumenta o
nível do álcool no sangue, aumentam os sinais psíquicos e pioram os efeitos físicos, vindo
em seguida a depressão, aumentando a agressividade; já não há total controle da
coordenação motora. Se o nível continuar aumentando pode ocorrer o coma alcoólico.
Não há como disfarçar os sinais que o uso do álcool provoca na pessoa, mesmo que se
consiga esconder o ato de beber. O álcool é viciante, provoca a vontade de beber cada
vez mais, desenvolve a tolerância e a síndrome de abstinência.
Fisiologia da intoxicação alcoólica
Logo após a ingestão e assimilação, o álcool é distribuído no sangue e assim veiculado
aos diferentes órgãos. Cerca de 85% sofre biotransformação e 15% é excretado pelo
suor, leite (lactação) e ar expirado.
Conceito de embriaguez alcoólica
Compreende perturbações físicas e psíquicas, de caráter transitório, oriundas da
intoxicação aguda decorrente da ingestão abusiva de bebida alcoólica.
Outras substâncias que provocam embriaguez
Além do álcool comum, ou quimicamente etanol, outras substâncias inebriantes são o éter
comum ou quimicamente dietiléter, o clorofórmio, a cocaína, a heroína, etc.
Marketing
O marketing vende uma imagem positiva das bebidas alcoólicas. Exemplo disto, são os
comerciais de cerveja: pessoas bonitas, clima de festa, muita alegria. De tanto assistir ás
propagandas, a criança associa cerveja á alegria. Se uma cena triste a emociona, a cena
alegre a deixa feliz, a motiva a querer viver aquela sensação.
Em eventos sociais, uma criança limita-se a tomar refrigerante. De fato, não se vê na
televisão outras crianças bebendo álcool. Mas dentro desta criança fica a idéia: “quando
eu crescer, vou tomar cerveja”.
Os anúncio, vistos na infância, ficam gravados na forma de vontades adormecidas que
despertarão na adolescência e serão levadas ao longo da vida.
A lei e a educação proibem bebidas alcoólicas para menores. Todavia alguns adultosfazem a criança experimentá-las.
Há pais que acreditam na não imposição de limites ás crianças. Revela-se aqui uma
pseudodemocracia que esconde a dificuldade de dizer “não”.
A criança cresce, torna-se adolescente e fica ansiosa para ir a uma festa e tomar sua
primeira cerveja, principalmente longe dos pais.
Se gostar da experiência, repetirá. Se não gostar, poderá fazer outra tentativa. A
identidade deste jovem está sendo construída.
Os primeiros contatos
Existe uma ação química do álcool no organismo. Daí a sensação de euforia: sob o efeito
do álcool, a pessoa faz o que a timidez a impediria de fazer.
Nos primeiros contatos, a pessoa está sujeita a perder o controle, beber muito mais do
que o cérebro agüenta e ter complicações, dar vexames, vomitar, passar mal. Supondo
que a pessoa pare de beber neste momento, a tendência é piorar, uma vez que, ainda há
álcool no tubo digestivo para ser absorvido, aumentando assim o nível alcoólico no sangue.
O indivíduo pode ter seu quadro agravado, sendo necessário ser levado para um hospital.
Há além do perigo de dar vexames e de por em risco sua saúde, o fato de muitas vezes
sentir-se onipotente e meter-se em confusões. O alcoolizado não agüenta desaforos e
quer partir para briga. Daí ser o álcool o maior responsável pela violência e brigas em
festas. A bebida alcoólica passa a ser usada para alterar a consciência: como droga,
portanto, e não como bebida social.
Após este primeiro contato com o álcool, muitos aceitam com naturalidade, outros
prometem nunca mais colocar álcool na boca.
O vício se estabelece ao longo de vários anos. Na maioria das vezes, começa-se a
consumir o álcool na adolescência, e o vício aparece na idade adulta. O grande problema
está no fato de que os adolescentes não pensam que estão, ao beberem bebidas
alcoólicas, se tornando alcoólatras.
O vínculo
O Indivíduo, após os primeiros contatos, passa a não considerar a turma mais importante,
nem a festa, mas a cerveja ou a bebida alcoólica. O importante é beber e não a
confraternização.
Nesta fase a pessoa ainda bebe de maneira controlada, sem alterar muito sua
consciência. Começa aí a necessidade de aumentar cada vez mais as doses.
O álcool é depressor do sistema nervoso central. O abuso do álcool pode levar à morte poroverdose. Inicia-se uma nova fase na qual se começa a organizar a vida em função da
bebida. Esta passa a ser mais importante que qualquer outra coisa. Vive-se em função do
álcool. Ele passa a ser incluído na lista de compras do mercado; se a família não aceita,
esconde-se a garrafa no armário e bebe escondido.
A pessoa constrói um vínculo destrutivo, sofre de uma doença que a torna dependente
química, o alcoolismo. É difícil, mas possível separar a pessoa do álcool. Todavia o vício
permanece adormecido na pessoa pelo resto da vida.
Síndrome de abstinência
(Delirium Tremen)
É uma grave síndrome psicótica de abstinência alcoólica; muito freqüente no alcoolismo
crônico. Caracterizada por intensa excitação psíquica, com estado confusional; inúmeras e
violentas alucinações visuais e táteis, de conteúdo terrível, tornando a pessoa muito
agitada e agressiva. É a falta de álcool no organismo.
Tratamento
Para as complicações físicas, dependendo dos órgãos afetados, é necessária indicação
e um médico clínico especializado. Das alterações psiquiátricas, cuida um psiquiatra
clínico. Todas as internações têm que ser indicadas por profissionais da área médica. Das
alterações psicológicas e comportamentais sem complicações físicas, cuida um
psicoterapeuta especializado em tratamento de usuários de álcool e drogas.
A qualquer momento podem ser indicados grupos de auto-ajuda. Freqüentemente esses
grupos passam a ser essenciais, de acordo com o perfil dos usuários e de seus familiares.
Existem ainda, alguns medicamentos que, associados a tratamentos psicológicos,
apresentam resultados fantásticos. Tais medicamentos têm que ser prescritos e
orientados por psiquiatras especializados em tratamento de dependentes químicos.
I. 1. Inalantes
A maioria deprime o SNC, com efeitos agudos parecidos aos causados pelo álcool.
Inicia-se com a desinibição e excitação seguidas por falta de coordenação, vertigem,
desorientação, fraqueza muscular e, às vezes, alucinações, podendo chegar ao coma e à
morte. Esta pode ocorrer por asfixia, quando o inalante é aspirado em recipiente fechado,
ou causada por produtos que interfiram no ritmo cardíaco, na chamada síndrome da morte
súbita por inalação.
A falta de oxigênio não é notada pelo cérebro durante a intoxicação devido aos crescentesefeitos sedativos. Se o usuário sobreviver, há risco de danos cerebrais permanentes em
virtude do efeito tóxico que a maioria desses produtos exerce sobre os nervos. Eles
destroem a camada de mielina (tecido que isola a célula nervosa), o que causa danos
sensitivos e motores, prejudica a medula óssea e reduz o trabalho do fígado e dos rins.
I. 2. Tranqüilizantes, sedativos e soníferos
São substâncias químicas sintéticas que atuam no SNC para diminuir a ansiedade, induzir
ao sono ou à anestesia. São medicamentos que deveriam ser usados somente quando
receitados pelos médicos e por eles acompanhados. Se transformam em drogas ao
serem utilizados por conta própria. Também ativam o sistema de recompensa liberando
mais dopamina, o que reforça o consumo, portanto, viciam.
Barbitúricos
Produzem tolerância e forte síndrome de abstinência. Foram muito usados como soníferos
até serem substituídos por medicamentos mais novos, mais potentes, mais específicos e
menos perigosos. A diferença entre a dose sedativa e a que provoca a morte é muito
pequena, especialmente quando eles são associados ao álcool.
Benzodiazepínicos
Tranqüilizantes usados em grande escala, com boa margem de segurança, mas existe o
risco de dependência.
I. 3. Narcóticos
Ópio, codeína, heroína e fentanil são os principais opiáceos. A palavra ópio vem do grego
e significa seiva, narcótico, letargia. Fumadas ou injetadas, essas drogas reduzem a
atividade do sistema nervoso central, promovendo o alívio da dor e euforia, uma sensação
intensa de prazer e bem-estar. Elas interagem com receptores específicos para as
endorfinas e as encefalinas, opiáceos naturalmente fabricados pelo cérebro, em várias
áreas do SNC, incluindo o circuito da recompensa e a medula espinhal
A desvantagem é que acarretam diminuição da respiração, podendo causar morte por
overdose. Outros sintomas são constipação, sudorese excessiva, náusea, tosse e
contração das pupilas.
O uso crônico de narcóticos causa dependência física e forte tolerância.
A retirada brusca não causa morte, mas sofrimento. Para evitá-lo usa-se a metadona,
substância semelhante à heroína, mas que não causa dependência.Morfina
É o primeiro derivado do ópio a ser produzido em laboratório. Isto se deu a partir de 1803.
Inicialmente buscava-se atenuar dores fortes. Quando injetada provoca torpor e sensação
de euforia, seguida de sono. O excesso desta substância pode causar parada respiratória
e colapso circulatório.
Efeitos
Seus principais efeitos são: torpor; euforia; sono; parada respiratória; colapso circulatório.
Heroína
Criada em Laboratório em 1898 a partir do Ópio. A substância base é a Diacetilmorfina,
cerca de três vezes mais potente que a morfina. Induz à dependência facilmente.
Geralmente é injetada, mas também pode ser aspirada ou fumada.
Efeitos
A Heroína tem como principais efeitos: moderar as emoções; alterar o humor; provocar
uma sensação temporária de bem-estar; sonolência.
Síndrome de Abstinência
Os principais sintomas são: diarréia; náuseas; vômitos fortes; desidratação.
II. As drogas estimulantes
CIGARRO
Estímulo
A criança recebe estímulos fortes através de pais fumantes. A fumaça por si já estimula,
uma vez que é lúdica para a criança. Esta se diverte desmanchando-a com os dedos.
O jovem transforma as brincadeiras com o cigarro em verdade. A fumaça, materialização
visual do cigarro, continua sendo lúdica para vários adultos.
Realidade
Dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) indicam que o tabaco responde por 45%
das mortes por infarto do miocárdio; por 85% das mortes por doenças pulmonares
obstrutivas crônicas (enfisemas); por 25% das mortes por doença cérebro-vascular
(derrames) e por 30% das mortes por câncer.
O cigarro mata, anualmente, cinco milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são
200 mil mortes por ano. Se a atual tendência ao consumo se mantiver, em 2020 a médiamundial de mortes passará a ser de 10 milhões de pessoas ao ano, das quais, 70%
ocorrerão em países em desenvolvimento. De acordo com o INCA, essa estimativa seria
superior às mortes por alcoolismo, AIDS, acidentes de trânsito,homicídios e suicídios.
A possibilidade de evitar que as pessoas começassem a fumar por meio do aumento do
preço do cigarro é uma manobra importante se para evitar futuros “adoecimentos” e
mortes de jovens que se tornarão dependentes, caso experimentem o cigarro. A
população brasileira que possui menor renda e menor escolaridade é na que mais se
concentra, atualmente, a prevalência do tabagismo no país.
Todavia os usuários passariam a buscar alternativas para ter acesso ao cigarro. O
mercado ilegal representa uma ameaça à estratégia e um problema de saúde pública por
disponibilizar o produto ao consumidor com preços ainda mais reduzidos.
No Brasil, a maior parte da população fumante é a de baixa renda e isso é considerado
pelo banco mundial e pela OMS um fator agravante, que impede o desenvolvimento
sustentável. Muitos pais de família deixam de comprar alimentos e outros bens de
consumo que propiciam bem estar a sua família para comprarem cigarro, uma vez que são
dependentes da nicotina.
A nicotina é o componente do cigarro responsável pela dependência. Estimula o SNC,
para obter prazer, aumentar a vivacidade e a performance nas tarefas, reduzir ansiedade e
apetite. Aumenta os batimentos cardíacos e a potência do coração; eleva a pressão
arterial e diminui o fluxo de sangue para os órgãos.
Efeitos no organismo
O pulmão é o órgão mais prejudicado. Há um enfraquecimento dos glóbulos brancos do
sangue, responsáveis pela defesa do organismo, favorecendo o aparecimento de
infecções das vias aéreas, bronquites, formações de catarro. Observamos em fumantes
uma tosse persistente. Pode ainda causar asma e enfisema pulmonar.
O câncer de pulmão, boca e garganta ocorrem quase que exclusivamente em fumantes. O
cigarro aumenta ainda as chances de câncer em outras áreas como peito, fígado, intestino
e próstata.
No coração pode ocorrer a formação de placas de gordura em seu interior devido ao
endurecimento das artérias.
O monóxido de carbono, resultante da queima do cigarro, gruda nos glóbulos vermelhos do
sangue, responsáveis pelo transporte de oxigênio aos tecidos, diminuindo sua
capacidade. A medula produz mais hemácias (glóbulos vermelhos) a fim de compensar
este déficit de oxigênio, assim, a tendência é o sangue engrossar.
O sangue estando mais grosso e as placas de gordura formadas no interior do coraçãotornam comuns acidentes vasculares, causados pela interrupção do fluxo sangüíneo para
órgãos vitais como cérebro (derrames) ou coração (infartos). Podem acontecer ataques
súbitos e morte.
Em gestantes tabagistas, o feto recebe menos oxigênio e nutrientes, nascendo com o
peso reduzido e muitas vezes prematuramente.
A nicotina também provoca a menopausa precoce, e aumento no risco de osteoporose e
impotência sexual feminina.
Fumantes passivos são aqueles que respiram a fumaça de cigarros alheios. o índice de
doenças pulmonares Entre eles também é alto.
O tabaco pode criar rapidamente o vício, pois, entre as mais de 1200 substâncias
presentes no cigarro, a nicotina desenvolve tolerância em pouco tempo de uso.
Síndrome de abstinência
Os sinais da falta de nicotina são: irritação, sonolência, fome, ansiedade e avidez por
cigarros. Além da dificuldade de concentração e vivacidade.
A redução progressiva através do uso de emplastos pode amenizar tais sintomas.
Tratamento
Os resultados dependem muito do perfil do dependente químico. Há pessoas que param
de fumar subitamente, sem haver necessidade de tratamento algum; simplesmente porque
decidiram parar, ou porque tiveram algum problema de saúde como um infarto, por
exemplo. Outros são resistentes aos tratamentos, pois são desistentes, isto é, desistiram
de querer parar porque vivenciaram algum insucesso quando tentaram.
Muitos são os métodos, e com a ajuda de um bom profissional (ou grupo de ajuda) não há
como não obter resultados positivos.
A POSTURA DO GOVERNO FRENTE AO ÁLCOOL E AO CIGARRO
A onda proibicionista às drogas é recente, tendo como referência o início do século XX.
Entre 1910 e 1920, estruturaram-se as bases políticas para o proibicionismo presente até
hoje.
Os interesses políticos e econômicos relacionados às drogas são profundos e às vezes
temos a impressão que as ações são superficiais e dirigidas ao público errado. A
proibição de algumas drogas e a liberação de outras foi motivada e se mantém por vários
interesses, e não apenas pela preocupação com a saúde da população
A Organização Mundial de Saúde (OMS) não considera álcool e cigarro ilegais em virtudeforça econômica que representam. As indústrias de bebidas alcoólicas e de cigarros
empregam milhões de trabalhadores para produzí-los, desde o plantio da matéria-prima
até seu comércio. Constituem juntos pilares da economia nacional e internacional. As
taxas de impostos pagas ao governo por estes produtos são elevadíssimas.
Crack
Introduzido por jamaicanos em bairros pobres de Nova York em meados dos anos 1980.
É uma mistura de cloridrato de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada,
que resulta, depois de aquecida, em pequeninos grãos chamados de pedra, que crepitam
ao serem queimadas, daí seu nome. São fumados em cachimbos. É mais barato que a
cocaína, mas seu efeito não dura muito, logo acaba sendo usado em maiores
quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.
É um estimulante, seis vezes mais potente que a cocaína, provocando fortíssima
dependência psíquica, levando à morte por sua ação fulminante sobre os sistemas
nervoso central e cardíaco.
Efeitos
O Crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e a partir daí já começa a produzir seus
efeitos, que são: suor intenso; tremor muscular; dilatação das pupilas; aumento da pressão
arterial; forte aceleração dos batimentos cardíacos; excitação acentuada; sensação de
aparente bem-estar; aumento das capacidades física e mental; indiferença à dor e ao
cansaço; tosse insistente; tonturas e desmaios; congestão nasal; palidez; alucinações e
delírios; dores de cabeça; freqüentemente têm lábios, língua e rosto queimados (pela
proximidade do cachimbo); induz a abortos e partos pré-maturos; os bebês sobreviventes
apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz; demoram
para falar, andar e deixarem de usar fraldas.Têm imensa dificuldade de aprendizado;
desnutrição aguda e profunda; anorexia; dores no peito; necrose da mucosa da laringe;
enfisema subcutâneo do pescoço; infarto agudo do miocárdio; hemorragias intracranianas;
atrofia cerebral; crises convulsivas; aneurismas da aorta; galactorréia; amenorréia;
infertilidade; alterações do ciclo menstrual; impotência e ginecomastia no homem;
dificuldade orgásmica na mulher.
Do uso
Os prazeres físico e psíquico chegam rápido com uma pedra de Crack, mas os sintomas
de síndrome de abstinência também não demoram a aparecer .Em 15 minutos, surge anecessidade de novamente inalar a fumaça de outra pedra, do contrário, chegará o
desgaste físico acompanhado de prostração e de depressão profunda.
Todo usuário de Crack é candidato à morte, porque a droga pode causar lesões
irreversíveis ao cérebro. Em virtude de sua concentração no sistema nervoso central.
O Crack é uma droga forte. As pessoas que o experimentam sentem uma compulsão de
usá-lo novamente, estabelecendo uma dependência física rapidamente, a fim de manter o
organismo em ritmo acelerado.
Do vício
O Crack é uma das drogas de mais altos poderes viciantes, a pessoa, só de experimentar,
pode tornar-se um dependente químico. Geralmente, ele não é a primeira droga que
alguém experimenta. seu usuário, de maneira geral, já usa outras drogas, principalmente a
cocaína, passando a usar o Crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou por
falta de dinheiro, sendo o Crack mais barato (o grama) que a cocaína.
Como já fora falado seu efeito passa muito rápido, aproximadamente 15 minutos. Daí o
usuário usa-o em maior quantidade, gastando mais do que fazia. Para sustentar o vício, as
pessoas começam a usar qualquer método para comprar a droga. Ficam submetidas às
pressões dos traficantes e do próprio vício, não conseguem ganhar dinheiro, partem para
a ilegalidade: tráfico de drogas, aliciamento de novas pessoas para a droga, roubos,
assaltos,etc.
Síndrome de abstinência
Após a interrupção brusca do uso podem surgir a depressão, ansiedade, irritabilidade,
fadiga generalizada, necessidade de sono e a vontade de querer usar de novo a droga de
qualquer maneira.
Tratamento
Quem indica a internação do paciente é o médico. Tratam-se em ambulatórios e em
hospitais as complicações físicas e psíquicas. O vício é tratado com medicações
sintomáticas e picoterapias, preferencialmente a cognitiva.
CAFEÍNA
É o estimulante legalizado mais usado no mundo. Está presente no café, chás e em alguns
refrigerantes.
O café era usado, inicialmente, para deixar as pessoas acordadas nas noites frias, durantelongos eventos religiosos. A cafeína estimula o coração e a diurese, aumenta a vivacidade,
a performance mental e motora, principalmente em pessoas cansadas. Não chega a
causar euforia, mas cria dependência psicológica. A substância preenche os receptores
de adenosina, que funcionam como neurotransmissores encarregados de inibir a maioria
das funções da célula. Deixa o mensageiro químico impossibilitado de trabalhar, e os
neurônios ficam mais estimulados.
A cafeína é um estimulante comportamental. Se for usada regularmente, na quantidade de
350mg ao dia, ela pode induzir a uma forma de dependência física: uma grave dor de
cabeça, que desaparece após sua ingestão.
Uma pessoa que não está habituada tomar grandes quantidades de café, chá preto ou chá
mate, que também contém cafeína, pode ter dor de cabeça, agitação e nervosismo.
A cafeína estimula o metabolismo dos músculos, podendo adiar a fadiga muscular e
melhorar o desempenho intelectual.
A cafeína aumenta a toxicidade de outros agentes cancerígenos. Isso é muito grave às
pessoas que, após um cafezinho (faz parte da cultura brasileira), não resistem a um
cigarro, que é bastante cancerígeno.
Cocaína
A cocaína é a droga que reina no mundo do crime, no qual não se vende fiado e a vida da
pessoa não tem valor algum. Para adquirir a cocaína, o dependente procura o traficante,
se expõe, ou recebe em sua própria casa a substância, devido já ser conhecido pelos
fornecedores. O usuário raramente consegue guardar cocaína em casa; pois só de saber
que a possui, não resiste ao vício e à vontade de usá-la.
É extraída das folhas de coca, uma planta do altiplano dos Andes. A primeira parte é a
pasta básica de cocaína, que é uma massa formada pelas folhas, ácido sulfúrico e
querosene. Essa pasta refinada com ácido clorídrico produz o pó branco e inodoro
chamado cloridrato de cocaína, ou simplesmente cocaína. Inicialmente era usada como
anestésico. Pode ser cheirada, injetada, comida e fumada sob a forma de cristais (Crack)
ou, misturada com tabaco ou maconha (mesclados).
Mascar as folhas melhora a vivacidade e os movimentos, altera os pensamentos e suprime
o apetite. Costuma inibir os neurônios periféricos que transmitem sinais de dor, causando
entorpecimento ou anestesia local. Eleva os índices de dopamina, trazendo prazer e
reforçando o desejo de ingestão. A dependência psíquica causada por esta droga é bem
maior que a causada por outras drogas.
O pó faz subir a norepinefrina nas junções neurais do coração, acelerando o ritmo dosbatimentos cardíacos assim como a potência cardíaca. Os vasos sangüíneos se contraem,
a pressão sobe, diminui o fluxo de sangue para os órgãos.
Do excesso desse transmissor, há probabilidade de ataques cardíacos, derrames e
deficiências orgânicas
O acúmulo desta substância pode causar derrames e psicoses. O uso contínuo estimula a
adaptação das células. A tolerância é tão rápida que as doses sucessivas não produzem o
mesmo efeito. Daí o perigo de overdose, que resulta em convulsão, coma e morte.
Quanto mais rápido chegar ao cérebro, maior será a euforia e maiores os efeitos
colaterais.
Quando fumada, ela alcança o cérebro em seis a oito segundos. Injetada na veia, demora
de dez a vinte segundos para produzir efeitos Os efeitos máximos são obtidos em três a
cinco segundos e a “viagem” dura de trinta a quarenta e cinco minutos. Inalada, leva de três
a cinco minutos para chegar ao cérebro.
O pico das sensações ocorre depois de dez a quinze minutos e a “viagem “pode durar
uma hora.
Efeitos no organismo
Em doses baixas, a cocaína diminui a ansiedade e aumenta a euforia, hiperatividade,
desinibição, auto-estima e estimulação sexual. Mas com o aumento do uso podem surgir
disforia (perturbação da euforia), diminuição do juízo crítico, idéias de grandeza,
impulsividade, hipersexualidade, excitação psicomotora, norexia, diminuição da
necessidade de dormir, ataques de pânico e chega a desencadear quadros psicóticos
maníacos.
Após cerca de quinze minutos do início de seu uso, podem surgir uma diarréia aquosa,
cãibras abdominais e vômitos sem náuseas.
É freqüente os usuários fazerem uso de cocaína por vários dias seguidos, sem interrupção
de uso.
Podem piorar para quadros neurológicos que causam movimentos descoordenados,
ranger dos dentes e da mandíbula (bruxismo), insônia, perda do impulso sexual
(diminuição da libido), perda dos cuidados pessoais, surgem idéias delirantes de
perseguição, alucinações visuais e auditivas, e pode ocasionar convulsões, arritmia
cardíaca, parada respiratória e morte.
As pupilas ficam dilatadas e os olhos movimentam-se rapidamente, extremamente vivos e
bem abertos (arregalados).
Falta saliva (xerostomia) e a língua tende a ficar branca, devido à saburra que ali se
acumula.O suor é freqüente nas mãos e axilas, um pouco na testa e raramente nos pés. Causa
também a perda de apetite.
A cocaína geralmente causa o isolamento do indivíduo.
Não há muito como disfarçar o uso do pó, mas, para cortar os efeitos exagerados, os
usuários costumam beber bebidas alcoólicas em grande quantidade ou fazem uso de
outras drogas (cigarro, por exemplo).
A cocaína quando cheirada pode produzir congestão nasal (rinite), necrose e perfuração
do septo nasal. Quando injetada e fumada, causa hipertensão arterial, taquicardia, infarto
agudo do miocárdio (coração), aneurismas dissecantes da aorta, hemorragias
intracranianas, atrofia cerebral, hemorragias cerebrais e crises convulsivas.
Pode ocorrer impotência e ginecomastia (desenvolvimento de mamas) no homem,
alterações de ciclo menstrual, galactorréia, amnorréia, infertilidade e dificuldades
orgásmicas na mulher. A cocaína atravessa a barreira placentária atingindo o feto, portanto
provoca o parto prematuro, hipodesenvolvimento fetal por falta de oxigênio no cérebro,
placenta prévia e abortos.
Seus resíduos são encontrados do dia seguinte ao uso até quinze dias após.
Síndrome de abstinência
Após interromper bruscamente o uso podem surgir sintomas como a depressão,
ansiedade, irritação, cansaço generalizado, sono e vontade desesperada de usá-la
novamente. Não pode haver estímulo da vontade neste momento. Deve-se evitar
lembranças, passar por pontos de venda, conversar com outros usuários, ver imagens que
lembrem seu uso ou beber. O vício pode ficar adormecido por muitos anos, mas basta um
mínimo contato com a droga para logo voltar a vontade de usá-la.
Tratamentos
É muito difícil tratar o usuário de cocaína, pois quando não está sob efeito da droga, ele
age normalmente. Há usuários que somente fazem uso da droga aos finais de semana, em
temporadas, mas trabalham normalmente. Está bem ao ponto de não haver necessidade
de internação, mas não tão bem ao ponto de ficar solto sem tratamento. Geralmente as
internações são indicadas por um médico. São tratados ambulatoriamente ou com
hospitalização as complicações físicas e, psiquiatricamente, trata-se o vício (com ou sem
internação) com medicações sintomáticas e psicoterapias, preferencialmente a cognitiva.
ANFETAMINASA anfetamina começou sua carreira sendo usada como descongestionante nasal, mas em
1927, passou a ser usada como psicoestimulante.
Na segunda guerra mundial, ela foi usada para combater a fadiga e, manter o vigor físico e
a vigília de militares de vários países. Os camicases japoneses consumiam anfetaminas
em altos níveis (tóxicos).
Usadas como: antidepressivos, moderadores de apetite e, no tratamento de patologias
como narcolepsia (sono incontrolável) e hiperatividade infantil, as anfetaminas produzem
efeitos semelhantes aos da cocaína, mas a duração e a toxicidade são diferentes.
Tem estrutura semelhante aos neurotransmissores: dopamina, norepinefrina e serotonina.
Seus efeitos podem duram o dia todo. Se acumula no cérebro, no qual seu nível atinge dez
vezes mais que no sangue.Podem destruir os neurônios nos quais se acumulam e acabar
com os neurotransmissores. Diante de uma situação que cause medo, o organismo libera
adrenalina, começa aí um processo de luta e fuga, soltando as anfetaminas depositadas
no tecido gorduroso. Em usuários crônicos, essa liberação pode provocar psicoses e
agressões físicas.
No Brasil passaram a ser vendidas com receitas médicas a partir de 1951.
Por se tratar de psicoestimulantes, deixam as pessoas mais despertas, inibem o apetite e
fazem com que apareça o cansaço- sensações que desaparecem algumas horas depois,
assim que a droga é metabolizada. É comum a depressão. Então uma nova dose é
ingerida, e a pessoa torna-se novamente hiperativa.
A dose em excesso pode causar agressividade, sudorese, vertigens, dores de cabeça;
taquicardia, delírios de perseguição, hipertensão arterial. Pode ainda causar hipertermia
(febre), que se não controlada poderá causar convulsão.
A anfetamina produz tolerância muito rápido. Seu usuário precisa de doses cada vez
maiores, estabelecendo uma dependência muito mais psicológica do que física.
Pode ser usada por esportistas que desejam melhorar artificialmente seu desempenho.
Depois de ingerida, é metabolizada pelo fígado, e seus resíduos inativos são eliminados
pela urina. É por isso que se analisa a urina dos atletas no chamado exame antidoping.
Com esse exame, é possível detectar ou não a presença dessas substâncias no
organismo.
Um caso bastante atual é o da atleta de salto em distância Mauren Maggi, que na
olimpíada de Atenas (2004) fora afastada durante dois anos das competições de atletismo
pelo comitê olímpico por apresentar em seu exame a presença de anfetaminas. Ela
mostrou-se vitoriosa. Na olimpíada seguinte, em Pequim (2008), foi medalhista de ouro
saltando 7,04m, se superando e mostrando que é possível uma pessoa se libertar das
drogas e reconstruir sua vida, sua carreira.São populares entre os motoristas de caminhão como “rebite”. Elas prejudicam seus
usuários por serem responsáveis por desastres fatais e por serem necessárias doses
cada vez maiores.
Pesquisas feitas pelo CEBRID 2004 revelaram que a idade média para o primeiro contato
com as anfetaminas é aos 13,4 anos de idade, com desvio padrão de 2,2 anos. É a sexta
droga mais consumida.
São adquiridas em farmácias de forma legal por meio e receitas médicas e, ilegalmente
no mercado paralelo.
Seus nomes comerciais são: dualid; hipofagin; inibex; moderine; dobesix; ritalina;
concerta; etc.
No início eram usadas como comprimidos. Os viciados hoje chegam a aplicar injeções
endovenosas.
Efeitos no organismo
Seus principais efeitos são: estimulação do SNC; perda de apetite; insônia; sudorese;
vermelhidão; taquicardia; arritmia; hipertensão; diarréa; ou constipação intestinal;
convulsões; severa hipertermia; insônia grave; agressividade incontrolável; confusão
mental; coma; etc.
Doses elevadas podem causar acidentes vasculares, convulsões cerebrais e coma.
Causam prejuízos à memória e à capacidade de concentração.
Síndrome de abstinência
Quando o uso das anfetaminas é interrompido abruptamente, surge a depressão, o
isolamento, as oscilações de humor, fadiga, hiperfagia e hipersonia. Quando a depressão
é severa, um acompanhamento psiquiátrico se faz necessário pelo risco de suicídio que o
usuário apresenta.
Tratamentos
É difícil devido à resistência e à rebeldia apresentada pelos dependentes químicos dessas
substâncias. As alterações provocadas pela droga parecem atingir mais os que vivem
com os usuários do que com eles próprios. Estes comentam que estão bem e que não são
viciados, que param quando quiserem de usar. À medida que vão tomando consciência da
gravidade dos seus problemas é que começam a aceitar tratamentos.
Anfetaminas mais usadas:São elas: Ecstasy;Efedrina; Ghb; Ice ou cristal; Poppers (gás hilariante); Speed
ECSTASY
Também chamada “pílula do amor”. Recebe este nome por liberar serotonina acumulada
no interior dos neurônios, provocando um estado de excitação quase incontrolável no
usuário. A sensualidade vem à flor da pele.
Seu princípio ativo é o MDMA (Metil-dioxi-meta-anfetamina), um poderoso
psicoestimulante anfetamínico criado na Alemanha em laboratório (1913) e difundido na
europa e EUA nas duas últimas décadas. A droga é muito usada em raves, festas de
longa duração, mantendo o usuário “ligado” por muito tempo. Seus efeitos duram de 7 a 8
horas.
Após 2horas de sua ingestão, em média, seus efeitos aparecem. São eles: aumento da
sensibilidade ao som; aumento da libido; taquicardia; pressão alta; midríase (dilatação
das pupilas),causando sensibilidade à luz; desidratação.A temperatura corporal se eleva,
podendo chegar a 41 graus, aumenta também a sede; a pessoa é obrigada a ingerir
grandes quantidades de água. É uma droga que provoca a morte por: desidratação,
infarte, sofrimento cerebral, febre alta, etc.
O Ecstasy produz perda de memória e depressão ao mesmo tempo em que aumenta a
ansiedade, podendo gerar contrações musculares no rosto e no corpo e um quadro de
paranóia com mania de perseguição. Causa lesões cerebrais irreversíveis nas áreas
responsáveis pelo raciocínio, afetando a tomada de decisões, julgamento e memória. Sua
abstinência pode causar depressão, isolamento, aumento de apetite e sono.
O Ecstasy leva à dependência pela sua capacidade de deixar o usuário eufórico, e sua
tolerância logo se estabelece.
O Ecstasy pode, embora provoque aumento da sensibilidade táctil e da libido, causar
impotência porque causa vasoconstrição, dificultando o aporte do sangue ao pênis,
prejudicando a ereção. Esta também pode ser pelo relaxamento do corpo que aparece,
em média, após cinco horas de sua ingestão. É nesta fase que alguns homens tomam um
comprimido de Cloridrato de Sildenafil (Viagra) a fim de manter a ereção. A associação
destas duas drogas é denominada de Sextasy.
Efeitos no organismo:
Seus principais efeitos são: desidratação severa; infarto do miocárdio; ansiedade;
confusão mental; paranóia; alucinações; ilusões visuais; perda de coordenação
motora;contrações musculares involuntárias;bruxismo (ranger de dentes); lambemSão elas: Ecstasy;Efedrina; Ghb; Ice ou cristal; Poppers (gás hilariante); Speed
ECSTASY
Também chamada “pílula do amor”. Recebe este nome por liberar serotonina acumulada
no interior dos neurônios, provocando um estado de excitação quase incontrolável no
usuário. A sensualidade vem à flor da pele.
Seu princípio ativo é o MDMA (Metil-dioxi-meta-anfetamina), um poderoso
psicoestimulante anfetamínico criado na Alemanha em laboratório (1913) e difundido na
europa e EUA nas duas últimas décadas. A droga é muito usada em raves, festas de
longa duração, mantendo o usuário “ligado” por muito tempo. Seus efeitos duram de 7 a 8
horas.
Após 2horas de sua ingestão, em média, seus efeitos aparecem. São eles: aumento da
sensibilidade ao som; aumento da libido; taquicardia; pressão alta; midríase (dilatação
das pupilas),causando sensibilidade à luz; desidratação.A temperatura corporal se eleva,
podendo chegar a 41 graus, aumenta também a sede; a pessoa é obrigada a ingerir
grandes quantidades de água. É uma droga que provoca a morte por: desidratação,
infarte, sofrimento cerebral, febre alta, etc.
O Ecstasy produz perda de memória e depressão ao mesmo tempo em que aumenta a
ansiedade, podendo gerar contrações musculares no rosto e no corpo e um quadro de
paranóia com mania de perseguição. Causa lesões cerebrais irreversíveis nas áreas
responsáveis pelo raciocínio, afetando a tomada de decisões, julgamento e memória. Sua
abstinência pode causar depressão, isolamento, aumento de apetite e sono.
O Ecstasy leva à dependência pela sua capacidade de deixar o usuário eufórico, e sua
tolerância logo se estabelece.
O Ecstasy pode, embora provoque aumento da sensibilidade táctil e da libido, causar
impotência porque causa vasoconstrição, dificultando o aporte do sangue ao pênis,
prejudicando a ereção. Esta também pode ser pelo relaxamento do corpo que aparece,
em média, após cinco horas de sua ingestão. É nesta fase que alguns homens tomam um
comprimido de Cloridrato de Sildenafil (Viagra) a fim de manter a ereção. A associação
destas duas drogas é denominada de Sextasy.
Efeitos no organismo:
Seus principais efeitos são: desidratação severa; infarto do miocárdio; ansiedade;
confusão mental; paranóia; alucinações; ilusões visuais; perda de coordenação
motora;contrações musculares involuntárias;bruxismo (ranger de dentes); lambemconstantemente os lábios; náuseas; vômitos; perturbações e sono; depressão; apatia;
coma; morte por hipertermia e desidratação
EFEDRINA
Anfetamina sintética, é vendido ilegalmente na forma de chicletes, comprimidos e cápsulas
usados para emagrecimento, para não sentir o cansaço e para potencializar o efeito do
Ecstasy.
Efeitos no organismo
Seus principais efeitos são: depressão; ansiedade; pânico;eleva a pressão arterial;
derrame; infarto.
GHD
(Àcido gama-hidroxibutírico)
Usado originalmente como sedativo, passou a ser utilizado para buscar euforia...,
sensação de energia e desinibição, apesar de ser depressor do Sistema Nervoso Central.
Pode ser achado na forma de líquido inodoro, levemente salgado, cápsulas ou em pó. Em
doses pequenas, causa euforia semelhante à causada pelo álcool, deixando o usuário
relaxado e sociável. Em doses maiores podem causar tonturas e náuseas, espasmos
musculares, vômitos e inconsciências. A overdose dessa substância pode causar coma
temporário e, quando misturado com álcool, pode reduzir a freqüência respiratória de
forma a causar até mesmo a morte.
Os efeitos aparecem em torno de dez minutos após sua ingestão e podem durar de duas a
três horas, com efeitos residuais de até 24 horas. Geralmente o sal ou líquido, é diluído em
água, bebidas alcoólicas ou refrigerantes para que o usuário consciente, ou vitimado,
perca o nível de consciência, de memória, mas esteja bem ao ponto de fazer o que lhe
pedem. Sente náuseas e vomita, fica tonto e sem coordenação motora. Depois não se
lembra de nada que aconteceu. Serve para sedar pessoas com a intenção de abusar
dessas pessoas. O GHB aumenta a produção de hormônio do crescimento, várias
pessoas usam para aumentar a massa muscular. Seu efeito, a longo prazo, ainda não é
conhecido. O GHB pode causar intoxicações fortes e matar seu usuário.
Efeitos no organismo
Seus principais efeitos são: euforia; tonturas; náuseas; espasmos musculares; vômitos;
inconsciências; redução da freqüência respiratória;coma.
Ice Ou Cristal
Metafetamina (anfetamina pura). É um pó branco ou cristal que lembra gelo. Pode ser
fumada, cheirada, injetada e engolida para produzir intensa estimulação do Sistema
Nervoso Central. Os usuários buscam euforia, bem-estar; aumento do vigor, agitação
física, pensamento rápido. O usuário pode se tornar agressivo e violento, principalmente
pela paranóia causada, ou entrar em depressão. Se injetado há grande risco de infecções
ao compartilhar seringas, como AIDS, hepatite, etc.
É uma das drogas sintetizadas mais usadas nos Estados Unidos. No Brasil é pouco usada
e conhecida.
Era usada como descongestionante nasal. Também chamado de “Cristina”.
Efeitos no organismo
Seus principais efeitos são: aumento do batimento cardíaco; aumento da pressão arterial;
aumento da temperatura corporal; tremores; insônia; perda de apetite; depressão;
aumenta a capacidade de vigília; irritabilidade; agressividade; agitação psicomotora;
convulsões; derrames; coma; morte.
Poppers (“Gás Hilariante)
Depressora do Sistema Nervoso Central. Seus nitratos são inalados. Os usuários buscam
euforia, leve sedação e aumento do prazer sexual. Desenvolve facilmente a dependência,
devido ao uso compulsivo que se estabelece. Seu uso é ilegal.
Efeitos no organismo
São eles: náusea; vômito; vertigem; dor de cabeça; irritação das vias respiratórias;
distúrbios de visão; sufocação; coma.
SPEED
Metanfetamina também chamada de “cocaína dos pobres. É adquirida ilegalmente na
forma de pó branco, que pode ser inalado, misturado a bebidas, grudado em chicletes e
dissolvido m água e injetado. Seus efeitos são parecidos com os do Ecstasy. São eles:
aumento da sensibilidade ao som; aumento da libido; taquicardia; pressão alta; midríase
(dilatação das pupilas),causando sensibilidade à luz; desidratação.a temperatura corporal
se eleva .
Ainda ocorre a perda de memória e depressão ao mesmo tempo em que aumenta a
ansiedade, podendo gerar contrações musculares no rosto e no corpo e um quadro deparanóia com mania de perseguição. Causa lesões cerebrais irreversíveis nas áreas
responsáveis pelo raciocínio, afetando a tomada de decisões, julgamento e memória. Sua abstinência pode causar depressão, isolamento, aumento de apetite e sono.
Efeitos no organismo
São eles: desidratação severa; infarto do miocárdio; ansiedade; confusão mental;
paranóia; alucinações; ilusões visuais; perda de coordenação motora; contrações
musculares involuntárias; bruxismo (ranger de dentes); lambem constantemente os lábios;
náuseas; vômitos; perturbações e sono; depressão; apatia; coma; morte por hipertermia e desidratação
Esteróides Anabolizantes
Na década de 1980 difundiu-se o culto à forma, quando surgiram várias academias de
ginástica. Para aumentarem a massa muscular, algumas pessoas passaram a usar de
forma inadequada os esteróides anabolizantes, sintetizados a partir do hormônio sexual
masculino, a testosterona.
Os orexígenos são medicamentos usados para aumentar o apetite, mas podem ser
usados como drogas de abuso. No Brasil seu uso está ligado aos esteróides
anabolizantes para aumentar a massa muscular.
Seu comércio é ilegal quando não indicado por médicos. São vendidos como
comprimidos ou injeções intramusculares em farmácias, com prescrição médica, mas
podem ser encontrados em academias de ginástica.
Temos como exemplo: Durateston, Androxon, Deca-Durabolin, Hemogenin; etc.
Podem ser iusados em casa ou na própria academia, e as injeções geralmente são
aplicadas pelo próprio usuário.
Geram um aumento muito rápido da massa muscular e da força física. As alterações
físicas e comportamentais não são imediatas, logo o usuário não precisa se preocupar em
disfarçar o uso de tais substâncias.
Efeitos no organismo
São estes alguns dos efeitos que podem ocorrer em usuários de anabolizantes: aumento
do peso corporal; dilata o coração; aumenta a pressão arterial; insônia; acne; aumenta os
pêlos no corpo; causa perda de cabelos; engrossa a voz; diminui o tamanho e o
funcionamento dos testículos; altera ciclo menstrual nas mulheres; e causam
masculinização bem como crescem pêlos nos rosto, engrossa a voz e crescimento doclitóris; Irritação; agressividade; sobrecarrega o coração; infarto; câncer de fígado;
impotência sexual; infertilidade e problemas urinários.
Tratamento
Deve ser feita a supressão imediata dos anabolizantes e tratamentos dirigidos
especificamente aos problemas surgidos. Alguns deles cedem espontamente. Outros, só
com auxílio de medicamentos. No que se refere ao câncer de fígado ainda não se conhece
tratamento nem cura.
III. MODIFICADORAS DO HUMOR E DA PERCEPÇÃO
O interesse de expandir a mente, característica dos anos sessenta, fez com que as drogas
tornassem populares como psicodélicas. As drogas vêm sendo usadas ao longo da
história em rituais religiosos, e para buscar o prazer, o poder ou fuga da realidade. Estas
drogas alteram a percepção.
Os efeitos produzidos por estas drogas têm a mesma base química da psicose. O que
ajudou a farmacologia a desenvolver medicamentos cada vez mais eficazes no tratamento
de doenças psiquiátricas.
As informações sensoriais como cor, forma, cheiro, ritmo e som, entre outras, são
alteradas. Durante sua passagem pelo cérebro, logo, a imagem ou a sensação final
causada na mente é diferente da realidade.
A maconha causa estes efeitos mas, muito lentamente. As alucinações aparecem após
doses muito altas e incomuns. Com o LSD, a progressão é rápida e a alucinação
acontece rápido.
LSD
LSD é uma sigla da palavra alemã lysergäure-diäthylamid, que designa um potente
alucinógeno, popularmente conhecido como ácido lisérgico. Também conhecido como
Lucy in the Sky with Diamonds. Seus principais efeitos são alterações sensoperceptoras,
principalmente as visuais e táteis, ou seja, ilusões e alucinações. Funciona como se
houvesse um desarranjo no funcionamento dos neurônios, estabelecendo conexões
impossíveis, se comparadas àquelas de quem está em estado de lucidez. É o caso da
sinestesia entre audição e visão, isto é, trocam-se as percepções do sentido visual com o
auditivo: Escuta-se uma cor”e “vê-se um som”.
Quando é atingida a área psíquica responsável pelo julgamento, o usuário acredita que
sua alucinação é verdadeira; para ele, o objeto existe de fato. Passados os efeitos do
alucinógeno, a pessoa volta a “funcionar” normalmente. Produz um resultado muitoparecido com a psicose esquisofrênica. Gera instabilidade de humor.
O ácido lisérgico foi acidentalmente descoberto pelo cientista suíço Albert Hoffmann, que o
sintetizou em laboratório. Talvez seja a substância que mais atua no cérebro. Causa, em
pequenas doses, alterações mentais, delírios, ilusões e alucinações que tem duração de
quatro a doze horas.
Efeitos orgânicos (além dos efeitos psicológicos)
São eles: aumento da pressão arterial; taquicardia; tremores; náuseas; hiper-reflexia;
fraqueza muscular; aumento de temperatura; sudorese intensa;
Todos esses efeitos variam e dependem da personalidade e da sensibilidade de cada
um; do ambiente; da dose, da expectativa, etc. As reações psíquicas, exuberantes e
variadas, no geral são agradáveis, mas podem ser ruins, com visões terríveis, sensações
de deformações corporais, delírios de perseguição e sensação de que a pessoa vai
morrer a qualquer momento.
Os alucinógenos não produzem dependência física, nem causam síndrome de abstinência,
pois suas ações químicas têm fraco poder viciante. Eles viciam psicologicamente as
pessoas com predisposição ao vício de qualquer droga
LANÇA-PERFUME
É uma mistura de clorofórmio, éter, cloreto de etila e um pouco de essência perfumada
inofensiva. É embalado na forma líquida, pressurizado dentro de um vasilhame e, quando
entra em contato com o ar, evapora-se rapidamente, exalando gás, que é o que as
pessoas aspiram.
Antigamente era usado como brincadeira nos carnavais. As pessoas esguichavam o
produto umas nas outras, causando, por segundos, uma sensação gostosa de “geladinho”
por ser lançado e perfumado ganhou este nome.
O costume de cheirá-lo tornou-se, com o passar dos anos, um vício. Ao invés de
esguichá-lo uns nos outros, passaram a lançá-lo em lenços, que as pessoas levam ao nariz
para aspirar.
Na sua falta, em épocas não carnavalescas, descobriu-se o quelene, um anestésico local,
também à base de cloreto de etila, facilmente encontrado em farmácias.
Efeitos no organismo
Em pequenas doses provoca euforia e torpor. Em doses maiores, podem provocar
tonturas, falta de coordenação motora, voz pastosa, andar cambaleante e desmaio, queduram pouco e,quando a pessoa volta a si, não se lembra do que passou.
Ao aspirar grande quantidade, a pessoa pode morrer de parada cardíaca, provocada pelo
clorofórmio ou cloreto de etila. Um cardíaco raramente resiste à taquicardia causada pelo
lança-perfume e/ou pelo quelene, portanto sua probabilidade de morrer é ainda maior.
Postura do governo frente a esta droga
Por volta de 1965, o governo brasileiro proibiu sua fabricação
Atualmente, o lança-perfume é usado em qualquer época do ano. Devido seu alto
consumo, foi aumentada sua fabricação e sua distribuição.
Maconha
È a droga mais usada no mundo. O THC (tetraidrocanabinol) é o principal psicotrópico,
responsável pela maioria dos sintomas dos canabistas (fumantes da Cannabis Sativa, a
planta que secreta uma resina que contém aproximadamente sessenta canabinóides e
mais de quatrocentas substâncias).
A maconha realmente vicia. Seu uso é crescente e provoca tolerância e seus usuários
apresentam a síndrome de abstinência.
Não o uso da maconha que leva ao de outras drogas, mas, para chegar às outras drogas
ilegais, geralmente os usuários passaram pela maconha.
São muitos os efeitos produzidos pelo THC ou tetraidrocanabinol, princípio ativo da
maconha. É uma droga psicoativa, que altera a mente e o comportamento. Causa
alterações na memória, atenção, concentração, ânimo, capacidade de realização, noção
de tempo e espaço, percepção, etc. O THC á absorvido oralmente ou por inalação de sua
fumaça nociva.
Na fumaça da maconha encontramos duas substâncias irritantes e cancerígenas:
monóxido de carbono e alcatrão. Chega a ser dez vezes mais cancerígena que o cigarro.
Também encontramos na fumaça o acetaldeído, que age sobre os neurotransmissores,
prejudicando o aproveitamento das proteínas pelas células e interferindo no DNA (material
genético).
Ao chegar ao cérebro, o THC é recebido por receptores localizados no cerebelo, nos
núcleos da base e no hipocampo, responsáveis pelo equilíbrio, pelos movimentos e
memória. O THC tem uma estrutura molecular parecida com a dos neurotransmissores
naturais.
A euforia provocada pelo THC vem da liberação de opiopeptina,componente da endorfina
e da encefalina, mensageiras lançadas,por exemplo, quando um esportista sente após umdeterminado exercício o “barato”e tem maior resistência à dor.
A opiopeptina age no circuito da recompensa potencializando o efeito da dopamina. Essa
euforia pode ser prevenida com o uso de narcóticos. o inverso é verdadeiro:o THC pode
ser usado para alívio da abstinência de narcóticos.
Efeitos no organismo
Atinge o feto, pois atravessa a barreira placentária; afeta o bebê pelo leite materno; dobra
a pulsação cardíaca; atinge os linfócitos, diminuindo a resistência a infecções; provoca
alterações eletroencefalográficas; diminui o tamanho e o peso da próstata e dos testículos;
diminui o nível de hormônios sexuais; diminui o mecanismo do rastreamento visual;
prolonga o tempo de ofuscamento visual; aumenta o tempo de resposta a um estímulo
recebido; prejudica e faz perder a noção de tempo e de espaço; prejudica a noção de
velocidade; pode produzir ilusões e alucinações; pode produzir delírios; diminui a
capacidade de concentração, atenção e memória; diminui o ânimo;produz forte
dependência psicológica;pode provocar ginecomastia (desenvolvimento de mamas) nos
homens; é dez mais cancerígena que o cigarro,etc. Diminui a capacidade de manter
relacionamentos afetivos; diminui capacidade de estudar e trabalhar
Cogumelos
Usados na forma de chás e até de bolos, causam efeitos menos intensos e menos
duradouros que os produzidos pelo LSD. O risco está em usar cogumelos venenosos.
Chà de Lìrio
(Atropina e Escopolamina)
Produz delírios e alucinações por ser anticolinérgico
PCP
(Fenilciclidina)
Anestésico que produz alucinações visuais e auditivas.
Chá do Santo Daime
Folhas de Chacrona, que contém DMT misturadas com cipó de caapi, o que intensifica a
ação alucinógena. Além dos efeitos alucinógenos pode causar vômito, diarréia, pânicoEfeitos no organismo
São eles: vômito; diarréia; pânico; perda de controle; alucinações.
BENFLOGIN
Remédio usado como antiinflamatório, contém cloridrato de benzidamina, que em doses
altas é alucinógeno.
7. POR QUE UM POLICIAL CIVIL PODE VIR A USAR DROGAS?
primeira infância de uma criança, quando se inicia o desenvolvimento de sua
pPrimeiro surgem os comentários. Uma pessoa insinua, sugere, comenta indiretamente
(diretamente, às vezes) sobre alguém que usa droga. A família desconhece tal fato, nem imagina que um policial poderia estar sujeito a isto. O tempo passa, e vem o susto. Os colegas acham algum indício de drogas, ou alguém telefona avisando o que acontece. Amigos, vizinhança, colegas de serviço muitas vezes já sabiam. Somente os mais próximos desconheciam o envolvimento da pessoa com drogas. Assim como os cônjuges traídos, a família é sempre a última a saber.
A descoberta gera um questionamento da esposa, da família onde foi que erraram? Mas
não há uma resposta única para tais perguntas. Inúmeros fatores levam um indivíduo a ser usuário de drogas.
7.1 Fatores de proteção e de risco
São condições às quais as pessoas estão expostas que podem aumentar ou diminuir a
probabilidade do uso de drogas. Essa associação não implica uma relação de causa e
efeito, mas um aumento das chances de se consumir ou não substâncias psicoativas.
Esses fatores precisam ser considerados na prevenção ao uso de drogas, pois auxiliam
na definição dos objetivos gerais a serem alcançados pelo programa de prevenção. A
partir desses dados, podemos dirigir as ações preventivas a serem desenvolvidas para
evitar e identificar com maior facilidade quem está mais suscetível a experimentar ou ter problemas com o uso de drogas.Dentre eles podemos citar: a curiosidade; aventura sem compromisso, dada a banalização de seu uso; busca do prazer sem preocupação com os
riscos; genética; hereditariedade; para mostrar-se frente aos amigos e companheiros de trabalho como corajoso, fazendo o tiver vontade de fazer; por achar que só experimentar, não o fará viciado; falhas na educação; baixa auto-estima;os homens acham-se fracos, passam a usar anabolizantes. As mulheres acham-se gordas e passam a usar anfetaminas, etc. Problemas em casa; ambiente familiar desestruturado: violência e desrespeito são freqüentes, por exemplo; problemas no trabalho; influência dos amigos;falta de estrutura psicológica; falta de vínculos afetivos: dificuldade de expressar afetos eemoções; falta de perspectiva de vida; trabalhar em meio onde se tem contato freqüente com drogas (DENARC); a facilidade de se obter a droga; para manter vínculo social no trabalho, por exemplo, ao término do expediente as pessoas marcam de irem a um bar e lá começa o consumo de álcool; personalidade aberta; hereditariedade; frustrações; instinto de morte/vida; exposição à violência; necessidade de explorar e experimentar
riscos; falha no sistema judiciário (ineficiente e obsoleto).
Entende-se por personalidade aberta uma alteração resultante de falhas cometidas naersonalidade.
Uma criança de personalidade aberta torna-se superdependente de um adulto- da mãe,
seguida de outros familiares como pai, tios, irmãos mais velhos, empregadas. Sem a
presença desse adulto em quem confia, entra em pânico, fica totalmente perdida,
angustiada. Para existir, precisa destas pessoas. E isto vai ao longo da vida desta
pessoa.
Esta pessoa de personalidade aberta não é auto-suficiente. Não consegue ficar sozinha
como uma pessoa normal, que tem sua auto-suficiência. Para se sentir completa, precisa de um complemento, uma figura que a complete; uma outra pessoa.
Estas alterações começam na adolescência quando o jovem não quer mais depender dos
pais e procura-se enturmar com outros adolescentes. Como sua auto-estima não lhe
permite “grudar” em outro adolescente, apesar de sua personalidade continuar aberta, elevá em busca de um complemento para sua vida, que tanto pode ser um fanatismo
ideológico ou ficar dependente de uma droga. Uma personalidade aberta apega-se a tais
complementos como se fosse a figura materna nos momentos de pânico infantil. Se o
complemento for uma viciável, a vulnerável personalidade aberta logo faz dessa pessoa
um dependente químico.
Mesmo que a pessoa não tenha personalidade aberta, se insistir em usar drogas poderá
ficar viciada. Os motivos desta insistência em usar drogas podem ser os mais variados
como já mencionamos, mas o resultado é sempre o mesmo: o vício. Geralmente as
pessoas não gostam da primeira experiência de fumar, mas acabam se acostumando e
depois gostando, de tanto insistir.
Segundo Freud, outro fator que pode levara pessoa ao vício é o instinto de vida e o instinto
de morte. Para Freud, o ser humano está constantemente submetido a estes dois instintos.
Aquele que quer viver de forma saudável, prática de atitudes que priorizam o instinto de
vida.
Quem não está de bem com a vida se deixa levar pelo instinto de morte. Isto não significa
que a pessoa é suicida em potencial, mas este indivíduo não preserva sua vida. Ele
normalmente se arrisca desnecessariamente. É como se a pessoa não tivesse amor
próprio.
A frustração é outro fator que contribui para que o indivíduo se torne um dependente
químico. As perdas, rejeições; humilhações, injustiças são alguns sentimentos que nos
levam a ficarmos frustrados. Há pessoas que lidam melhor com isso, porém há aqueles
que não suportam lidar com estes sentimentos de perda, ao invés de enfrentá-los, desviam
deles. Ao usarem drogas, as pessoas conseguem distorcer a realidade e só enxergam oque querem, porque entram no prazer químico das drogas. Todavia se esquecem de que
sentirão mais frustrações causadas pelo círculo vicioso: frustração-droga-frustração.
Entende-se por hereditariedade a predisposição genética e biológica ao vício. Os filhos
podem gostar do mesmo sabor que os pais gostam. A apetência às drogas pode existir,
mas o vício somente existirá se a pessoa quiser saciá-lo.
Constantemente na história de vida dos dependentes químicos fica evidente a
instabilidade familiar, a falta de compreensão e afeto, intolerância, frieza, rejeição,
hostilidade, indiferença, desconfiança, excesso de mimo, falta de limites e de disciplina,
falta de respeito às individualidades e o não suprimento das necessidades básicas. A
auto-estima destas pessoas fica destruída; a personalidade frágil, de maneira que não
suportam pressões dentro de casa, do trabalho, do meio em que vivem, recorrendo às
drogas.
A maneira mais efetiva de se proteger do vício é não experimentar a droga; pois o único controle que se tem sobre as drogas é antes de usá-las. Depois que se usa, ela faz o
próprio caminho no organismo, independente de vontade, poder econômico, educação,
cultura, religião, cor, raça, sexo do usuário.
Ainda tem a questão da vulnerabilidade, que é um agrupamento teórico e prático dos
níveis sociais, políticos, econômicos, culturais, comportamentais e afetivos que auxiliam a analisar objetivamente as chances que um indivíduo, um grupo e uma nação têm de se expor ao uso e à dependência de drogas.
A noção de vulnerabilidade e as ações preventivas decorrentes envolvem três planos
principais:
Vulnerabilidade individual: relacionada a comportamentos que criam oportunidade para
o uso de drogas.
Vulnerabilidade social: associada a questões coletivas e sociais da população para o
uso de drogas. Exemplo: acesso a informação e a serviços de saúde; condições de
bem-estar social. Ao não ter acesso ao médico, é mais fácil solicitar ao balconista de farmácia um remédio, que, inclusive, pode ter seu uso controlado (automedicação).
Vulnerabilidade política: atitudes políticas e propostas do governo em relação à
problemática das drogas. Exemplo: a proibição de propagandas de cigarro pelo Ministério da Saúde.
Os programas de prevenção ao uso de drogas precisam considerar as diferenças, as
desigualdades sociais, econômicas, a disparidade de qualidade de vida no Brasil e
encontrar parâmetros de atuação válidos para cada uma dessas realidades. A prevenção
ao uso de drogas é para todos!
Características comuns entre os dependentes
Cada indivíduo é único. As manifestações das doenças e da codependência não
aparecem da mesma maneira para todos. Mas em geral os dependentes têm
características comuns. Dentre elas podemos citar a baixa auto-estima, ou seja, não
gostar de si mesmo, não se dar o devido valor; fazer muitas exigências consigo mesmos.
Os dependentes são pessoas que costumam exigir perfeição e não podem mostrar nem
lidar com suas dificuldades, entre elas a dependência, e o sofrimento que passam.
Têm vergonha de serem dependentes. Não assumem isso e querem constantemente mostrar
que está tudo bem. Fazem promessas, diminuindo a dimensão dos problemas.
Acham que as soluções têm que ser imediatas e absolutas. Normalmente têm pouca
tolerância à frustração e não podem esperar para realizarem seus desejos. Não
conseguem lidar com perdas; sentem as dificuldades da vida como sendo atos contra
eles; sentem-se fracos para lidarem com a realidade.
Os dependentes químicos tem dificuldade em encarar seus problemas, de assumirem
suas responsabilidades e terem consciência de seus atos.
Usam a droga para aliviar a realidade. Se sentem fortalecidos com a droga. Vão de um
extremo a outro; em um momento não vêem solução para seus problemas, num outro se
acham poderosos para lidarem com o mundo. No dia seguinte muitos acordam
deprimidos e arrependidos e, em geral, para não lidarem com isso, recorrem ao uso de
droga mais uma vez.

8. LARGANDO O VÍCIO
É muito difícil para os usuários de drogas, largar o vício, uma vez que criam forte
dependência física,pararem de usá-las;pois sofrem a síndrome de abstinência.
A morfina é uma das drogas que mais causam esta síndrome. Quando um usuário de
morfina pára de repente de usar a substância, ele apresenta sintomas como: desejo deusar a droga novamente, coração acelerado, pressão baixa, aumento da salivação, fortes dores na região abdominal, angústia, ansiedade, agitação psicomotora e sensação de que pode morrer a qualquer momento. Pode ainda entrar em coma e morrer.
O álcool pode provocar a síndrome de abstinência, sendo a ressaca, que sucede a
bebedeira, uma síndrome mais amena. Nos alcoólatras crônicos podem ocorrer intensos
tremores no corpo todo, perda da noção de tempo e espaço, alucinações, delírios,
convulsões, as quais podem levar ao coma e à morte.
Os usuários que já apresentam a síndrome de abstinência acabam usando a droga não
mais pelo vício, mas por não suportarem os sofrimentos causados pela sua falta.
As drogas que causam dependência psicológica também provocam sofrimento ao
indivíduo que quer deixá-las Os sofrimentos são de ordem psicológica, como ansiedade,
angústia e frustração por não poder suportar a falta de droga, etc. Isso pode tornar uma pessoa agressiva, impulsiva, instável, irritável e causar depressão profunda.
O essencial para largar o vício é a vontade do dependente químico. Ninguém se cura de
qualquer vício se não se dedicar. Isso depende necessariamente da pessoa. Muitas vezes o dependente químico pode precisar da ajuda de terceiros. O problema não acaba
facilmente, porque embora a pessoa tenha para de usar a droga o corpo pede aquilo a
que estava acostumado.Deve repreender o desejo de oferecer droga ao organismo.
Na luta contra o vício, a pessoa vive um grande conflito entre desejo pela droga e a atitude de não usá-la. O corpo quer e a mente impede. O mais importante neste momento é afastar-se de situações que aumentam o desejo; pois quando um ex-dependente vê a chance de usar a droga novamente, sua vontade cresce. Quanto maio for o vício, maiores as condições de aumentar o desejo. O melhor, neste momento, é estar com aqueles que também lutam para largar a droga, a fim de trocar idéias, compartilhar as dificuldades e vitórias, dar força mútua num momento de tanta fragilidade e, acima de tudo, para ter a sensação de navegar num mesmo barco, de não estar sozinho no mundo.
Entretanto, a não ser a morte, nada segura o ser humano quando ele quer mudar. Com boa auto-estima e forte motivação, armado pela sua inteligência e criatividade.
TAMY ISIS VIEIRA

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